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14 outubro 2014

As rédeas do reino

Seguem os últimos contributos do 12º C para a compreensão da Dedicatória


Luís Vaz de Camões
Lisboa
 

    Rei D.Sebastião

  A vós, sublime rei, garantia da independência de Portugal, possuidor de um vasto Império, esperança do aumento da pequena Cristandade, vos dedico a obra Os Lusíadas, um novo exemplo do amor dos portugueses pela pátria através dos seus feitos heróicos, os quais vou escrever em verso; vós, poderoso rei, és o senhor superno do povo cujo nome está engrandecido.

  Nesta obra não haverá heróis lendários, mas os heróis portugueses e os seus gloriosos feitos, dos quais te deves orgulhar, destacando os portugueses Nuno Fero, Egas, Dom Fuas e Gama, que toma a fama do lendário Eneias. Vede Afonso I a troco de Carlos, rei de França e de César; o primeiro Afonso de Portugal deixou em seu reino a segurança com a sua vitória na batalha de Aljubarrota. Os meus versos não serão esquecidos por aqueles que se fizeram por armas tão subidos vossa bandeira sempre vencedora.

  Peço-vos, tenro e novo ramo que tomeis as rédeas do reino vosso, para que haja continuidade dos gloriosos feitos portugueses, só assim dareis matéria a nunca ouvido canto.

  Enquanto este tempo passa lento, dai vós favor ao novo atrevimento, para que meus versos vossos sejam.

Lisboa, 1572

                                                            Luís Vaz de Camões
Carolina Batalha


 
 
 



Lisboa, 1572


 V.M. El-Rei D. Sebastião,
 
 Vós, tenro e novo ramo florescente de uma árvore de Cristo, mais amada que nenhuma no Ocidente.
 Vós, ó bem nascida segurança da Lusitana antiga liberdade, e não menos certíssima esperança de aumento da pequena Cristandade.
 Vós que sois o novo temor da Maura lança.
 Vós, ó poderoso Rei, cujo alto Império, o Sol, logo em nascendo o vê primeiro.
 Inclinai por um pouco a majestade, em versos divulgado numerosos, vereis um novo exemplo de amor dos pátrios feitos valerosos; vereis amor da pátria, não movido de prémio vil, mas alto e quási eterno.
 Ouvi agora: vereis o nome engrandecido daqueles de quem sois senhor superno, e julgareis qual é mais excelente, se do mundo ser Rei, ou se ser Rei de tal gente. Não ireis ver louvar os vossos antepassados com vãs façanhas, fantásticas, fingidas, mentirosas, como nas estranhas Musas, de engrandecer-se desejosas, as verdadeiras vossas são tamanhas, que excedem as sonhadas, fabulosas, que ultrapassam Rodamonte e o vão Rugeiro, e Orlando, inda que este fôra verdadeiro.
 Nestes versos vos darei um Nuno fero, que fez ao Rei e ao Reino tal serviço, e dar-vos-ei também aquele ilustre Gama, que para si de Eneas tomou a fama.
 Se igual memória quereis como a de vossos antepassados, a troco de Carlos, Rei de França ou de César, vêde antes o primeiro Afonso, aquele que com a sua lança escura deixou a seu Reino a segurança com a grande e próspera vitória.
 E de seus dois avós, as almas cá famosas; uma na paz angélica dourada, outra, pelas batalhas sanguinosas; em vós esperam ver-se renovada sua memória e obras valerosas; e no templo da suprema Eternidade, no fim da idade, lá vos tem lugar guardado.
 E agora para acabar, é a vós, meu Rei, que dedico os versos nesta obra que é tão valerosa e grandiosa pelos feitos que contém. 

Luís Vaz de Camões
 Margarida
 

Elmo de Batalha de el Rei D.Sebastião
Lisboa

A El-Rei D.Sebastião,
Vós que sois um poderoso rei, vós em quem o povo deposita toda a esperança para conquistar muito do mundo pagão e o converter à fé cristão, vós que sois tão jovem e descendente da família real mais amada de Deus, deixai de lado a Vossamajestade e se olhardes para o chão vereis nada mais do que amor de pátria, alto e quase eterno, no entanto desinteressado. Dir-me-eis: é nesta pátria que pretendeis ser recordado? Vós tencionais ser senhor do mundo ou de tal gente?
Ambos sabemos que os seus sonhos excedem tudo aquilo que jamais foi sonhado. Quereis ser reconhecido? Então lembrai-vos de todos os reis que travaram grandes batalhas, como D. Afonso I, cujos feitos de armas fizeram vencer grandes batalhas, ou até mesmo olhai para D.João II que, ainda príncipe, comandou a independência de Portugal com a
vitória da batalha de Aljubarrota.
E nem os meus versos serão esquecidos por aqueles que no Oriente fizeram da sua bandeira vitoriosa.
Ouvi-me, meu rei: desempenhai a Vossa função de rei e fazei com que um dia sejais cantado como nunca houve outro rei.
Em vós são postos olhares de quem só vê a sua completa ruína. Em vós é vista a paz angélica dourada e em vós vêem batalhas sanguinosas.
Para além disso, espera-se que sejam vistas obras valerosas e que sejam recordadas memórias, para que assim tenhais lugar no Paraíso da eternidade. No entanto, até que esses tempos cheguem, governai este povo e depois fazei com que estes meus versos sejam Vossose que os navegantes Vos elogiem invocando o Vosso nome em momentos de perigo.
Com toda a minha adoração e respeito
Luís Vaz de Camões
Rafael, 12º C


2 comentários:

Noémia Santos disse...


Obrigada pelas vossas colaborações.

Após resolver o problema que tive com hotmail (acesso/segurança), publiquei os textos enviados por essa via.

Atenção: Marçal - abri o teu mail, mas não consigo ver o trabalho - é um quadrado vazio...

Depois entregas.

NS

Anónimo disse...

Professora fizemos as fichas do manual relativas às reflexões do Poeta. Poderia disponibilizar aqui no blogue ou por email a correção para conferir as respostas? Sara e Catarina 12°C