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22 fevereiro 2013

O SONO - Profª Doutora Helena Rebelo Pinto na HN



Não deixes perder a oportunidade!

Diz aos teus pais para não perderem!

Exmo. (a) Sr.(a)  Encarregado(a) de Educação:

Dormir bem é uma necessidade. Porém, muitas vezes estamos demasiado ocupados para dormir.
A questão torna-se ainda mais preocupante quando se trata do sono de jovens em idade escolar, já que a aprendizagem fica comprometida.

Assim, a Escola Secundária Henrique Nogueira e Projeto “Dormir + para Ler Melhor”, gostariam de o convidar a estar presente numa sessão de sensibilização para a necessidade do sono nas nossas crianças e nos nossos adolescentes, que decorrerá na Biblioteca da escola, no dia 1 de Março, pelas 18.00, com a presença da Profª Doutora Helena Rebelo Pinto.

Esta especialista é licenciada e doutorada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Reconhecida especialista em Psicologia da Educação e da Orientação Vocacional, pertence à equipa do Centro de Eletroencefalografia e Neurofisiologia Clínica, e na sessão abordará os problemas de sono, nomeadamente a nível académico. A oradora é coautora, entre outros, do livro «Os Mistérios do Sono», distinguido com um prémio da Associação Mundial de Medicina do Sono.
Nessa sessão serão ainda divulgados os dados referentes ao “Questionário para Adolescentes – AS” aplicado a mais de 700 alunos da escola durante o ano letivo 2011/12, no âmbito da iniciativa Sono-Escolas e apresentadas as iniciativas previstas.

Com os melhores cumprimentos
A equipa

Conceição Gonçalves               Noémia Santos



Eu, ___________________________________________ Encarregado de Educação do(a) aluno(a) ___________________________________ da turma _____ do 12 ano


Pretendo estar presente na sessão de sensibilização sobre a higiene do sono

Não pretendo estar presente na sessão de sensibilização sobre a higiene do sono

Assinatura: ________________________________________________
Data: _________________________

Correção do exame intermédio de Português - 12.º ano - 2013

Que boa ideia vir para o Espanhol! Tudo ali lhe agradava – o aparador envernizado, o
espelho com o caixilho resguardado por uma gaza cor-de-rosa, e o retrato de Prim, num
cavalo empinado, agitando um estandarte. E foi quase com orgulho que, depois do café,
acendeu o seu charuto e se foi encostar à varanda: a tarde limpara, as ruas secavam sob o
norte frio; uma carruagem que passou, com dois criados de casacos brancos, fê-lo pensar que talvez fosse Ela, a sua desconhecida do vestido de xadrez: quando se agachou para espreitar, entreviu um homem gordo de lunetas! Mas todos os seus desejos de amores, de luxo, de celebridade, tinham-se posto a chalrar como pássaros acordados. Examinava avidamente as toilettes dos homens; achou adoráveis duas senhoras que atravessavam a calçada, com os vestidos apanhados, mostrando as saias brancas que lhes batiam o tornozelo. Nunca imaginara Lisboa tão vasta, tão aparatosa, e parecia-lhe que as ideias deviam ter decerto a amplidão das ruas, e os sentimentos a elegância dos vestuários.
A rapariga de robe de chambre escarlate veio então debruçar-se à varanda próxima: erguia o rosto, olhava o céu e o tempo. Artur achou-a deliciosa, com o seu pescoço muito branco, as formas copiosas, toda roliça e cálida.
– Quem é esta senhora? – perguntou ele para dentro ao criado que levantava a mesa,
cantarolando.
O moço chegou-se, espreitou:
– É a Mercedes. – E fitando as botas de Artur com um bamboleamento triste de cabeça
esguedelhada, repetiu ainda: – Estão na última. Já usted vê!…
Artur encolheu os ombros, furioso. De resto, observando os homens na rua, já pensara que o seu fato de Oliveira era maltalhado e provinciano: por isso só saiu à noite, depois de aceso o gás.
Com que deleite pisou enfim as lajes ainda húmidas dos passeios, respirou a friagem de
inverno, o ar de Lisboa, que, depois do pesadume das ruazitas de Oliveira, lhe parecia ter a
vitalidade oxigenada onde se dilatam as faculdades! Embasbacava para as vitrinas alumiadas das lojas; estacava, pasmando para os rostinhos pálidos das mulheres que passavam; voltava‑se com admiração para seguir as carruagens de criados perfilados; e da claridade do gás, da vastidão das ruas, da multidão sussurrante, vinha-lhe como que uma sensação de atividades espalhadas, de paixões, de grandezas vagas que o perturbava: era como se a atmosfera estivesse saturada das emanações de uma vida rica, sábia, idealizadora e ardente! Mas sentia-se acanhado: apesar de lhe apetecer prodigiosamente uma gravata azul que viu num mostrador, não ousou entrar na loja; o trotar das parelhas entontecia-o; o andar desenvolto dos homens, falando alto, dava-lhe um medo pueril de agressões; tinha vergonha do seu velho paletó, mais curto que as abas da sobrecasaca que trazia; sentiu-se mesmo agradecido a um sujeito que lhe pediu lume, cortesmente, como se recebesse dele um ato de benevolência. O homem, depois de acender o charuto, disse para outro que esperava, assobiando:
– Para o Martinho, hem!?
E Artur foi-os seguindo timidamente, ansioso por ver o Martinho! Pareceu-lhe esplêndido, com a acumulação dos chapéus altos entre os espelhos dourados, sob uma névoa de fumo de tabaco, no bruaá contínuo das conversas. Não se atreveu a entrar. À porta um grupo palrava, e Artur contemplava-o de longe, com devoção, pensando que deviam ser poetas e estadistas…
Subiu-lhe então de repente ao cérebro um vapor excitante de emanações intelectuais:
teve pressa de entrar naquela existência – relacionar-se, regalar-se das discussões sobre
Arte e Ideal, «ser também de Lisboa!»
Eça de Queirós, A Capital, Porto, Lello & Irmão, 1979

