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03 junho 2013

MODOS |MODALIDADE| TIPO DE FRASE| ATO ILOCUTÓRIO...

A Ainda sobre MODOS

MODO CONJUNTIVO

  • «verbos de expectativa como esperar, seleccionam o modo conjuntivo» 
  • «o conjuntivo é o modo exigido nas orações que dependem de verbos cujo sentido está ligado à ideia:
de ordem,
de proibição,
de desejo,
de vontade,
de súplica,
de condição
..... 


É o caso, por exemplo, dos verbos desejar, duvidar, implorar, negar, ordenar, pedir, proibir, querer, rogar e suplicar» 


"Não é por acaso que, quando alguém nos coloca perante a perspectiva de algo desejado, seja habitual dizermos «Esperemos…» (e não «Esperamos»), porque só o verbo no conjuntivo traduz a ideia de vontade, de desejo do emissor" 

Fátima Oliveira, no capítulo «Modalidade e modo»,
de Gramática da Língua Portuguesa (in Ciberdúvidas)



MODOS |MODALIDADE| TIPO DE FRASE| ATO ILOCUTÓRIO...
"porque isto anda tudo ligado" 

«o modo imperativo está relacionado com a modalidade deôntica» (Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 247) que está presente na frase «Você deve fazer uma ilustração sobre o tema» devido ao valor deôntico do verbo modal dever, relacionado com «obrigação e permissão» (idem, p. 245), verbo este que se constrói com outros verbos no infinitivo.

Na frase  -  «Você deve fazer uma ilustração sobre o tema»  -, é evidente a expressão de obrigação que o verbo dever transmite, transparecendo a perspetiva do enunciador sobre a obrigatoriedade do recetor em relação a determinada situação, dando a ideia de uma proposta, de um conselho ou de uma ordem.

Ora, indiretamente, está implícito o valor imperativo desse discurso.
O modo imperativo diferencia-se dos outros modos na medida em que se especializou na expressão da modalidade deôntica, relacionada com a ordem.

Para além disso, não há dúvida de que se trata de uma frase imperativa, uma vez «que expressa um ato ilocutório diretivo, ou seja, com que, através do seu enunciado, o locutor visa obter num futuro imediato a execução de uma determinada ação ou atividade por parte do ouvinte».


***
Atenta nesta dúvida
[Pergunta]

Agradecia que me esclarecessem quanto à modalidade epistémica (certeza ou possibilidade), se a há, nos seguintes enunciados:

«Ulisses era grego.»

«Ela tem 15 anos.»

«A caneta está estragada.»


RESPOSTA
As frases apresentadas incluem um elemento modalizador, o próprio modo das formas verbais que nelas ocorrem.

O valor modal dessas frases está associado ao modo indicativo («era», «tem», «está»), mediante o qual o falante exprime a sua certeza relativamente ao conteúdo da frase que produz.

Isto significa que a modalidade também se manifesta numa asserção, mesmo que não ocorra outra marca linguística a não ser o modo verbal.

Assim, no caso das asserções, o modo indicativo marca o valor modal de certeza, que é um dos valores compreendidos na modalidade epistémica (...), sendo parafraseável por «Tenho a certeza de que Ulisses era grego», etc.


"Assinale-se que o DT (Dicionário Terminológico) não inclui o termo modalidade apreciativa, nem como entrada nem como termo ocorrente em verbete. " (in Ciberdúvidas)

Em síntese:

«A modalidade deôntica diz respeito às circunstâncias externas (pessoais, regras sociais ou normas…) que permitem ou obrigam o participante a envolver-se na situação. (…)

A modalidade epistémica está relacionada com o domínio da incerteza, da probabilidade».

O verbo modal poder pode ser utilizado para expressar:
  • possibilidade (modalidade epistémica) e
  • permissão (modalidade deôntica)
  •  Convém referir, no entanto, que há frases que suscitam ambigu[ü]idade, como por exemplo: «A Sofia pode sair.»
In Ciberdúvidas


9 comentários:

Anónimo disse...

Fernando Pessoa ortónimo manifesta a incapacidade de atingir a plena felicidade pois este não se limita a sentir revelando uma extrema racionalização: "o que em mim sente ´sta pensando".
No poema "Ela canta, pobre ceifeira" o sujeito poético mostra a oposição entre a inconsciência e a consciência, ao contrário da ceifeira que sente alegria e satisfação sem saber que a sente, este não pode sentir essa alegria sem pensar nela, ambicionando ser inconsciente preservando a consciência de o ser: " Ter a tua alegre inconsciência,e a consciência disso!".
Como no poeta tudo é pensamento, gera-se um clima de tristeza e frustração não atingindo assim a tão desejada felicidade.

