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23 maio 2013

Sensações - o que disseram as pessoas do Pessoa


As
 sensações que são bem nossas são as sensações directas (...) as que vêm directamente de ver, ouvir, cheirar, palpar, gostar

A frescura de impressões [aplicada a] uma Natureza de ordem diversa. Assim, reparei que uma máquina é tão natural – porque é tão real (...) – como uma árvore; e uma cidade como uma aldeia.

O que é essencial é sentir directamente e com ingenuidade as coisas – árvores ou máquinas, campo ou cidade. A minha sensibilidade predispõe-me a sentir a máquina mais do que a árvore, a cidade mais do que o campo
A poesia é espanto, admiração, como de um ser tombado dos céus, a tomar plena consciência de sua queda, atónito diante das coisas.
Fernando Pessoa em "O Eu Profundo".
1910?

n
inguém nasce pertencendo a um sistema ou uma filosofia, nasce pertencendo a um cérebro e a um sistema nervoso, e estes têm um modo de sentir e não uma religião, ou uma estética, ou uma moral qualquer.

O essencial é sentir directa e simplesmente. (...) Sinto o complexo, o anormal, o artificial? É o meu modo de sentir.
Álvaro de Campos
[c. 1917, de uma carta a Caeiro]


A
 vida é uma viagem que uns fazem em caixeiros-viajantes, outros em navios em lua de mel, e outros, como eu, em tourists .

Eu atravesso a vida para olhar para ela. Tudo é paisagem para mim, como para o bom tourist – campos, cidades, casas, fábricas, luzes, bares, mulheres, dores, alegrias, dúvidas, guerras.

Quero, para aproveitar a minha viagem, sentir o maior número de coisas no mais pequeno espaço de tempo possível.
Sentir tudo de todas as maneiras, amar tudo de todas as formas (...) passar [pelas coisas] e não olhar para trás.


1. As sensações directas, as que vêm (...) de ver, ouvir, cheirar, palpar, gostar

1.         Sinto o complexo, o anormal, o artificial? É o meu modo de sentir.

2.         A minha sensibilidade predispõe-me a sentir a máquina mais do que a árvore, a cidade mais do que o campo

3.         Sentir tudo de todas as maneiras, amar tudo de todas as formas

4.         A poesia encontra-se em todas as coisas


21 maio 2013

Concluir a preparação para Exame

Sem dúvidas, não há ajudas...

Só posso esclarecer, apoiar, clarificar, se persistirem no treino e trouxerem dúvidas.

Não se esqueçam de que dipõem de toda a informação sobre exames e as respetivas provas concentradas em
PORT12

Vírgulas...há muitas!

Para concluirmos o que registámos em aula, deixo informação adicional.

As boas gramáticas e os bons prontuários (sim, há na Biblioteca!)
têm isto e muito mais. 



O dicionário terminológico refere-se à vírgula do seguinte modo:

Sinal de pontuação utilizado em vários contextos, como por exemplo a intercalação de orações subordinadas adverbiais numa frase (i), a intercalação de um modificador entre um verbo e o seu complemento (ii) ou após um advérbio conectivo em início de período (iii).

Exemplos
(i) Os rapazes, quando chegaram a casa, fartaram-se de comer.
(ii) Os rapazes falaram, com muito maus modos, à avó.
(iii) Os rapazes estão cansados. Porém, continuam a correr.


Vamos especificar alguns casos

VÍRGULA OBRIGATÓRIA
1. Use a vírgula para separar elementos sequenciais ou termos de uma enumeração
Ex:
Comprei livros, cadernos, uniforme, borrachas e lápis.
Como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”. Há um caso específico em que se usa (ver adiante).
Um outro exemplo:
A sua fronte, a sua boca, o seu riso, as suas lágrimas, enchem-lhe a voz de formas e de cores… (Teixeira de Pascoaes)
2. Use a vírgula para separar o vocativo
O vocativo é sempre separado por vírgula, quer seja em posição inicial, quer ocorra no meio ou no final da frase, como nos 3 exemplos seguintes:

Manuel, vai abrir a porta.
Posso afirmar-lhe, minha Senhora, que o seu irmão não passou por aqui.
Vem cá, João.

