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21 setembro 2017

+ Portugal



Segundo a crónica “Ser Português é Difícil”, de Miguel Esteves Cardoso, os portugueses têm algum medo de ser portugueses. Os portugueses têm o defeito de querer pertencer ao maior e melhor país do mundo mas se lhes perguntarem qual é atualmente o melhor e maior país do mundo não sabem responder. Na sua opinião, os portugueses têm vergonha, culpa, nojo, medo de o serem, mas também não querem ser outra coisa. O autor considera que só custa ser português por não ser o melhor do mundo e que o verdadeiro patriotismo é aquele de quem acredita que Portugal podia ser ou foi o melhor país do mundo.
O autor diz que ser português é difícil porque o resto do mundo não compreende que os portugueses são especiais e diferentes. O cronista considera que o resto do mundo acredita que o mundo seria exactamente o mesmo sem os Portugueses. Para o resto do mundo, os feitos dos Portugueses não pertencem à história fundamental do Universo. Os outros países ficam espantados quando se conta um feito português, até lhes custa a acreditar.
O cronista afirma ainda que continuar Portugal não é uma ação delicada ou tarefa que exija o sacrifício de todos. É simplesmente continuar a barafustar e a apontar defeitos de tudo e de todos. Continuar Portugal é acreditar que a vida seria pior sem ele, que seria pior se fossem de outro país, e acreditar na diferença que faz a sua maneira de ser, o serem portugueses.

João Cabaça
12ºA (AS.)

Orações...

Palavras, frases...para que as queremos?
Podem agora publicar as vossas frases subordinadas substantivas e adjetivas, para termos uma boa bateria de exemplos.Para os mais esquecidos, fica o quadro a ter no caderno ...
Conhecimento explícito da língua portuguesa
Quadro-síntese da SUBORDINAÇÃO
Frase subordinante – parte da frase complexa que exclui todas as subordinadas nela encaixadas
Ex. O rapaz que conheci na praia estuda na tua escola
(subordinante: “O rapaz estuda na tua escola”
Frase subordinada – frase encaixada em outras frases. A frase subordinada é elemento constitutivo de outra frase. Pode preencher a função sintática de sujeito, complemento ou modificador (do nome, do grupo verbal ou da frase)
Frases subordinadas substantivas
Subordinada substantiva completiva
A Joana disse que não vinha à aula.
Subordinada substantiva
relativa sem antecedente
Quem semeia ventos colhe tempestades.
Frases subordinadas adjetivas
Subordinada adjetiva relativa com antecedente
explicativa
O aluno, que sempre teve boas notas, ganhou uma bolsa de estudo.
restritiva
Os escritores que foram premiados são muito jovens.
Subordinada adjetiva Gerundiva
(quando desempenham a função de modificadoras do nome)
Os manuais apresentando erros não devem ser adotados
Frases subordinadas adverbiais
Subordinada adverbial temporal
Quando tocou para a saída, todos ficaram na sala.
Subordinada adverbial causal
O professor adiou o teste, porque os alunos não estavam preparados.
Subordinada adverbial concessiva
O Pedro não é capaz de pedir nada, embora precise de ajuda.
Subordinada adverbial consecutiva
Falou tão depressa que não percebemos nada.
Subordinada adverbial comparativa
O Pedro escreve tão bem como fala.
Subordinada adverbial final
Fica connosco para podermos falar da viagem.
Subordinada adverbial condicional
Ficava muito contente se acabasses o trabalho a horas.

  • Entretanto usem o CADERNO DE ATIVIDADES (páginas indicadas em aula).

  • Atenção: ver as soluções só depois de ter as respostas concluídas.

20 setembro 2017

Portugueses

Vamos ler dois exemplos de sínteses. Em qualquer uma delas, os autores dos textos ainda vão fazer acertos. A seguir...
 ***
Miguel Esteves Cardoso expõe neste texto a sua opinião em relação àquilo que pensa ser o português moderno: caracterizado pela saudade daquilo que a nação era, pela vergonha e inferioridade, contudo incapaz de querer ser outra coisa.

O autor reforça a ideia da angústia sentida pelos portugueses de poderem ter sido os melhores do mundo, mas admite que esse sentimento reflete a sua noção de patriotismo e não a perspetiva de quem acha estar acima de todos. 

Esteves Cardoso lamenta a existência do português: esforçando-se para estabelecer a sua singularidade e, no entanto, permanecendo irrelevante para o resto do mundo, afirmando até que a sua presença, ou a falta desta, é de influência nula para outros.


