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30 setembro 2013

Desafio - o problema mais grave

A violação dos direitos humanos é o problema mais grave a resolver na nossa sociedade. Este fenómeno tem vindo a diminuir, mas não o suficiente para nos deixarmos de preocupar com ele. A discriminação racial tem vindo a se substituída pela discriminação social assim como o desrespeito pelas vidas humanas tem sido notório no que toca a conflitos governamentais.

No passado a sociedade não tinha espaço para pessoas que não fossem o modelo de um cidadão dito normal, como pessoas de diferente cor ou religião. Na sociedade atual esse problema tem vindo a ser substituído por outro bem pior, a descriminação social. 


Agora não interessa tanto a cor da pele como interessa a maneira de estar em público, não interessa a religião como interessa a música que se ouve ou aquilo que se come, é-se socialmente excluído por não ter uma determinada roupa ou aparelho tecnológico porque não se tem dinheiro para o adquirir.

Para muitos o dinheiro é poder, poder esse que tem de ser conseguido a qualquer custo, nem que para isso seja preciso matar inocentes. Na sociedade mundial não importa os meios para se atingir os objetivos, se for preciso matar inocentes mata-se sem qualquer problema de consciência; exemplo disso é o recente ataque químico na Síria, onde morreram centenas de pessoas, e inclusive crianças de tenra idade.


Consideramos tudo isto uma falta de respeito pelo ser humano e por isso nós propomos que se comece a contrariar esta crescente tendência e que em vez de armas e guerras se use o bom senso e se converse, que os governantes de todos os países antes de pensarem em guerra pensem em fazer cedências entre si para se conseguirem entender. Defendemos ainda que as pessoas comecem a pensar se são os bens, a cor da pele, a religião, o gosto musical e gastronómico que contam, ou se o que conta é o que realmente as pessoas são como seres humanos. 


Devemos combater as mentes fechadas que se acham importantes só porque têm dinheiro e falam bem, pois no fundo somos todos iguais e ao mesmo tempo todos diferentes. É preciso existir respeito mútuo entre as pessoas porque só assim conseguiremos construir uma sociedade e um mundo melhor.



Beatriz Pereira ;
Doina Popov;
João Pedro Dias;
Bernardo Silva;
Tânia Fernandes;
Teresa Viola

10ºC
22 Setembro, 2013 21:37

Texto argumentativo - síntese + articuladores



Características essenciais do texto argumentativo

Ø O texto é concebido de forma a convencer ou a persuadir.

Ø Atese defendida deve ser claramente identificada pelo destinatário.

Ø O texto deve usar um registo adequado à situação, ao destinatário e ao tema.

Ø O texto argumentativo deve começar por uma introdução, normalmente contida num só parágrafo; segue-se o desenvolvimento, em parágrafos, com os respetivos argumentos e contra-argumentos, seguidos de exemplos; finalmente, uma conclusão, de parágrafo único, que retoma a afirmação inicial provada ou contrariada.

ØOs vários parágrafos devem estar encadeados uns nos outros pelos articuladores do discurso ou conectores lógicos(Ex: tempo passado-presente, causa-efeito-consequência, hipótese-solução, etc.). **


Em síntese:
1. Quando falamos ou escrevemos um texto de opinião, o nosso objetivo é o de convencer;
2. devemos tomar uma posição em relação ao tema (contra ou a favor);
3. temos que justificar a posição assumida, com base em argumentos;
4. devemos antecipar e contestar possíveis argumentos contrários ao nosso
ponto de vista;
5. devemos concluir o texto, reforçando a posição assumida.



