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28 janeiro 2012

Sonho. Não sei quem sou neste momento

Para os alunos que foram à aula de esclarecimento de dúvidas e preparação para o teste, aqui ficam os registos do quadro e as pistas resultantes da análise em aula.

Assim:

No poema conjugam-se algumas das temáticas, das linhas de força da poesia do FP ortónimo, de que se destacam:

- a estranheza e o desconhecimento do sujeito em relação a si, ao próprio ser em cada momento; a procura incessante do «eu»

- a tensão/o binómio saber (pensar)/sentir

- a existência (ou a conscência dela) como engano/logro; repara nas palavras que remetem para engano: erro (nome), erro (verbo), parece, lapso, ilusões, fantasmas

- a negação do ser como limitado, contido fixo - "não tenho ser nem lei"; repara nos adv. de negação, de exclusão, etc: não, ninguém, nada, nem...

Relembra a este propósito o poema analisado em aula e registado no caderno:

Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.

Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?

Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.

Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.


- O sonho associado ao dormir (Durmo/Dorme) - enquanto espaço de evasão, de insciência (= ausênciad e ciência, de conhecimento; ignorância); relembra:

Sonhar é esquecer e esquecer não pesa.

- a solidão/afirmação de liberdade (e/ou de abandono?) - "coração de ninguém"

Bom trabalho!

26 janeiro 2012

Esclarecimento de dúvidas e exercícios


ATENÇÃO!

Para quem necessitar haverá um encontro para esclarecimento de dúvidas e realização de exercícios

Na 6ª feira, dia 27 de janeiro,
das 10h30 às 12h,
no monobloco 2

Tipo de trabalho a realizar:
- esclarecimento de possíveis dúvidas ainda existentes, relativas ao teste formativo (p. 94)
- esclarecimento de dúvidas relativas a exercícios que tenham feito sobre a poesia de F. Pessoa e/ou Gramática
- exercícios sobre outros poemas, para treino
- comentário ou correção de textos que tenham feito como preparação para o grupo III

- Relembrar padrões de correção deste tipo de análise de poemas, de acordo com os critérios dos Exames (quem ainda não imprimiu, consultar:
http://cdn.gave.min-edu.pt/files/388/Portugues_639_CC1_11.pdf

Façam exercícios dos que estão online (ver "posts" anteriores)!

E, sobretudo, não se deixem vencer por pensamentos negativos:

25 janeiro 2012

Ouvir (+) poemas de Fernando Pessoa

Mais poemas de Fernando Pessoa, para ter o prazer das palavras do poeta, consolidar o vosso conhecimento e permitir confrontos, comparações, aproximações de sentido.

Ouçam com atenção. Tomem notas.






 

Poema "Bóiam leves, desatentos" (F.P.) - leitura e treino de conhecimentos

                              Bóiam leves, desatentos,
Meus pensamentos de mágoa,
Como, no sono dos ventos,
As algas, cabelos lentos
Do corpo morto das águas.
 
 
 Bóiam como folhas mortas
À tona de águas paradas.
São coisas vestindo nadas,
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas.
 
 
 Sono de ser, sem remédio,
Vestígio do que não foi,
Leve mágoa, breve tédio,
Não sei se pára, se flui;
Não sei se existe ou se dói.
 Fernando Pessoa, Cancioneiro, Comp. José Aguilar, Rio de Janeiro, 1972
(GAVE - Prova Escrita de Português A, 12.° ano, 1997, 1.a Fase, 2.a Chamada)




Hipótese de trabalho 1

Elabore um comentário global do texto que acabou de ler, focando os seguintes tópicos:
· marcas de objectividade/subjectividade na expressão lírica do Eu;
· campos semânticos da fragmentação e do negativismo;
· recursos estilísticos e sua expressividade;
· construção da musicalidade;
· marcas características da poesia ortónima pessoana.

Nota: o exercício e a proposa de correção pertencem ao sítio http://www.esa.esaportugues.com/programa/Pessoa/textosFP.htm#3

Hipótese de trabalho 2

Análise do Poema: “Bóiam leves, desatentos”
1. Encontre os elementos que sugerem indefinição e estagnação, que provocam o tédio e o cansaço de viver.

