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07 junho 2013

Mais exercícios


Continuamos com a publicação de contributos que fui recebendo referente a exercícios de treino para exame.

Este chegou há muito e já fizemos em aula outros de Memorial.

Mas agora há que rever, para ficar fresco.



Exame 2010 2a. Fase




1.      Antes da apresentação de Scarlatti à máquina maravilhosa, o músico não apresentava grandes sinais de exaltação, isto é, abrigado à sombra de um plátano “Não parecia curioso do que o rodeava”, estava indiferentemente a observar as andorinhas que passavam o palácio sem demostrar nervosismo (“olhava tranquilo as janelas do palácio”). Mesmo a segundos de desvendar o grande segredo Scarlatti permanecia sereno (“Sem precipitação, tão tranquilamente como antes estivera olhando as andorinhas, (…) tirou a venda”).

2.      Padre Bartolomeu diz Scarlatti que só de olhos vendados se chega ao segredo”; ao dar esta resposta ao Padre, Scarlatti expressa que muitos dos segredos nem sempre são desvendados, nem sempre se “sai” de um segredo de olhos destapados, nem sempre se desvenda o segredo.

3.      Baltazar, trabalhador, apaixonado, inábil, vê a passarola como uma máquina voadora, um objecto físico que permite levitar, algo que apenas por ter a forma de uma ave, já seria capaz de voar (“ basta ter forma de ave para voar”). Já Scarlatti via a “ave gigantesca” de um modo diferente, aquela monstruosa máquina possuía algo de transcendente para poder voar, segredo que ele desconhecia, mas que era uma coisa mágica e sobrenatural (“o segredo do voo não é nas asas que está”).


4.      Durante a confrontação de Scarlatti relativa aos  dois casais (Baltasar e Blimunda e Vénus e Vulcano) o autor assume uma atitude de comentador, criticando a comparação clássica feita pelo músico (“óbvia comparação clássica”) - comparação esta que já seria de esperar de um membro da sociedade como Scarlatti. A comparação grosseira em nada caracterizava e até menosprezava Baltasar e Blimunda, daí o comentário do narrador: “ sabia lá ele como é o corpo de Blimunda debaixo das roupas grosseiras que veste, e Baltazar não é apenas o tição negro que aparece”; o romance deste casal da obra em muito ultrapassava o romance vivido pelas duas divindades “em alguma coisa há-de um simples mortal prevalecer sobre as divindades”.

Maria

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