**Revê o quadro dos principais conetores (ou articuladores)
À esquerda está indicada a função.
TIPO DE CONEXÃO
FUNÇÃO DA CONEXÃO
CONECTORES (OU ARTICULADORES)
(conjunções e locuções conjuncionais, coordenativas e subordinativas; advérbios; expressões de ligação)
Adição
e, também, igualmente, do mesmo modo, e ainda, e até, além disso, além do mais, não só ...como também, não só ... como ainda, bem como, assim como, por um lado ... por outro, nem...nem, de novo, incluindo...
Oposição / contraste
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, doutro modo, ao contrário, pelo contrário, contrariamente, não obstante, por outro lado...
Alternativa
fosse...fosse, ou, ou então, ou ...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, alternativamente, em alternativa, senão ...
Comparação
como, conforme, também, tanto...quanto, tal como, assim como, tão como, pela mesma razão, do mesmo modo, de forma idêntica, igualmente, ...
Consequência
por tudo isto, de modo que, de tal forma que, de sorte que, daí que, tanto...que, é por isso que...
Causa
pois, pois que, visto que, já que, porque, dado que, uma vez que, por causa de, posto que, em virtude de, devido a, graças a ...
Finalidade / intenção
com o intuito de, para (que), a fim de, com o fim de, com o objetivo de, de forma a ...
Concessão
apesar de, ainda que, embora, mesmo que, por mais que, se bem que, ainda assim, mesmo assim...
Conclusão / síntese / resumo
pois, portanto, por conseguinte, assim, logo, enfim, concluindo, em conclusão, em síntese, consequentemente, em consequência, por outras palavras, ou seja, em resumo, em suma, ou melhor...
Certeza
com certeza, decerto, naturalmente, é evidente que, certamente, sem dúvida que,...
Confirmação
com efeito, efetivamente, na verdade, de facto, sem dúvida, de certo, deste modo, na verdade, ora, aliás, sendo assim, veja-se, assim...
Explicitação / particularização
quer isto dizer, isto (não) significa que, por outras palavras, isto é, por exemplo, ou seja, é o caso de, nomeadamente, em particular, a saber, entre outros, especificamente, ou melhor, assim, ressalte-se, saliente-se, importa salientar, é importante frisar ...
Opinião
na minha opinião, a meu ver, em meu entender, no meu ponto de vista, parece-me que, creio que, penso que, para mim, ...
Dúvida
talvez, provavelmente, é provável que, possivelmente, é possível, porventura...
Hipótese / Condição
se, caso, a menos que, salvo se, exceto se, a não ser que, desde que, supondo que, admitindo que ...
Sequência temporal
em primeiro lugar, num primeiro momento, em segundo lugar, antes de, em seguida, seguidamente, então, durante, ao mesmo tempo, quando, simultaneamente, depois de, após, até que, enquanto, entretanto, logo que, no fim de, por fim, finalmente,
Sequência espacial
à direita, à esquerda, ao centro, adiante, diante, em cima, em baixo, no meio, acima, abaixo, atrás, ao lado, naquele lugar, detrás, por trás (de), próximo de sob, sobre...

22 setembro 2013

Argumentar

 
 
O desemprego tem vindo a aumentar em Portugal; como consequência, a diminuição da qualidade de vida das populações gerando pobreza e miséria.
Uma das razões pelas quais é urgente resolver esta situação   é por  afetar uma grande percentagem da população portuguesa.  Encontramos famílias sem emprego, cujo único sustento é o rendimento mínimo garantido, que nos nossos dias não chega aos 500,00€.
Como consequência do desemprego as pessoas deixam de ter possibilidade de pagar as suas casas, chegando mesmo a ser “despejadas” pelos proprietários do imóvel. Cada vez mais os portugueses têm necessidade de procurar o auxílio de associações como o Banco Alimentar, a Cáritas e a Santa Casa da Misericórdia.
Verificamos que famílias cuja vida era estável, que tinham vencimentos mensais que lhes permitiam pagar as suas contribuições, impostos e os seus créditos bancários, hoje vêm-se sem emprego e a recorrer às ajudas alheias.
Consideramos necessário e urgente antecipar a idade da reforma. (...) Deste modo os jovens teriam mais oportunidade de emprego, mais facilidade na realização de projetos que requerem conhecimentos a nível informático.
Outro aspeto a ter em conta no immediato é o da sensibilização da população é muito importante no que se refere à alimentação. Os alimentos em boas condições e que muitas vezes não são utilizados nos restaurantes, pastelarias ou cafs, sendo deitados para o lixo, poderiam ser entregues a Instituições para estas os distribuírem aos mais necessitados.
Defendemos a entreajuda na nossa sociedade de modo a combater os desperdícios e melhorar as condições de vida da População Portuguesa.
Não deixe que a pobreza se transforme em paisagem!