Ver a prova, os critérios e a correção completa em:

http://www.gave.min-edu.pt/np3/430.html



Ainda assim:


Grupo I


1. Características do espaço que deslumbram Artur:
  • o mobiliário bem cuidado e luxuoso («o aparador envernizado, o espelho com o caixilho resguardado por uma gaza cor-de-rosa»);
  • a pintura («e o retrato de Prim...»);
  • a vista proporcionada da cidade («as ruas secavam sob o norte frio...», «uma carruagem que passou, com dois criados de casacos brancos...»);
  • a elegância dos transeuntes («Examinava avidamente as toilettes dos homens; achou adoráveis duas senhoras que atravessavam a calçada, com os vestidos apanhados, mostrando as saias brancas...»);
  • os veículos em circulação («uma carruagem que passou, com dois criados de casacos brancos...»);
  • a vastidão e o aparato de Lisboa («Nunca imaginara Lisboa tão vasta, tão aparatosa...»).

2. O diálogo entre o criado e Artur, nomeadamente uma fala do primeiro referindo-se às botas do segundo («- Estão na última. Já usted vê!...») , revela o provincianismo e a pobreza do seu vestuário / calçado, que está gasto de tanto uso e fora de moda.
          Ao constatar o facto, Artur decide só sair «à noite» porque, desse modo, ficaria menos exposto / visível o seu aspeto pobre e provinciano, isto é, passaria despercebido a coberto da escuridão noturna e pela iluminação a gás.

3. Contraste entre as diferentes emoções sentidas por Artur:

  • o fascínio, deslumbramento, espanto e admiração:
  • o deleite inicial ao passear por Lisboa, motivado pela novidade do que vê e pela modernidade da cidade;
  • o fascínio ao contemplar as vitrinas iluminadas das lojas;
  • o espanto e a admiração ao observar as mulheres com que se cruza, pelas carruagens, pela vastidão das ruas, pelo movimento e pela multidão;
  • a perturbação motivada pela atmosfera «saturada das emanações de uma vida rica, sábia, idealizadora e ardente!»; 
  • a vergonha e o sentimento de inferioridade:
  • o acanhamento e o sentimento de inferioridade («Mas sentia-se acanhado...»);
  • o entontecimento motivado pelo ambiente citadino («o trotar das parelhas entontecia-o»);;
  • o medo infantil de agressões («o andar desenvolto dos homens, falando alto, dava-lhe um medo pueril de agressões»);
  • a vergonha do seu vestuário, velho, gasto, fora de moda («tinha vergonha do seu velho paletó, mais curto que as abas da sobrecasaca que trazia...»);
  • a sensação de alívio, motivada pelo pedido de lume.