Apesar de, segundo o autor, os políticos dizerem continuamente que Portugal precisa de mudar e que não presta, este acredita que o necessário é continuar Portugal e simplesmente ser português.


André César, n°1; Beatriz Alvelos, n°2; Daniel Correia, n°4; Diana Santos, n°6
12°A





Os portugueses têm algum medo e vergonha de serem portugueses, mas também não querem ter outra nacionalidade, embora tenham o defeito de quererem pertencer ao maior e ao melhor país do mundo. Isto custa-lhes, e verificando vê-se que o verdadeiro patriotismo não é aquele que diz que Portugal é o melhor país do mundo, mas aquele que acredita que poderia ter sido e tem pena que não tenha acontecido. Para concretizar esse desejo de grandiosidade, Portugal precisa de evoluir, mas não muito drasticamente.

Afinal, ser português é uma constante busca (...) , já que o resto do mundo não sabe quem os portugueses são e no que contribuíram para a História mundial, ficando surpresos ao descobrirem. Ser português é algo que se vai aprendendo, e para o qual se precisa de ajuda.

A luta pela continuidade de Portugal não depende do esforço de todos os cidadãos. Continuar Portugal é acreditar que sem ele a vida seria pior. Ser português é confiar no próprio ser e na diferença que traz ao mundo sem nunca parar de acreditar em Portugal.

Escrito por: Diogo Fernandes, nº7, 12ºA
Fátima Santos, nº8, 12ºA
Filipa Tavares, nº9, 12ºA
Filipe Ferreira, nº10, 12ºA

14 setembro 2017

Revisões

Atenção: Vamos ativar as memórias sobre OS LUSÍADAS no asas-da-fantasia de 14 e 15/9.

Nas aulas de preparação para exame, trabalhamos esses materiais e fazemos exercícios sobre excertos da obra.

12 setembro 2017

Portugal

Ser Português é Difícil

Os Portugueses têm algum medo de ser portugueses. Olhamos em nosso redor, para o nosso país e para os outros e, como aquilo que vemos pode doer, temos medo, ou vergonha, ou «culpa de sermos portugueses». Não queremos ser primos desta pobreza, madrinhas desta miséria, filhos desta fome, amigos desta amargura. Os Portugueses têm o defeito de querer pertencer ao maior e ao melhor país do mundo. Se lhes perguntarmos “Qual é actualmente o melhor e o maior país do mundo?”, não arranjam resposta. Nem dizem que é a União Soviética nem os Estados Unidos nem o Japão nem a França nem o Reino Unido nem a Alemanha. Dizem só, pesarosos como os kilogramas nos tempos em que tinham kapa: «Podia ter sido Portugal...» E isto que vai salvando os Portugueses: têm vergonha, culpa, nojo, medo de serem portugueses mas «também não vão ao ponto de quererem ser outra coisa».

Revela-se aqui o que nós temos de mais insuportável e de comovente: só nos custa sermos portugueses por não sermos os melhores do mundo. E, se formos pensar, verificamos que o verdadeiro patriotismo não é aquele de quem diz “Portugal é o melhor país do mundo” (esse é simplesmente parvo ou parvamente simples), mas, sim, de quem acredita, inocentemente, que Portugal «podia ser» (ou ter sido) o melhor país do mundo e (eis a parte fundamental, que separa os insectos dos cicofantas) «tem pena que não seja», uma pena daquelas que ardem para toda a vida nos peitos profundos das pessoas boas.

Ser português não é nem a sorte com que sonhamos (não queriam mais nada — nascer logo uma coisa boa!) nem o azar com que vamos azedando. Ser português é um «jeito que se aprende». Não é coisa que vá à bruta ou à má fila. Não é bem que vá a bem (precisa de ser ajudado), mas também não é mal que vá à bruxa. Ser português não é tanto ser feito à imagem de Deus, como os outros povos (todos eles felizes), como estar, à partida, «feito». Cada vez que nasce um ser humano e olha para o bilhete de identidade e verifica que calharam os pedregulhos e os pêsames da portugalidade, diz logo “Pronto — estou feito — sou português”. Devia ter juízo. A única coisa que o absolve é ter, também, razão.