 
 
Fonte: Jornal PÚBLICO

Carolina Batalha
Catarina Roque Vieira
Diana Batalha
Joana Casaleiro
Margarida Morais
Rafaela Santos
11ºC
22 Setembro, 2013 18:32
 
 
Atenção:
o vosso texto apresenta problemas de escrita, alguns dos quais corrigi; o mais sério é a existência de incongruências e frases que não têm lógica, pelo que as retirei (caso de «também seria necessário o desconto para a segurança social nesta etapa uma vez que a idade avançada da nossa população requer cuidados e seria uma forma de poderem ter serviços médicos adequados»). Rever.
 
Também precisa de mais solidez nas propostas. Leiam sobre o assunto para aprofundar.

Texto argumentativo


O facto mais positivo da atualidade é o desenvolvimento tecnológico, contrariamente ao que muita gente pensa, visto que contribui para o aumento da qualidade de vida de várias formas, basta utilizar a tecnologia adequadamente.
Uma delas é o desenvolvimento de instrumentos direcionados a facilitar o quotidiano e também a ser amigos do ambiente; exemplo disso são os automóveis elétricos que ainda são muito dispendiosos para algumas pessoas, mas que num futuro próximo será compensador adquiri-los pois o petróleo é um recurso não renovável, e deste modo defendemos a natureza.
Na área da saúde, a tecnologia inovou aparelhos que melhoram a eficácia no tratamento aos doentes para que todos possam usufruir de uma vida normal; exemplo disso são as inovadoras lentes de contacto que permitem ao portador aplicar zoom de maneira a facilitar a visão à distância, combatendo a falta de visão.
Em suma, o desenvolvimento tecnológico melhora a qualidade de vida dos cidadãos, e considero que leva ao desenvolvimento das sociedades, obtendo vantagens no presente que serão úteis e compensadoras no futuro.

Para mais informação sobre as novas lentes consultar este sítio


Catarina Francisco
Fábio Santos
Rafael Santos
Sara Gomes
22 Setembro, 2013 12:11

18 setembro 2013

Outro exemplo de discurso de abertura do ano letivo

Vê agora outro discurso, de abertura do ano letivo de 2010-2011, pela então ministra da educação
 
Procede do mesmo modo
- tema
- abertura
- ideias centrais 
- propósitos
- conclusão 
- apelo final
 

 
 
Na reflexão que faremos, discutiremos a estratégia discursiva e a eficácia de ambos
os discursos (de Isabel Alçada e de Obama) e procuraremos as razões.
 

Texto argumentativo - Discurso político

Quem escolher este discurso deve procurar registar:
Tema
Ideias centrais
Argumentos
Exemplos
Conclusão
Apelo final
 
Regista, igualmente, alguns exemplos de repetição anafórica e reflete
sobre o seu papel neste tipo de discurso 
 
***************************

"King e os seus assessores trabalharam no texto durante uma semana e o reverendo continuou a refazer o discurso até ao último minuto, eliminando palavras e introduzindo novas frases. Na véspera do discurso, o rascunho não continha qualquer referência a um "sonho".

A maior parte dos americanos ouviu Martin Luther King discursar pela primeira vez na Marcha em Washington, a maior manifestação em defesa da igualdade racial na história dos Estados Unidos. Duzentas e cinquenta mil pessoas assistiram ao vivo, diante do Lincoln Memorial. Milhões viram-no na televisão ou ouviram-no na rádio. As três televisões que existiam na altura cobriram o discurso ao vivo, o que nunca tinha acontecido. Toda a gente esperava que o seu discurso - que só aconteceu no final (...) fosse o momento decisivo da marcha. Ele lembrava que a América estava a negar direitos básicos aos seus cidadãos negros."
 