Carina Duarte
Jéssica Neto
Márcia Santos
12ºA

henrique disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

A relação de Blimunda e Baltasar é caracterizada ao longo da obra, Memorial do Convento, como uma relação livre— pois Sete-Sóis e Sete-Luas conhecem-se espontaneamente, no auto de fé e escolhem ficar um com o outro.
Baltasar e Blimunda vivem um amor puro e verdadeiro, sem regras e instintivo; contrastando com D. João V e D. Maria Ana e com o casamento da infanta Maria Bárbara, em que ambos têm uma relação contratual e sem amor.
Compreensivelmente, Baltasar e Blimunda permanecem sempre unidos, mesmo quando Sete-Sóis morre e Blimunda recolhe-lhe a vontade, salvando-o: “(…)Desprendeu-se a vontade de Baltasar Sete- Sóis, mas não subiu para as estrelas, se á terra pertencia e a Blimunda”, pois a força e a pureza do amor que nutrem é maior que todas as adversidade.

Catarina Ramos
Rita Vicente
12ºA

Anónimo disse...

Um leitor do séc. XXI ao contactar com Os Lusíadas apresenta duas reações distintas. Por um lado, considera esta "obra laboriosa e árdua de ler" devido à sua extensão e à linguagem que é utilizada. Camões recorre a processos linguísticos como os latinismos e as formas alotrópicas, para que a sua escrita esteja à altura dos feitos heroicos retratados. Estão também presentes diversos recursos estilísticos, destacando-se a perífrase e o hipérbato como é evidenciado na proposição , o que, por vezes, dificulta a compreensão da obra.

Por outro lado, enaltece o povo português, mostrando as glórias alcançadas no passado. Camões crítica ainda os seus contemporâneos pela "ambição", "tirania" e "cobiça". Assim, o leitor apercebe-se da intemporalidade da obra levando-o a refletir sobre o que pode mudar na sua sociedade.

Ana Marta
Laura Antunes
Mariana Antunes
12ºA

henrique disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
henrique disse...

A obra '' Os Lusiadas'', sendo uma epopeia, tem o objetivo de enaltecer os que '' por obras valerosas se vão da lei da Morte libertando'', neste caso o povo português. Este, segundo Camões, merece ser cantado pois além de conseguir ultrapassar ''hórridos perigos'' conseguiu também ultrapassar a sua condição de '' bicho da terra tão pequeno''.
Contudo, o poeta não só enaltece o povo português como também critica nos finais de cantos, os seus contemporâneos pela corrupção, tirania e ambição desmedida, referindo também que para conseguir alcançar o estatuto de herói tem de se sair da sombra dos antepassados e aceitar este estatuto apenas quando merecido.
Com estas duas faces, uma delas menos gloriosa onde emerge as dúvidas, as criticas e o sentimento de crise, o poeta deixa uma mensagem intemporal na qual a glória do passado deverá ser encarada como um exemplo do presente para poder construir um futuro grandioso.
Henrique Pinto e Linda Ines

Anónimo disse...

Alberto Caeiro tenta não questionar a sua existência, aceita o seu lugar no universo, integrando-se como mais um elemento na Natureza - "sou qualquer coisa de natural"- é o criador do sensacionismo, defende que a existência deve ser considerada antes do pensamento e o corpo antes do espírito. vive no presente, despresando o passado e o futuro.
Pelo contrário, Fernando Pessoa ortónimo revive memórias da sua infância e encontra nelas, assim como no sonho, uma fuga a realidade. Procura a decifração do enigma do ser , isolando-se do mundo e realizando uma busca interior - " não sei se é sonho se realidade/ se uma mistura de sonho e vida"-onde procura saber mais sobre si. Tendo vindo assim a afastar-se cada vez mais dos ensinamentos do seu mestre Alberto Caeiro.


Cláudia Estêvão
Eliana Janeiro
Liliana Teles
12ºA

Anónimo disse...

O fingimento poético traduz a complexidade do ser humano, já que o poeta evidencia a capacidade de se distanciar do sentimento não dando uso ao coração, mas recorrendo à imaginação. Daí que o eu poético procure racionalizar a dor, apartando-se da mentira da emoção que, tal como o comboio de corda, entretém a razão. Assim sendo, “O poeta é um fingidor” porque transfere para a poesia não as emoções vividas, mas as emoções fingidas e pensadas, transformando a escrita numa obra da razão – “Sentir? Sinta quem lê!”. O fingimento poético levado ao extremo é espelhado na heteronímia, que traduz diferentes formas de pensar o mundo.

Ana Nogueira
Maria Pio
Mariana Mendes
12º A

Anónimo disse...

Ainda que fora do tema do post, deixamos aqui o texto produzido em aula sobre a maneira como o carácter de D. João V é determinante na acção de Memorial do Convento.

"O carácter de D. João V é determinante na obra a vários níveis. Por um lado, a sua paixão pela ciência e pela tecnologia levaram a que apostasse em toda a inovação e acreditasse nela. Exemplo disso é a passarola e a maneira como protegeu o padre Bartolomeu - "Se não fosse a protecção de el-rei..." -apoiando os seus esforços.
Por outro lado, a necessidade de exuberância e megalomania do rei também são determinantes na obra: as dimensões do convento exigidas eram de tal maneira absurdas que grande parte dos artistas necessários eram estrangeiros. Além disso, a pressa de que o convento fosse construído levou à "recolha" massiva de mão-de-obra, o que também mostra a influência do seu carácter na obra."

João Desidério, João Rodrigues, Catarina Silvestre, 12ºA