1.1. Mostre como são importantes para a definição do estado de espírito do Poeta.

2. Observe que há uma progressão na construção metafórica: da comparação passa-se à metáfora. Justifica essa progressão.

3. Há dois gerúndios e dois oximoros. Transcreva os versos onde se encontram.

3.1. Explicite o seu sentido.

4. O verso 12 é o verso-chave. Explique o seu sentido.

5. Indique o tema do texto (enquadrando na poesia ortónima).

5.1. Mostre como está desenvolvido.

Ver tópicos de resposta no comentário (mas só depois de responder!)


Fonte: SOS Português, http://storamjoao.blogspot.com/2009/02/analise-de-poemas-fernando-pessoa.htm


24 janeiro 2012

Linguagem - figuras de estilo

A pedido de vários alunos aqui fica um breve lembrete relativo a Figuras de Estilo, com exemplos de F. P.

. Metáfora – Autopsicografia – “Gira, a entreter a razão/Esse comboio de corda/Que se chama coração
. Oxímoro – Tudo que faço ou medito – “Não o sei e sei-o bem”
. Perífrase – Autopsicografia – “Os que lêem o que escreve” (os leitores)
. Antítese – . Isto – antítese: sentimento (coração) – pensamento (razão)

. Adjectivação – . Ela canta pobre ceifeira – “pobre”; “feliz”; “anónima”; “alegre”

Relembro, igualmente, a natureza das figuras seguintes, para os - digamos - menos atentos (leia-se estudiosos)

. Aliteração – repetição do(s) fonema(s) inicial(ais) consonântico(s) de várias palavras dispostas de modo consecutivo.

. Isto – “Eu simplesmente sinto/Com a imaginação/Não uso o coração”

. Apóstrofe – ou invocação consiste na nomeação apelativa de chamar ou invocar pessoas ausentes, coisas ou ideias.

. Ela canta pobre ceifeira – “Ó Céu! Ó campo! Ó canção!...”

. Pleonasmo – consiste na redundância. Esta existe quando, a nível semântico, há a repetição do mesmo significado por dois significantes diferentes na mesma expressão.

. Ela canta pobre ceifeira – “Entrai por mim dentro!”

. Hipálage – consiste na transferência de uma impressão causada por um ser para outro ser, ao qual logicamente não pertence, mas que se encontra relacionado com o primeiro.

. O menino de sua mãe – “No plaino abandonado”  ou
"(...) cigarreira breve"
(o jovem é que está abandonado; a vida do jovem é que foi breve)
. Gradação – consiste na apresentação de vários elementos segundo uma ordenação, que pode ser ascendente/crescente ou descendente/decrescente.

. O menino de sua mãe – “Jaz morto, e arrefece/Jaz morto, e apodrece


O mais importante - é abrir os ouvidos, o pensamento, o coração ... e, em cada poema, perceber o que é novo e relevante, explicitando os sentidos.



Um sujeito...diferente (desempenhado por uma oração)

Como vimos nos exemplos, por vezes a função de sujeito (como a de complemento direto) pode ser desempenhada por uma oração. É o caso das orações subordinadas substantivas, com função de sujeito, que a seguir se apresentam.


Repara nas frases:
«É aconselhável que se faça a prevenção rodoviária.»
«É obrigatório que se respeitem os sinais de trânsito.»
«Que tu tenhas estudado deu muita alegria aos teus pais.»

 Qualquer delas tem um sujeito bem definido. Do ponto de vista sintático, entenda-se. São frases que têm como sujeito uma oração completiva, que pode ser substituída pelo pronome isto ou isso em posição pré-verbal, como se verifica em 1.1, 2.1 e 3.1.

1 — «É aconselhável que se faça a prevenção rodoviária.»
1.1 — «Isso é aconselhável.»
Sujeito — «que se faça a prevenção rodoviária».
Predicado — «é aconselhável». Predicativo do sujeito — «aconselhável».

Frases que têm como predicado um verbo copulativo seguido de necessário, provável, aconselhável, obrigatório, preciso, etc. têm, na sua estrutura habitual, o sujeito em posição pós-predicado. Este sujeito pode ser uma oração completiva com função de sujeito, como é o caso nos exemplos acima.

Pode ainda ser uma oração infinitiva, em frases como «É aconselhável fazer uma pausa», em que «fazer uma pausa» é o sujeito.
2 — «É obrigatório que se respeitem os sinais de trânsito.»
2.1 — «Isso é obrigatório.»
Sujeito — «que se respeitem os sinais de trânsito».
Predicado — «é obrigatório».