Kathleen Gomes, Jornalista em Washington, «Martin Luther King - Há 50 anos ele teve um discurso com um final perfeito», disponível no sítio do Jornal Público http://publico.pt/temas/jornal/ele-teve-um-sonho-26930400
 
 
 

Texto argumentativo - discurso político


O texto abaixo está trabalhado com sublinhados, de forma a evidenciar a estratégia discursiva de acordo com as regras retóricas deste tipo de texto. Assim:
 
- Ler o discurso
- Consultar o código de cores utilizado
- Reler



 

Intervenção do Presidente da República na Cerimónia de Comemoração dos 101 anos da Proclamação da República Lisboa, Paços do Concelho, 5 de Outubro de 2011[1]


"Celebrámos em 2010 o centenário da instauração da República. Este ano, neste dia 5 de Outubro, a República Portuguesa inicia o segundo centenário da sua existência.
Neste novo século republicano, os Portugueses vivem tempos de incerteza perante o que o futuro lhes trará. No plano internacional, emergem sinais preocupantes de que a situação económica e financeira se poderá agravar de novo. Num mundo cada vez mais globalizado e interdependente, o mau desempenho das economias desenvolvidas irá reflectir-se inevitavelmente sobre as outras economias.

No mundo novo deste século novo, a Europa encontra-se numa encruzilhada quanto ao seu futuro. Os princípios fundadores do projecto europeu estão a ser postos à prova de uma forma muito profunda e até dramática.
Vivemos dias que são um teste decisivo para a vitalidade da União Europeia e compete-nos a todos nós, povos deste Continente antigo, decidir se queremos uma União que seja um mero aglomerado de mercados ou se, pelo contrário, desejamos concretizar a aspiração de uma Europa coesa e solidária, unida tanto nos bons como nos maus momentos. Só dessa forma a Europa será fiel às suas raízes e conseguirá satisfazer os anseios de bem-estar partilhado que estiveram na génese das Comunidades.
Os líderes europeus da actualidade têm de saber estar à altura dos ideais grandiosos de Jean Monnet ou de Robert Schuman.
Portugal tem de se afirmar, no contexto de uma União Europeia digna desse nome, como um Estado credível e como uma República que honra os seus compromissos.

Temos de ser um país determinado a resolver os seus problemas, de forma livre, soberana e independente. Poderemos ser ajudados em alturas de dificuldades, mas que nenhum português tenha dúvida: é a nós, cidadãos desta República, que cabe construir uma economia saudável e encontrar caminhos de futuro. Se não fizermos o nosso trabalho, de pouco adiantará receber um auxílio que é necessariamente limitado no montante e na duração.

A adesão de mais de metade dos actuais Estados-membros da União Europeia é posterior à nossa. Temos, também por isso, especiais responsabilidades na valorização do projecto europeu. É essencial que o País inteiro seja um agente activo da defesa e do aprofundamento de um projecto comum, cujo enfraquecimento representaria uma irreparável perda para todos os povos da Europa.

Sem qualquer dúvida, o fracasso da experiência do euro iria arrastar consigo toda a União, mergulhando-a num turbilhão de resultados imprevisíveis. A diluição da zona euro seria o início de um processo que culminaria na destruição da Europa unida, tal como a conhecemos e ambicionámos. Se isso acontecesse, que credibilidade apresentariam os países europeus no quadro de um mundo globalizado e extremamente competitivo?

É esta a grande questão que os líderes europeus devem colocar, a si próprios e aos cidadãos dos seus países.



Portugueses,

Vivemos tempos muito difíceis. Essa é uma realidade que ninguém de bom senso poderá negar. Durante alguns anos, foi possível iludir o que era óbvio, pese os avisos que foram feitos dos mais diversos quadrantes. Agora, estamos confrontados com uma situação que irá exigir grandes sacrifícios aos Portugueses, provavelmente os maiores sacrifícios que esta geração conheceu.