3. Use a vírgula para isolar o nome de um lugar quando se escreve a data
Ex: Torres Vedras, 12 de junho de 2013.
4. Use a vírgula para separar explicações intercaladas no meio da frase
Assim, fica entre duas vírgulas qualquer palavra, expressão ou frase intercalada numa oração:
Exs.
Os portugueses, claro, gostam de praia.
Os Ingleses, não haja dúvida, constituem um povo essencialmente prático.
Amar as árvores, disse um grande homem, é amar a terra.

Afinal, as explicações que interrompem a frase são mudanças de pensamento e devem ser separadas por vírgula.
Outros exemplos:
Pedro, o aluno que trazia o computador, não veio hoje.
Dá-se uma explicação sobre quem é Pedro. Se tivéssemos que classificar sintaticamente esse elemento, seria um modificador apositivo.
Eu e tu, que somos amigos, não devemos zangar-nos por tão puco.
O trecho destacado explica algo sobre “Eu e tu”, portanto deve vir entre vírgulas.
A classificação do elemento entre vírgulas seria oração subordinada adjetiva relativa, com antecedente, explicativa.


5. Use a vírgula para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase.

Quando um tipo específico de expressão — que indique tempo, lugar, modo e outros — iniciar a frase, usa-se vírgula.
Exemplos:
Hoje, o sol está de rachar!

No primeiro capítulo da obra, D João V faz a promessa da construção do convento.

De um modo geral, não gostamos de pessoas estranhas.
“De um modo geral” é sinónimo de “geralmente”, adv. de modo, por isso vai vírgula.


6. Use a vírgula para separar orações independentes

Orações independentes são aquelas que têm sentido, mesmo estando fora do texto.

É o caso das coordenadas assindéticas (o «e» não está lá mas as orações são - na mesma - coordenadas):
Abriu a mala, retirou uma carta, estendeu-a ao advogado.

Nesse exemplo, cada vírgula separa uma oração independente.


7. Use a vírgula depois da partícula não no princípio da oração, se refa frase não for negativa

Não, é impossível satisfazer o seu desejo. (diferente de «não é possível...)

Não, foi inacreditável. (diferente de «não foi inacreditável...)

Emprega-se também a vírgula depois de sim, no princípio de qualquer oração.

Sim, vou ao cinema.
Sim, depois falamos.

8. Use a vírgula  quando os sujeitos de duas orações interligadas são diferentes.

Como regra geral, não se usa vírgula antes de “e”.

Todavia, usa-se quando a frase depois do “e” se refere a uma pessoa, coisa, ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Assim:

O sol já ia fraco, e a tarde era amena. (Graça Aranha)

Note que a primeira frase se refere ao sol, enquanto a segunda fala da tarde. Os sujeitos são diferentes. Portanto, usamos vírgula.
Outro exemplo:

A mulher morreu, e cada um dos filhos procurou o seu destino (Fernando Namora)

A primeira oração diz respeito à mulher, a segunda aos filhos.


 9. Use a vírgula com os conetores porém, todavia, contudo, no entanto, portanto, por conseguintes e por consequência.
Estes elementos podem aparecer:
- seguidos de vírgula, quando se encontram no início do período ou depois de /;/

Porém, até os bravos têm medo.
Tenho vontade de viajar; porém, não tenho meios.

- entre vírgulas, quando se encontram após um dos termos da oração a que pertencem.

Esse objetivo, porém, não é facilmente alcançável.

10. Use vírgula antes de quem, se esta partícula é acompanhada de preposição.

Meus pais, a quem muito quero...
Aquela filha, a quem tanto se dedicou, foi ingrata.
João, de quem recebi tantas provas de estima...



VÍRGULA ...nem sempre

Há casos como o que ...em que tens de ver primeiro. Assim:

Com o que
  • Antes do pronome relativo que, apenas se coloca vírgula se este introduz uma oração explicativa.
EX.
Encontrei ontem o teu primo António Maria, que me ofereceu uma bebida.
Restavam apenas alguns soldados, que combateram heroicamente.
O Pedro, que é simpático, ajudou-me a levar os caixotes.