3 — «Que tu tenhas estudado deu muita alegria aos teus pais.»
3.1 — «Isso deu muita alegria aos teus pais.»
Sujeito — «Que tu tenhas estudado».
Predicado — «deu muita alegria aos teus pais».


Fonte: Edite Prada, em Ciberdúvidas da  Língua Portuguesa, http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=27918

23 janeiro 2012

Revisões (SINTAXE)

De acordo com o prometido, deixo a síntese informativa  das revisões gramaticais relativas à sintaxe.


Elementos essenciais da oração
Sujeito – expressa o ser sobre o qual se afirma alguma coisa; é o elemento que determina a ação
Tipos de Sujeito:
Sujeito Simples
- é expresso em um só núcleo
Exemplos:
O meu cão gosta de brincar com as crianças.
O Pedro passou de ano.
Lisboa é banhada pelo rio Tejo.
Aqueles meninos brincaram toda a tarde.
Nós trabalhamos todos os dias.
O relógio da torre próxima bateu as nove horas.


Sujeito composto
- é expresso, pelo menos, por dois núcleos, separados por vírgula ou pela copulativa “e”

Exemplos:
O cão e o gato gostam de brincar com as crianças.
O Pedro e a Maria passaram de ano.
Lisboa e Setúbal são banhadas por rios.
Eu, tu e ele trabalhamos todos os dias.


Sujeito Subentendido
- não é expresso (é inexpresso) porque se subentende o agente da ação que aparece expresso em frase anterior ou posterior à frase em causa, quando não se refere às primeiras pessoas gramaticais (Eu e Nós)

Exemplos:
Os meus pais saíram à noite; foram ao cinema.

A primeira frase explicita o sujeito. Por isso, na segunda frase, é desnecessário explicitá-lo novamente por ser o mesmo. Passa, assim, a estar subentendido através da forma verbal que corresponde à mesma pessoa gramatical (3ª pessoa do plural).

Sujeito Indeterminado- distingue-se do sujeito subentendido, porque não vem expresso anterior ou posteriormente à frase em causa, visto o sujeito não interessar tanto quanto a ação em causa. É a ação que se torna centro das atenções da frase:
Exemplos:
(...) Assaltaram hoje muitas lojas na baixa.
Não só se desconhece o sujeito da ação, como aquilo que se pretende realçar é o assalto às lojas, o acontecimento em si.
Disse-se muita asneira naquela palestra.
A partícula “se” denominada “índice de indeterminação do sujeito” tem o mesmo valor que a forma verbal na 3ª pessoa do plural na frase acima: o que interessa é a ação – o ter-se dito asneiras e não quem as disse.

Sujeito Inexistente - existem verbos que não possuem sujeito; são eles verbos que expressam os fenómenos da natureza.
Exemplos:
Trovejou muito esta tarde.
Ventou toda a noite.
Está a chover muito

Predicado
Função sintática desempenhada pelo grupo verbal.

Exemplos
(i) O João [pôs os livros na estante ontem].
(ii) [Surpreende-me] que a Teresa tenha mentido.
(iii) O João [está doente], infelizmente.
(iv) [É óptimo] que possas vir à festa.
Predicado Nominal - É constituído por um verbo copulativo ou de significação indefinida, isto é, que necessita de ser acompanhado de um nome, um pronome, um adjetivo, um advérbio, que referindo-se ao sujeito, completa a sua significação.

Exemplos:
O chocolate é saboroso.
O Miguel continua doente.
A tua mãe está bem.

NOTA: Verbos Coplulativos:
São considerados verbos copulativos os seguintes: ser (i), estar (ii), ficar (iii), parecer (como em "parecer doente"), permanecer, continuar [(iv) - como em "continuar calado"], tornar-se e revelar-se.

Exemplos:
(i) A Teresa está doente.
(ii) A Ana é veterinária.
(iii) A Margarida ficou calada.
(iv) A Margarida continua em Lisboa.»

- Predicativo do Sujeito - É a função sintática desempenhada pela palavra ou expressão que se junta aos verbos copulativos ou de significação indefinida.
Ex: O Paulo parece
triste
 

O predicativo do sujeito pode ser um grupo nominal (ex.: «O João é [professor de Matemática]»), um grupo adjetival (ex.: «O João está muito cansado»), um grupo preposicional (ex.: «O João está no colégio») ou um grupo adverbial (ex.: «O João está aqui» (idem).