Temos de ter presente, ainda assim, que Portugal atravessou crises difíceis ao longo da sua existência multissecular. Difíceis foram os tempos que antecederam a Primeira República, como difíceis foram os anos da Grande Guerra em que participámos com o sangue dos heróis.

Difíceis são as missões das Forças Armadas, em Portugal e no estrangeiro, merecedoras da nossa admiração e respeito e nas quais os Portugueses se revêem pelo sentido de dever e pelo seu carácter eminentemente nacional.

Difíceis foram os tempos do passado, mas aqui estamos, hoje, para celebrar a República a que nos orgulhamos de pertencer. Neste país onde vivemos, na terra onde morreram os nossos antepassados e onde nasceram os nossos filhos.

É justamente por isso que, nos nossos dias, se torna tão premente reinventar o republicanismo, fundar um espírito republicano ajustado às exigências cívicas do novo século.

Tempos como este são difíceis, sem dúvida, mas os tempos difíceis são tempos de ensinamentos e a crise possui virtualidades que nos fazem mais fortes, porque mais conscientes e realistas.

Perdemos muitos anos na letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado. Acomodámo-nos em excesso. Agora, temos de aprender a viver de acordo com as nossas possibilidades e a tirar partido das nossas potencialidades.

A crise que atravessamos é uma oportunidade para que os Portugueses abandonem hábitos instalados de despesa supérflua, para que redescubram o valor republicano da austeridade digna, para que cultivem estilos de vida baseados na poupança e na contenção de gastos desmesurados, para que regressem ao consumo de produtos nacionais, para que revisitem o seu país e aí encontrem paisagens esquecidas e um património histórico que só sendo conhecido pode ser acarinhado e preservado.

O republicanismo deste novo século deverá ser mais exigente quanto à justiça na distribuição da riqueza e na repartição dos sacrifícios. Portugal vinha acumulando intoleráveis assimetrias, para as quais múltiplas vezes chamei a atenção dos Portugueses.

O País acusava a marca de graves desequilíbrios no ordenamento do território, na disparidade de rendimentos, nas desiguais oportunidades que concedia às diversas gerações.

O reajustamento financeiro do Estado e a reorganização da sua estrutura não podem perder de vista a necessidade de corrigir os défices de justiça territorial, social e geracional que vinham corroendo as bases da coesão de cidadania que deve existir entre os membros de uma República una e solidária.

A cultura republicana implica uma reforma profunda do exercício de funções públicas. Precisamente porque se pedem mais sacrifícios, o exemplo dos agentes políticos tem de ser mais autêntico.

Em momentos como o presente, diminui de forma substancial a tolerância dos cidadãos perante o despesismo público e o gasto improdutivo, o que constitui um efeito positivo da situação que atravessamos.

Temos agora a oportunidade de, quer na esfera privada, quer na esfera pública, corrigirmos defeitos e erradicarmos vícios que, de outro modo, permaneceriam longe do olhar crítico dos cidadãos, mas não deixariam de os afectar no seu quotidiano e no futuro das novas gerações.

Os cidadãos da República centenária são mais exigentes quanto à necessidade de uma mudança profunda da acção política e têm plena consciência de que a Justiça do seu país tem de ser um factor de desenvolvimento e não um elemento de paralisia da actividade económica e da vida social.

Há mais de um século, dizia Oliveira Martins que, quando aparecem as crises, «vê-se mais ao vivo como as coisas são na realidade». Estamos agora confrontados com a realidade.

Acabaram os tempos de ilusões. Temos um longo e árduo caminho a percorrer, para o qual quero alertar os Portugueses de uma forma muito directa: a disciplina orçamental será dura e inevitável, mas se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira que subscrevemos.

A par do inevitável saneamento das contas públicas, tem de existir revitalização do tecido produtivo nacional, investimento privado, combate ao desemprego, aumento da produtividade e da produção de bens e serviços capazes de concorrer nos mercados externos. Se tal não ocorrer, os desequilíbrios financeiros terão uma correcção meramente temporária e estaremos de novo colocados na contingência de recorrer à ajuda externa, a qual, a acontecer, se irá processar em condições ainda mais gravosas para os Portugueses. Temos de o evitar a todo o custo.