(Mas não há /,/ em : Não sei se estamos longe da terra a que nos dirigimos.| Este é o lugar histórico em que Vasco da Gama embarcou.|Um rapaz que é simpático ajuda sempre os colegas)


VÍRGULA FACULTATIVA

Existem casos em que a vírgula é opcional?

Se o elemento referente a tempo, modo, lugar etc. não for uma expressão, mas sim uma palavra só, então a vírgula é facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da velocidade que você quer dar para a frase.
Exemplos:
Depois vamos sair para jantar.
Depois, vamos sair para jantar. (Dá mais destaque ao «depois»)

Geralmente gosto de almoçar na escola.
Geralmente, gosto de almoçar na escola. (Supõe que se abriu uma exceção ao que é habitual)

NÃO SE USA VÍRGULA
Não se usa a vírgula!
- Entre o sujeito e o predicado:
O João, gosta de comer pizzas. *
A Alice, a Maria e a Luísa, querem ir ao cinema.*

Corretamente:
João gosta de comer pizzas.
A Alice, a Maria e a Luísa querem ir ao cinema.

NÃO SE USA VÍRGULA
- Entre o verbo e os seus complementos diretos ou indiretos.

As pessoas mal-educadas não podem merecer a estima de ninguém.
Emprestei o livro de Geografia ao professor.





08 maio 2013

FHL - PEÇA COMPLETA

Podes ver aqui uma versão cinematrográfica integral da peça.


A RTP e a história

 
 
 
 
 
A RTP foi um precioso instrumento na imagem que hoje temos da história desse período.
Deixo ligação para espreitares esta época em que FHL foi escrita.
 
 
 
 

O «Estado Novo»


Para perceberem melhor a analogia estabelecida na peça entre o tempo da história - 1817 - e o tempo da escrita - 1961 - sugiro vejam este pequeno trabalho.  
 



A vida de Luís de Sttau Monteiro

Entrevista a Luís de Sttau Monteiro
 

 

06 maio 2013

Felizmente há Luar! (e estudo...espero!)




Com certeza que viram exercícios do GAVE sobre FHL.  

Deixo um exercício para treino, a que poderão ir respondendo, no caderno .


I

Leia o excerto transcrito, com atenção.









Em tom de confidência. Fala como um homem desiludido que, depois de ter dado o melhor do seu trabalho, se vê incompreendido e desacreditado.



Aponta para o teto.







Beresford vem fardado. A farda, ainda que regulamentar, não é espaventosa e está um pouco usada.

O principal não gosta de
Beresford e fala-lhe sem sorrir.


Beresford fala como quem fala a uma criança.



Fala para D. Miguel, mas vê-se que se refere a Beresford, para quem olha ao falar no Conselho da Regência.
PRINCIPAL SOUSA
Se a um ministro de Deus é permitido odiar, que o Senhor, um dia, perdoe o ódio que tenho aos Franceses…
Veja, Sr. D. Miguel, como eles transformaram esta terra de gente pobre mas feliz num antro de revoltados! Por essas aldeias fora é cada vez maior o número dos que só pensam aprender a ler… Dizem-me que se fala abertamente em guilhotinas e que o povo canta pelas ruas canções subversivas.

D. MIGUEL
A polícia não chega para arrancar os pasquins revolucionários das portas das igrejas… O mundo parece estar atacado de loucura, Reverência…

PRINCIPAL SOUSA
Maior é, por isso mesmo, a nossa responsabilidade. Esta noite sonhei que nós, os governadores do Reino, tínhamos sido destacados, pelo Senhor, para a primeira linha de combate eterno entre o bem e o mal. Temos uma missão a cumprir, uma missão sagrada e penosa: a de conservar no jardim do Senhor este pequeno canteiro português. Enquanto a Europa se desfaz, o nosso povo tem de continuar a ver, no Céu, a Cruz de Ourique.