Predicado Verbal-
É constituído por um verbo de que por si só pode constituir predicado seguido ou não de complemento.

Exemplos:
O aluno estuda.
A Maria leu o livro.
O João telefonou à namorada.

É constituído por um verbo significativo, que pode ser intransitivo ou transitivo.
Verbos intransitivos — São aqueles que possuem sentido completo, não carecendo, por isso, de qualquer complemento.
O meu sobrinho já nasceu.
Verbos transitivos São aqueles que, possuindo embora significação, se revelam insuficientes para exprimir integralmente a ação, precisando, portanto, de ser completados.

Esse complemento pode ligar-se diretamente ao verbo (complemento direto) ou por intermédio de uma preposição (complemento indireto). Em alguns casos o verbo exige os dois tipos.

Os rapazes jogam futebol. (CD - "futebol")
O presidente falou ao país. (CI - "ao país")
A Maria escreveu uma carta à tia. (CD - "uma carta", CI - "à tia")

- Complemento Direto- É a palavra ou palavras que designam o objeto sobre o qual recai diretamente a ação significada pelo verbo.
O quê?
Construí uma casa.
Os Portugueses difundiram a língua por toda a parte.
Amo a honestidade.

- Predicativo do complemento direto- Alguns verbos pedem, além do complemento direto, uma palavra ou expressão equivalente que, completando a sua significação, qualifica aquele complemento.

Exemplos:
Encontrei-o pensativo.
Considerava-o como um filho.

- Pedem predicativo do complemento direto os verbos transitivos (quando estiverem na voz ativa): Achar, chamar, considerar, nomear, declarar, denominar, tornar, …

- Complemento Indireto- É a palavra ou expressão que designa a pessoa ou coisa sobre a qual indiretamente recai a ação expressa pelo verbo.
A quem?
Emprestei-lhe um livro.
Dou aula aos alunos.





EXERCÍCIOS

Funções sintáticas - testagem

FUNÇÕES SINTÁTICAS

Após teres realizado a revisão dos constituintes da frase/das funções sintáticas, importa reveres os testes que podes aplicar para teres a certeza. Assim:

A) Os testes para verificar qual o constituinte com a função de complemento direto são:

1. A resposta à pergunta «Sujeito+Verbo+o quê?» é o complemento direto.

2. Possibilidade de substituição do complemento direto pelo pronome pessoal «o», «a», «os» ou «as».

Exemplo: A Ana comeu um gelado.

Complemento direto: um gelado.

Testes:

1. A Ana comeu o quê? Um gelado.

2. A Ana comeu-o.

B)Os testes para verificar qual o constituinte com a função de complemento indireto são:

1. A resposta à pergunta «Sujeito+Verbo+a quem?» é o complemento indireto.

2. Possibilidade de substituição do complemento indireto pelo pronome pessoal «lhe» ou «lhes».

Exemplo: O João escreveu uma carta à Maria.

Complemento indireto: à Maria

Testes:

1. O João escreveu uma carta a quem? À Maria.

2. O João escreveu-lhe uma carta.



C) Os testes para verificar qual o constituinte com a função de complemento oblíquo são:

1. Impossibilidade de um constituinte com a função de complemento oblíquo ocorrer numa frase interrogativa com a forma «O que é que SUJEITO fez OBLÍQUO?» ou «O que é que aconteceu a SUJEITO OBLÍQUO?».

2. Impossibilidade de substituição do complemento oblíquo pelo pronome pessoal «lhe» ou «lhes».

Exemplo: O João foi ao Porto.

Teste:

1. *O que é que o João fez ao Porto? Foi.

2. *O João foi-lhe.

21 janeiro 2012

Predicação verbal (revisão)

A pedido de vários alunos, aqui fica um apanhado relativo à predicação verbal, a qual tem, como vimos nas revisões, implicações na natureza das frases, logo, na análise sintática.