4. A expressão traduz o desejo de integração sentido pela personagem, de fazer parte daquela, regalar-se das discussões sobre Arte e Ideal»), de frequentar os mesmos espaços.








Grupo II

               Versão 1                    Versão 2

1.1.              C                                 A    

1.2.              A                                 D

1.3.              B                                 C

2.1. A oração subordinada adjetiva relativa é a seguinte: «que por lá põem os pés».

2.2. A expressão «o viajante» desempenha a função sintática de sujeito.

19 fevereiro 2013

Complemento do nome


Ainda sobre a dúvida surgida: 

žComplemento do nome - complemento que é selecionado por um nome 
O complemento do nome pode ser:
. um grupo preposicional (oracional (i) ou não oracional (ii)) ou, menos frequentemente,
. um grupo adjetival (iii).

žUm nome pode selecionar mais de um complemento (iv). Os complementos do nome são de preenchimento opcional.

Exemplos
ž(i) [A ideia [de que o João aceitaria o lugar]] é absurda. ([de que o João aceitaria o lugar] é o complemento do nome "ideia" no grupo nominal [a ideia de que o João aceitaria o lugar])

ž(ii) [A construção [do edifício]] parece-me difícil. ([do edifício] é complemento do nome "construção" no grupo nominal [a construção do edifício])
ž(iii) [A pesca [baleeira]] tem vindo a aumentar. ([baleeira] é o complemento do nome "pesca" no grupo nominal [a pesca baleeira])
ž(iv) [A oferta [de livros] [às bibliotecas escolares]] é importante. ([de livros] e [às bibliotecas escolares] são complementos do nome "oferta" no grupo nominal [a oferta de livros às bibliotecas escolares]).

Está percebido?

Intermédio

Para facilitar, juntei (alterando a data) vários «posts» relativos à gramática que fomos publicando ao longo do ano. 


Atenção: coloco as 3 questões e respostas respetivas da PROVA 639, 2012, 2ª fase, muito semelhantes às dúvidas hoje colocadas.

II 2.
2.1.
Identifique a função sintática desempenhada pela expressão «o nosso quotidiano» (linhas 10 e 11).
Complemento direto

...as palavras se multiplicaram e estão agora em todo o lado, digitais ou analógicas, impressas,«pixelizadas», projetadas à nossa volta, preenchendo e saturando de significados o nosso quotidiano


2.2.
Indique o antecedente do determinante possessivo que ocorre em «a sua subordinação à hegemonia
das imagens» (linhas 15 e 16).

das palavras

...relação possível entre o esvaziamento das palavras e a sua subordinação à hegemonia das imagens, das quais se diz agora valerem, cada uma delas, mais do que mil palavras, num câmbio tão duvidoso quanto sugestivo.


Desidério
- é só «das palavras» porque o esvaziamento e a subordinação à hegemonia das imagens são dois polos relativos a imagens - relação entre X e Y


2.3. 
Classifique a oração «ainda que o seu impacto se apresente inegável» (linha 35).

  (Oração) subordinada (adverbial) concessiva





Atos ilocutórios (revisão)



As palavras e as intenções que elas transportam

Ato ilocutório assertivo

Os atos ilocutórios assertivos comprometem o locutor, em maior ou menor grau, relativamente ao valor de verdade ou de falsidade dos enunciados.

Admito que o jogo correu mal.

Negou que tivesse copiado pelo colega.

Acho possível entregar o trabalho amanhã.

Encontrei-o a jantar no restaurante.

Tiveste nota negativa no teste.

Estes atos linguísticos realizam-se com base em:

.verbos assertivos: admitir, acreditar, afirmar, concordar, confessar, descrever, discordar, informar, negar, responder...

.expressões verbais: considerar certo, achar possível, achar necessário, colocar uma hipótese...

.frases simples com conteúdo equivalente às que contêm os verbos ou expressões verbais mencionadas.


Ato ilocutório compromissivo

0 ato ilocutório compromissivo expressa a intenção assumida do locutor vir a praticar uma acão futura. Há uma obrigação sob a forma de promessa (se positiva), ou de ameaça (se negativa) que envolve o(s) interlocutor(es).

Prometo que vou estudar mais.

Juro que estou a dizer a verdade.

Exijo um bom comportamento.

Encontro-te à saída.

Estarei à hora marcada.

Até sábado. à mesma hora.