D. MIGUEL
Se a Europa nos desse ouvidos…

BERESFORD (Avançando do fundo do palco e falando)
A Europa… A Europa… Deixai-a, que ela nem se perde nem carece dos vossos conselhos. (Cumprimenta os dois) Excelências: não vim aqui para perder tempo com conversas filosóficas. Venho falar-lhes de coisas mais sérias.

PRINCIPAL SOUSA
O marechal Beresford sabe de alguma coisa mais séria do que a conservação do reino do Senhor?

BERESFORD
(Encolhendo os ombros)
Poupe-me os seus sermões, Reverência. Hoje não é domingo e o meu senhor não é vassalo de Roma.

PRINCIPAL SOUSA (Para D. Miguel) O reino de Deus está a saque e os inimigos do Senhor já não se encontram apenas na rua… Há-os nos palácios e no próprio Conselho da Regência. Ao que o mundo chegou, para que me veja obrigado a aceitar o auxílio dum herege a fim de combater outros hereges…

BERESFORD
Senhores: Deixemos o reino de Deus para outra ocasião. O que me traz aqui é bem mais grave. Enquanto estamos a conversar – neste mesmo momento – conjura-se abertamente em Lisboa. Dentro de minutos vem aqui um oficial repetir a VV. Ex.as o que me disse ontem, à noite, em minha casa. Oiçam bem o que ele diz, porque, da decisão que tomarmos, dependem a cabeça de V. Ex.ª, Sr. D. Miguel, os meus 16 000$00 anuais e a possibilidade de o principal Sousa continuar a interferir nos negócios deste Reino.

Luís de Sttau Monteiro, Felizmente Há Luar!, Areal Editores, 2000

VERSÃO I

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.



1. Principal Sousa e D. Miguel constatam uma mudança no comportamento do povo. Refira em que consiste essa mudança, explicando de que modo se manifesta.

2. Mencione dois dos sentimentos que essa alteração do povo suscita nos representantes do poder religioso e do poder político. Justifique.

3. Apresente dois dos traços caracterizadores de Beresford, ilustrando cada um deles com uma citação do texto.

4. Identifique um recurso estilístico presente no texto, explicitando o seu valor expressivo.

5. Comente o excerto acima transcrito enquanto estratégia de denúncia da corrupção e da injustiça, fazendo referências pertinentes à peça, num texto de oitenta a cento e trinta palavras.

II

Onde Miguel Torga desembestou[1] mais furiosamente foi contra a política salazarista. Prova disso é o poema Cântico do Homem, as prisões nos aljubes[2] da PIDE[3] e o embargo de algumas obras. (…) A escalada dos grandes fascismos europeus coincidiu com a maturidade física e intelectual de Miguel Torga. Mussolini marchava sobre Roma, bombardeara a Abissínia e, mais tarde, atacara a França pelas costas, para comprazer ao parceiro, Adolfo Hitler. Implantada no coração da Europa, a «pata rugosa» do nazismo hitleriano ia atirar o mundo para os horrores da Segunda Guerra Mundial. Franco, disposto a fuzilar meia Espanha, se tanto fosse necessário, fuzilava e decapitava «rojos»[4] em série. Em Portugal, Salazar, que, para Torga, era um homem dotado do«conhecimento satânico do preço dos homens», transforma-se, aos olhos do poeta do Diário, num enorme «pulmão de aço» pelo qual obrigava todo o país a respirar. Foi nesta data que Torga se meteu a viajar pelo Velho Mundo. O resultado dessa viagem foi o seu primeiro livro em prosa, O Quarto Dia da Criação do Mundo. Um alarme aos homens do seu tempo e um violento desafio a todos os que reputava seus tiranos. Imediatamente preso pela PIDE, foi encarcerado no Aljube. (…)

Foi tanta a negrura e a fome, que os seus contemporâneos esqueceram de todo que havia letras e pensamento.