Verbos transitivos e Intransitivos
Tópicos:
Verbos Transitivos: Exigem complemento(objetos) para que tenham sentido completo. Podem ser:
- Transitivos diretos
- Transitivos indiretos
- Transitivos diretos e indiretos


Explicitação e exemplos:
Os dois elementos nucleares da frase são o sujeito e o predicado, seja qual for o tipo ou do sujeito ou do predicado.
Estes dois constituintes são a garantia do significado essencial da frase.
Mas observa com atenção as frases seguintes:
1- Nós gostamos de praia.
2- A cidade tem muitas casas.
3- Ela recordava a sua viagem aventurosa.
Se reduzirmos a frase ao sujeito e ao VERBO, o sentido de cada uma das frases não fica garantido. Parece que lhe falta alguma coisa para lhe completar esse sentido. Isto acontece porque os verbos em causa são verbos que necessitam de um complemento que lhe complete o seu sentido.
Nas frases dadas acima, as expressões que vêm imediatamente a seguir ao verbo são indispensáveis para se completar o sentido do verbo, e, portanto, da frase.
Por isso, as frases acima só têm sentido com esse sintagma que tem a função de complemento direto.
·       Aos verbos que necessitam de complemento direto dá-se o nome de verbos transitivos diretos.
·       Outros verbos, para além do complemento direto, necessitam ainda de um complemento indireto:
O pai ofereceu um livro a cada filho.
Teste:
O complemento direto é a resposta à pergunta
Ofereceu o quê?
E a resposta é:
Ofereceu um livro.
O complemento indireto é a resposta à pergunta:
Ofereceu a quem?
E a resposta é:
Ofereceu a cada filho.
a cada filho é o complemento indireto.
Exemplos
(i)              (a) O camião explodiu [aqui].
(b) O camião explodiu.


(ii) [Felizmente], vou ficar em casa.
[Matematicamente], isso está errado.
(iii) A Ana cantou [ontem].
A Ana cantou [mal].

(iv) O rapaz [gordo] chegou.
O rapaz [que tu conheces] chegou.


EXERCÍCIOS - treina os teus conhecimentos em:

Imagem: blogbrasil.com.br

16 janeiro 2012

Análise do poema “Tudo o que faço ou medito”

Fica o contributo da Inês P. , para lerem, reverem ou completarem, por exemplo destacando a riqueza da linguagem metafórica ou outros recursos com relevo na construção do poema.


Na 1ª estrofe do poema“Tudo o que faço ou medito”, Fernando Pessoa apresenta a oposição entre o querer e o fazer. O sujeito poético fala-nos dos seus sonhos e desejos. Mas diz-nos “Tudo o que faço ou medito/Fica sempre na metade – ou seja, aqui verifica-se esta oposição entre o querer e o fazer, pois dos seus projetos nada se realiza por inteiro devido à realidade nunca se encontrar com o que o poeta idealiza “Querendo, quero fazer o infinito/Fazendo, nada é verdade.”

Enquanto observador de si próprio, o sujeito poético sente-se desesperado, pois nunca consegue realizar na totalidade os seus projetos, o que lhe causa um sentimento de incapacidade e inutilidade. O poeta revela todo esse sentimento no verso “Que nojo de mim me fica/Ao olhar para o que faço!”, ou seja, ele sente que tem uma vasta imaginação, uma quantidade infinita de ideias e pensamentos, mas ele próprio e a sua vida ficam aquém: “Minha alma é lúcida e rica/E eu sou um mar sargaço” , são  um mar de sargaço, portanto, um mar de algas espessas que não o deixa alcançar os objetivos.
Por fim, na última estrofe, o poeta refere-se ao mar como o local onde tudo o que imagina se pode tornar realidade, mas como sabe que será impossível realizar todos os seus projetos entrega ao futuro a resposta para toda esta angústia.

Inês Pereira, nº11, 12º B

Observação: Há passagens deste texto que colhem frases, sugestões que estão presente em documentos publicados, como a última parte, por ex. Lembrem-se: mesmo quando há um esforço por pessoalizar a análise, a fonte tem sempre de ser indicada.

30 Janeiro, 14h30 - Espetáculo F. Pessoa


 "A minha Pátria é a Língua Portuguesa"
Já foi há tanto tempo, que talvez já tenham esquecido que no dia 30 de Janeiro, às 14h30, há um espetáculo em Torres Vedras, no Teatro Cine, para alunos preferencialmente do 12º ano. Como prometido,  inscrevi as vossas turmas - A e B, para garantir os lugares.
Como é uma atividade "oficial", ligada ao programa, nós tratamos das questões de horários.