Há um caminho, estreito e difícil, que passa pela disciplina na utilização dos dinheiros públicos e pelo aumento da poupança interna, mas também pelo crescimento da nossa economia.

Temos potencialidades de que nem sempre nos apercebemos. A segurança favorece o desenvolvimento do turismo de qualidade. Os oceanos permanecem em larga medida por explorar, em tudo aquilo que nos podem oferecer de forma sustentável.

Os mercados da reabilitação urbana e do arrendamento devem ser activados, do mesmo modo que urge salvaguardar o nosso património histórico-cultural.

No aproveitamento da floresta e na produção de produtos regionais de referência, há um longo percurso a trilhar. Mas, acima de tudo, dispomos actualmente de gerações qualificadas e empreendedoras, cujo talento e cujo dinamismo não podemos desperdiçar.

Em tempos de escassez económica, há também que redescobrir o valor da cultura e dar prevalência à dimensão espiritual sobre a dimensão material da vida humana.

As iniciativas de voluntariado e de apoio aos mais carenciados, frequentemente protagonizadas por jovens, são um sinal encorajador de que é possível ter esperança. A par de uma justa repartição dos sacrifícios, tem de existir uma especial preocupação de inclusividade e de protecção daqueles que verdadeiramente precisam do nosso auxílio. Combatendo o desperdício de recursos, o Estado deve dar às famílias um exemplo de parcimónia e contenção.

Das empresas, por seu turno, espera-se um aumento da respectiva responsabilidade social, em particular nas regiões onde se inserem e geram riqueza e emprego.

A escola deve pautar-se por critérios de qualidade e exigência, pois só assim cumprirá o ideal republicano de pedagogia democrática.

Dos autarcas reclama-se uma maior atenção ao reforço da capacidade produtiva dos seus municípios e o lançamento de programas de apoio social, em articulação com as instituições da sociedade civil.

Portugueses,

Estamos no início do novo século republicano. Os Portugueses têm de saber o que pretendem do Estado e dos poderes públicos num contexto de grande escassez de recursos. Mas, acima de tudo, os Portugueses têm de saber o que querem fazer do seu futuro colectivo, agora que chegou um tempo em que não bastam os sacrifícios, mas em que é crucial poupar mais, trabalhar mais e melhor e fazer crescer a economia.

Não podemos agarrar-nos a soluções fáceis que a realidade depressa irá desmentir. Todos sabemos que não poderemos continuar a viver acima das nossas possibilidades. Temos de aprender a viver de acordo com o que produzimos, na consciência de que só produzindo mais e com mais qualidade iremos viver melhor.

Não duvido de que somos capazes. Provámo-lo no passado, provamo-lo todos os dias, em Portugal mas também no estrangeiro, seja nas comunidades da diáspora, seja no vasto conjunto de jovens investigadores que se destacam em diversas universidades por esse mundo fora.

Neste 5 de Outubro de 2011, exorto os Portugueses a trabalharem de acordo com as suas imensas capacidades, na certeza de que é esse o único caminho para construirmos a República do segundo centenário. Uma República mais livre, mais autêntica e mais justa. // Muito obrigado."

Presidência a República, http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=57670, acedido em 5 de outubro de 2011.



Ideias centrais + argumentos que as sustentam

Exemplos

Estratégias discursivas – contraste, repetição…

Vocativo – marca a mudança das partes do discurso

Ligação ao contexto de partida – 5 de outubro

Conclusão – retoma dos pontos essenciais

Reiteração

Apelo/exortação à ação







[1] No texto ainda não é utilizado o Novo Acordo Ortográfico, que só vigorará nos documentos públicos/de estado a partir de 1 de Janeiro de 2011.
No final, tens o texto sem sublinhados. Podes também consultar o site da Presidência da  República.