Os atos ilocutórios compromissivos podem construir-se com base em

1)verbos compromissivos: comprometer, jurar, prometer, tencionar...

2)frases simples com utilização do futuro ou presente do indicativo;

3)expressões elípticas.



Ato ilocutório expressivo


Os atos ilocutórios expressivos exprimem estados psicológicos do locutor relativamente ao interlocutor e a um estado de coisas especificado.

Agradeço a ajuda.

Lamento o incômodo.

Desculpa o atraso.

Adoro marisco.

Odeio a falta de sinceridade.

Acho mal que chegues atrasado.

Muito obrigado, por teres ligado.

Parabéns!

Bom dia!

Que paisagem fabulosa!




Os atos ilocutórios expressivos podem construir-se com base em:

1)verbos ilocutórios expressivos: adorar, agradecer, congratular-se, deplorar , gostar, lamentar, odiar...

2)expressões verbais com advérbios que criam universos de referência: achar bem, achar mal...

3)expressões exclamativas, frases ou não, com adjectivos valorativos, advérbios e verbos experenciais, expressivos ou afectivos.


Ato ilocutório declarativo / DECLARAÇÃO


Os atos ilocutórios declarativos criam um estado de coisas novo (criam/alteram a própria realidade} pela realização simples de uma declaração.

Declaro o réu inocente.

Declaro-vos marido e mulher.

Nomeio-o meu representante legal.

Baptizo-te com o nome de ...

A aula terminou.

Estas declarações alteram a situação, pois são expressões verbais da realidade que elas próprias criam: alguém fica inocente, casado, baptizado, etc..

Para que a declaração seja bem sucedida, é necessário que o enunciado seja proferido por um representante de uma instituição extra-linguística, como o tribunal (o juiz}, a igreja (0 padre perante os noivos}, o estado (o Conservador do Registo Civil perante os noivos}...

Os atos ilocutórios declarativos podem construir-se com base em

1)verbos declarativos: declarar, nomear...

2)frases declarativas.


Ato ilocutório diretivo

Os atos ilocutórios diretivos demonstram a intenção do locutor em incentivar o interlocutor a fazer ou a dizer alguma coisa. Manifestam a vontade ou o desejo do locutor em levar o interlocutor a realizar uma ação futura.

Anda cá.

Passe-me a pasta, por favor.

Preciso que consultes os textos de apoio.

Queres fazer o trabalho individualmente?

Diz-me as horas./Que horas são?

Fecha a janela!/Não te importas de fechar a janela?


Os atos ilocutórios directivos directos na expressão da ordem, pedido, sugestão ou conselho podem basear-se em

1)frases imperativas ou equivalentes (com o verbo no imperativo, no indicativo ou no conjuntivo);

2)verbos directivos: aconselhar, avisar, convidar, esperar, exigir, implorar, lembrar, mandar, obrigar, ordenar, pedir, proibir, querer, requerer, suplicar...

3)frases simples interrogativas (pedidos de informação) -as perguntas visam obter do interlocutor a execução de um acto de fala;

4)frases complexas com verbos de inquirição como perguntar, interrogar, inquirir, investigar (pedidos de informação).

As frases com os verbos pedir ou ordenar pressupõem que o locutor assume uma posição de autoridade em relação ao interlocutor.

*******************************************************

Ato declarativo assertivo / DECLARAÇÃO ASSERTIVA

Dentro dos actos ilocutórios declarativos estão incluídos os assertivos, que reúnem os objectivos ilocutórios de asserções (verdade, sinceridade} e de declarações (alteração do estado de coisas}.
Ex:
Ao declarar alguém inapto para o serviço militar, ou alguém excluído de um concurso, o locutor, investido de uma autoridade específica, é responsável pela tomada de decisões, como as do árbitro num jogo de futebol ou as dum gestor ou gerente numa empresa.

É a resposta da Carina que está correcta.

Declaro que cometeu uma falta.

As declarações assertivas integram-se nos atos declarativos indiretos.






                                                                                                                                                                                                Imagem do filme E.T. (1982), de Steven Spielberg


                  Às vezes um gesto vale mil palavras!


(Atenção: as páginas dos exercícios foram consultadas em 21 de janeiro 2013.
O exercício  publicado na pág. do Min. Educação ainda mantém a ortografia
anterior)





A imagem dos robots pertence a WALL·E -  filme de animação americano de 2008 dirigido por Andrew Stanton ( Pixar Animation Studios)