António Freire, Lendo Miguel Torga (adaptado)

1. Escreva, na folha de respostas, o número de cada item, seguido da letra que identifica a alternativa correta.



1. 1. A obra de Torga, «O Quarto Dia da Criação do Mundo» (linha 14), constitui um

(A) elogio aos seus compatriotas.

(B) desabafo dirigido ao povo.

(C) alerta aos seus contemporâneos.

(D) apelo dirigido aos governantes.



1.2 A utilização das expressões«‘conhecimento satânico do preço dos homens’» (linha 10) e «‘pulmão de aço’»(linha 11) constitui, da parte de Torga, uma

(A) crítica severa à atuação de Salazar.

(B) análise neutra da política salazarista.

(C) censura suave ao papel de Salazar.

(D) reflexão objetiva sobre a governação salazarista.



VERSÃO I



1.3. Em«para comprazer ao parceiro, Adolfo Hitler.» (linha 6), o constituinte «ao parceiro» desempenha

a função de

(A) sujeito.

(B) complemento direto.

(C) vocativo.

(D) complemento indireto.



1.4. Os elementos textuais «Miguel Torga» (linha 1), «Miguel Torga» (linha 4), «Torga»(linha 9), «poeta do Diário» (linha 11) e «Torga» (linha 12) asseguram a coesão

(A) lexical.

(B) frásica.

(C) temporal.

(D) interfrásica.

2. Classifique a oração sublinhada em “os seus contemporâneos esqueceram de todo que havia letras e pensamento



3. Indique a função sintática desempenhada pela oração sublinhada em 2.



4. Classifique a oração iniciada por «que» em “Foi nesta data que Torga se meteu a viajar pelo Velho Mundo.”



III



Elabore uma reflexão (200-300 palavras) sobre o significado da responsabilidade cívica na construção do futuro, partindo da perspetiva exposta no excerto abaixo.

Fundamente com dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.



“Querem ficar para a História como Deolindos [5]- ou tomar em mãos o futuro e tentar fazer História? As causas da geração precária só serão verdadeiramente consequentes se as outras gerações forem convencidas de que estas lutas também lhe dizem respeito. No trabalho, em casa e na rua.”

Miguel Carvalho, “Os «Deolindos» e a História”,VISÃO, 9/03/2011.


[1] Reagiu violentamente.
[2] Aljube é uma prisão, em Lisboa, onde se encarceravam presos políticos. Por extensão, “prisões”.
[3] Sigla de “ Polícia Informação e Defesa do Estado”,polícia política do Estado Novo.
[4] À letra, vermelhos; nome dado em Espanha aos militantes dos partidos da esquerda e aos comunistas.
[5] Alusão aos Deolinda, autores da música “Que parva que eu sou”.



02 maio 2013

Felizmente há Luar!

FHL, numa encenação de Cláudio da Silva, 2011

Síntese informativa:

ESTRUTURA



Estrutura externa – peça em 2 actos;
Ø Estes atos são constituídos por vários quadros, compostos por diversas:
Ø cenas (cada vez que se altera o número de personagens/sempre que entra ou sai uma personagem, temos uma nova cena);
Ø falas - cada vez que uma personagem intervém temos uma fala;

Ø O I acto apresenta, nos sucessivos quadros, os mecanismos do Poder;

Ø O II acto incide sobretudo na resistência contra o Poder.

a) Tempo histórico: século XIX, 1817, entre o final das Invasões Francesas e a Revolta Liberal de 1820
b) Tempo da escrita: 1961, época dos conflitos entre a oposição e o regime salazarista, intensamente vividos/testemunhados por Luís de Sttau Monteiro, escritor, jornalista, cronista
c) Tempo da representação: cerca de 1h30m/2h
d) Tempo da ação dramática: a ação está concentrada em 2 dias
Espaço físico: a ação desenrola-se em diversos locais, exteriores e interiores; não há nas indicações cénicas referência à mudança de cenários / a cenários diferentes (ver caraterísticas do teatro épico)
Espaço social: meio social em que estão inseridas as personagens, havendo vários espaços sociais, distinguindo-se o meio das várias personagens pelo vestuário (as roupas andrajosas, por ex.) e pela linguagem