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02 novembro 2017

Fernando Pessoa e eu - outrora agora 12

Foi num Natal, lembro-me de abrirem a bagageira do jipe da minha tia e ver o meu peluche favorito, um cãozinho branco e preto, estava ali à minha espera.
Devia ter uns três anos e ainda o tenho, é como se fosse o meu melhor amigo; quando estava triste ia buscá-lo, quando caia dizia à minha mãe "Quero o meu cãozinho" e ela ia buscá-lo para mim, lembro-me de que sempre que ia fazer análises ao sangue tinha de o levar para me acalmar, não ajudava muito, porque deixava as enfermeiras todas negras na mesma, mas era como um aconchego.

Lembro-me que se rompeu milhares de vezes e de cada vez que acontecia ficava tão triste, porque sabia que não ia brincar com ele até ficar arranjado, mas nunca era muito tempo porque eu estava sempre a chatear a minha mãe até ela o coser, era engraçado porque ela tirava parte do enchimento, nunca percebi bem porquê, mas o mais importante na altura era ter o meu cãozinho de volta.
Dormia com ele todos os dias e se fosse dormir fora ele tinha de ir comigo. Lembro-me de quando entrei para os escuteiros, na primeira atividade tivemos de dormir fora, levei o cãozinho, mas mesmo assim não consegui lá ficar, não gostava muito de dormir fora de casa, na altura.
Tinha-o sempre perto de mim; até hoje ainda o tenho na minha mesa de cabeceira.                               Sofia Ciríaco 12B|02 novembro, 2017 12:16

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