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27 novembro 2015

Mensagem (exame)

Para 3ª feira
Muitos já resolveram esta prova, como sugeri. Para quem anda mais distraído, vamos a isso!
Não é das mais fáceis; por isso é importante: ler o poema 2-3 vezes, sublinhando e registando notas interpretativas; ler e reler as questões, sublinhando o que é pedido; não fugir do solicitado, procurando no texto as respostas, os sentidos;  relembrar matéria dada em aula e tomar notas na folha de rascunho - mas só se tiver relevância para ESTE POEMA (simbologia da Ilha; Rei-Sebastianismo; utopia-não lugar...).

 1
AS ILHAS AFORTUNADAS

Que voz vem no som das ondas
Que não é a voz do mar?
É a voz de alguém que nos fala,
Mas que, se escutamos, cala,
Por ter havido escutar.

E só se, meio dormindo,
Sem saber de ouvir ouvimos,
Que ela nos diz a esperança
A que, como uma criança
Dormente, a dormir sorrimos.

São ilhas afortunadas,
São terras sem ter lugar,
Onde o Rei mora esperando.
Mas, se vamos despertando,
Cala a voz, e há só o mar.

Fernando Pessoa, Mensagem, Lisboa, Assírio & Alvim, 1997, p. 75

1. Refira a condição necessária à manifestação da voz e transcreva elementos do texto que justifiquem a sua resposta.

2. Explique o sentido dos dois últimos versos do poema.

3. Explique de que modo o conteúdo da última estrofe convoca o mito sebastianista.


 2.

prova 639, 2ª fase, 2015-VER CRITÉRIOS DE CORREÇÃO/CENÁRIOS DE RESPOSTA

Créditos da imagens: 
1 - http://www.graci.pt/a-ilha-imaginaria-de-caras-ionut-graci/
2 - www.ruigoncalvessilva.com

23 novembro 2015

Jacinto - um D. Sebastião?

}Era um outro Jacinto para quem o campo já não era insignificante.

}Zé Fernandes percebeu que Jacinto não se contentava em ser o apreciador passivo dos encantos da natureza. Ele queria ter parte ativa, e surgiam-lhe grandes ideias:
- encher pastos
- construir currais perfeitos
- adquirir máquinas para produzir queijos...

Certo dia, ao percorrer as suas amplas terras, Jacinto conheceu o outro lado da serra: uma criança muito franzina viera pedir socorro para a mãe agonizante: “Esta gentinha é pobre!...Tomaram eles para pão, quanto mais para remédios!” (Silvério, cap. X)
}As decisões de Jacinto tomaram novo rumo: começou a preocupar-se com o lado triste da serra,  passou a intervir socialmente, a reconstruir casas, a ajudar vida dos «seus» trabalhadores – a sua preocupação é que nas suas terras não haja miséria.
}Mais tarde alarga o âmbito da intervenção e confessa que pretendia introduzir um pouco de civilização naqueles cantos tão rústicos.


1880. Considerado por muitos o primeiro filme - imagens em movimento (os americanos ainda designam os filmes por «motion pictures»)




}O povo da região começou a agradecer ao benfeitor e logo passou a circular a lenda que o senhor de Tormes era D. Sebastião que havia voltado para ressuscitar Portugal. 
Haverá aqui uma crítica ao providencialismo português?

Eça de Queirós (revisões)

CRITICAR OU INTERVIR NA SOCIEDADE?

Reflexão sobre o final do livro A Cidade e as Serras

quase no final, Jacinto faz uma visita à família do seu melhor amigo, Zé Fernandes, em que  conhece uma das primas deste, Joaninha, por quem se apaixona, acabando por se casar e ter dois filhos. 
Passados alguns anos chegam-lhe os caixotes com a tecnologia e os luxos vindos do 202 - o palacete de Paris - , mas agora apenas lhe interessam algumas coisas, como tapetes, cortinas, sofás e o telefone. Zé Fernandes compreende então que a viagem da Cidade para as Serras fora uma viagem de descoberta interior para Jacinto, o qual encontrara o equilíbrio na vida, entre a simplicidade da vida no meio rural e os luxos da cidade: “Então compreendi que, verdadeiramente, na alma de Jacinto se estabelecera o equilíbrio da vida (…)”. Jacinto percebeu que a sua equação para obter a felicidade (“suma felicidade = suma ciência x suma potência”) estava errada, não era a máxima sabedoria e desenvolvimento físico que lhe trariam a felicidade. 
O narrador, Zé Fernandes, depois de passar mais algum tempo em Paris, volta ao campo definitivamente, convencido de que Jacinto estava certo: era bem melhor a vida no campo. Eça de Queirós explica a evolução de Jacinto através de uma metáfora, comparando-o a um ramo ressequido na cidade que quando foi plantado no campo brotou, ganhou raízes e tornou-se
imponente dando sombra a muita gente, ou seja, no campo Jacinto viu a realidade em que viviam as pessoas e ajudou-as, começando pelos seus trabalhadores, dando-lhes todas as condições consideradas por ele essenciais para viver, como saúde, comodidade e até alguns luxos, tornando-se como um salvador entre os mais pobres: “Aquele ressequido galho da Cidade, plantado na Serra, pegara, chupara o humo do torrão herdado, criara seiva, afundara raízes, engrossara de tronco, atirara ramos, rebentara em flores, forte, sereno, ditoso, benéfico, nobre, dando frutos, derramando sombra. E abrigados pela grande árvore, e por ela nutridos, cem casais em redor o bendiziam.”. Jacinto passou de ter nojo da Natureza e só pensar em si próprio a fazer parte dela e ajudar os outros.
 

Com este final, Eça de Queirós critica a alta sociedade da sua altura por só prestar atenção e investir nas inovações tecnológicas e se guiar pela importância do estatuto social, enquanto, no seu ponto de vista, isso nunca lhes trará felicidade; esta resultará, sim, de ajudar os outros,  e de intervir no que os rodeia - na natureza e na sociedade - para que dê frutos e traga a verdadeira felicidade a cada um.

João Saramago
20 de novembro, 2015 15:12




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19 novembro 2015

A lição de Pessoa

(...) Sou do tamanho do que vejo, disse F. Pessoa/Alberto Caeiro

Somos aquilo que alcançamos. Ver enquanto compreensão do mundo. 
Na sequência das questões levantadas, ficam dois documentos. O Jornal de Notícias/DINHEIRO VIVO publicou um filme que vos pode ajudar a estar um pouco mais informados

O filme referido em aula

15 novembro 2015

Reflexões do Poeta

Os trabalhos de reflexão crítica sobre a atualidade, inspirados nos versos camonianos das REFLEXÕES DO POETA selecionados por cada grupo, devem ser enviados 
para o e-mail (usando o google drive) ou facultados através do envio do «link». 
Serão apresentados e discutidos numa das aulas de 4ª feira.