Ser português é «difícil». O resto do mundo não compreende que os Portugueses são especiais, diferentes, bastante giros, bem-educados, antigos, espertos, casos sérios. O resto do mundo acredita sinceramente que o mundo seria exactamente o mesmo sem os Portugueses. Para a grande maioria da população da Terra, a própria «existência» de Portugal é uma surpresa. E não se julgue automaticamente que se trata de uma grande surpresa ou, sequer, de uma surpresa «boa». É mais uma surpresa do género “Ah, sim?”. Como quem aprende que o «baseball» teve origem nos «rounders ingleses». Ah, sim? Que giro! Agora sai da frente do televisor que eu quero ver se este Babe Ruth era tão bom como diziam. Para o resto do mundo, os feitos dos Portugueses não pertencem à história fundamental do Universo. Pertencem, quando muito, à secção dos passatempos, do “Não me digas!” e do “Acredite se quiser”. Ser português é um ser delicado. Ser português não é «ser humano». É ser que tem muito para fazer só para ser «vivo».

Os políticos dizem que é preciso andar para a frente, modernizar, desenvolver, «mudar» Portugal, presumivelmente para melhor, porque este (nisto estão todos de acordo) não presta. Os poetas sonham com países que nunca existiram ou existirão, ou que já existiram e jamais existirão outra vez. Ninguém está contente com o que é, ou com onde está, ou com o que tem. Os Portugueses, o povo, a nação, os ditos, os implicados, envolvidos e lixados, esses nem ideia têm ou fazem — para eles a própria noção de Portugal foi um raio de ideia para começar. Mas o que é preciso não é nem tão drástico nem tão espectacular. O que é preciso é «continuar» Portugal.

Continuar Portugal não é uma acção delicada, ou uma campanha urgente, ou uma tarefa que exija o sacrifício de todos os cidadãos. É simplesmente continuar a perguntar, a barafustar, a amaldiçoar o dia em que se nasceu desta cor, nesta pele, com este coração mole e fácil de apertar e espremer. Continuar Portugal é acreditar que a vida seria pior sem ele, pior se a Europa começasse pela Espanha, pior se fôssemos suíços ou belgas ou finlandeses. Continuar Portugal é ser português e dizer “Pronto, que se lixe, o que é que eu hei-de fazer?”. E acreditar na diferença que faz a nossa maneira de ser, e de sermos portugueses, como um cardiologista acredita que o coração foi feito para continuar a bater.
E foi. E, o que é mais engraçado, continua!
 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

Nova história de Portugal (com o Batman) - Ricardo Araújo Pereira (26/09...


História de Portugal (Resumida em 7 minutos)


08 setembro 2017

Português 12º - livro de viagem

  Uma aproximação ao 12º - o ano de todos os perigos! 
Às vezes vai ser um equilíbrio difícil, sabemos. 
Mas vais ficar mais perto do céu... não este ou aquele céu inventado para ti...
mas o teu céu, aquela altura a que escolheres voar.
O programa do 12º é muito desafiante...mas não é para flores de estufa
É para quem, como tu, sabe que está próximo da idade adulta, do tempo de tomar a vida nas mãos.

Fica um primeiro esboço, para teres ideia da sequência
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
- Distribuição anual dos autores/obras  -
Tempo
Autores/obras
Suportes




1º período




Fernando Pessoa

-       F.P. Mensagem
8 poemas
-       F.P. ortónimo
6 poemas
-       Bernardo Soares
3 fragmentos
-       Alberto Caeiro
2 poemas
-       Álvaro de Campos
3 poemas
-       Ricardo Reis
3 poemas

2º período

-       O ano da morte de Ricardo Reis,de José Saramago
-       Contos
·    “Famílias desavindas”, de Mário de Carvalho  
·    “George”, de Maria Judite de Carvalho
Leitura integral do romance
e dos contos

3º período
Poetas contemporâneos
Três ou mais dos poetas seguintes - Alexandre O’Neill, Eugénio de Andrade, Luiza Neto Jorge, Miguel Torga, Manuel Alegre, Ruy Belo.

Memórias e Diários
Poemas selecionados


Textos de Memórias, Diários, a selecionar nas turmas

Manual do 12º. É caríssimo - 33,54€. Esperem ou vejam se têm alguém amigo, para irem vendo.


Os temas da [nossa] vida e do Portugal que fomos, sonhos e sonhamos são muitos, mas destacaria:

Epopeias e vontades - sonhar o impossível
Quem somos: sujeito e máscara(s)
 O Mundo ao contrário| as mudanças
 O amor, a amizade
Eu e o mundo | ser cosmopolita no séc.XXI
 O nosso lugar | a procura de sentido(s)