Agora...só falta arranjarem 3,5€. Tragam, pf, na próxima aula, para a profª responsável poder pagar o espetáculo,

TODO o espetáculo - produção do Museu da Poesia -  é construído com textos de Fernando Pessoa - Mensagem, ortónimo e heterónimos, ditos/encenados por Nuno Miguel Henriques
Para além de assim termos uma oportunidade especial de conhecermos melhor a poesia deste poeta maior da literatura portuguesa e universal, é uma enorme ajuda nesta fase.
Alguns dos textos que fazem parte do espetáculo:
A Minha Pátria é a Língua Portuguesa; Aniversário; Gosto de Dizer; Todas as Cartas de Amor São Ridículas; Liberdade; O Menino de Sua Mãe; Autopsicografia; Isto; Tudo o que faço ou medito...; Tenho tanto sentimento; Conta a lenda...; O Infante; Mar Português; O Mostrengo; Sou um Guardador de Rebanhos...; Olá, Guardador...; O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia...; O mistério das coisas...; Mestre, são plácidas todas as horas...; Tão cedo passa tudo quanto passa!; Ode Triunfal; Ode Marítima; Lisbon Revisited; Apontamento; Tabacaria»
De uma divulgação deste espetáculo na Biblioteca da Lourinhã, retirámos o texto seguinte:

."A Minha Pátria é a Língua Portuguesa” é um espectáculo poético que cria uma envolvência única e intimista com o público. Nuno Miguel Henriques, considerado um dos melhores diseures da actualidade faz uma verdadeira trajectória poética, introduzindo notas biográficas, recitando e conversando sobre Fernando Pessoa e os seus heterónimos, além de diversas referências históricas e culturais. Esta peça reúne alguns dos textos mais emblemáticos do poeta português, Fernando Pessoa, em cruzamento com os seus heterónimos Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis e ainda Bernardo Soares.

Este espectáculo está actualmente em Cena no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, realizando-se todas as Segundas-Feiras. Está também editado em CD, encontrando-se à venda nas lojas FNAC."

Ver mais no sítio do Museu da Poesia:
http://www.museudapoesia.com/Triptico_Espectaculos.pdf

13 janeiro 2012

F. Pessoa: PÁGINAS ÍNTIMAS E DE AUTO-INTERPRETAÇÃO

Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci.


[ms/manuscrito. 1910 (?)]

Eu era um poeta impulsionado pela filosofia, não um filósofo dotado de faculdades poéticas. Adorava admirar a beleza das coisas, descortinar no imperceptível, através do que é diminuto, a alma poética do universo.

Há poesia em tudo - na terra e no mar, nos lagos e nas margens dos rios. Há-a também na cidade - não o neguemos - facto evidente para mim enquanto aqui estou sentado: há poesia nesta mesa, neste papel, neste tinteiro; há poesia na trepidação dos carros nas ruas; em cada movimento ínfimo, vulgar, ridículo, de um operário que, do outro lado da rua, pinta a tabuleta de um talho.

O meu sentido interior de tal modo predomina sobre os meus cinco sentidos que – estou convencido – vejo as coisas desta vida de modo diferente do dos outros homens. Existe para mim – existia – um tesouro de significado numa coisa tão ridícula como uma chave, um prego na parede, os bigodes de um gato. Encontro toda uma plenitude de sugestão espiritual no espectáculo de uma ave doméstica com os seus pintainhos que, com ar pimpão, atravessam a rua. Encontro um significado mais profundo do que as lágrimas humanas no aroma do sândalo, nas latas velhas jazendo numa montureira, numa caixa de fósforos caída na valeta, em dois papéis sujos que, num dia ventoso, rolam e se perseguem rua abaixo. É que poesia é espanto, admiração, como de um ser tombado dos céus em plena consciência da sua queda, atónito com as coisas. Como de alguém que conhecesse a alma das coisas e se esforçasse por rememorar esse conhecimento, lembrando-se de que não era assim que as conhecia, não com estas formas e nestas condições, mas de nada mais se recordando.


[dact][1910?]
Cumpre-me agora dizer que espécie de homem sou. Não importa o meu nome, nem quaisquer outros pormenores externos que me digam respeito. É acerca do meu carácter que se impõe dizer algo.
Toda a constituição do meu espírito é de hesitação e dúvida. Para mim, nada é nem pode ser positivo; todas as coisas oscilam em torno de mim, e eu com elas, incerto para mim próprio. Tudo para mim é incoerência e mutação. Tudo é mistério, e tudo é prenhe de significado. Todas as coisas são «desconhecidas», símbolos do Desconhecido. O resultado é horror, mistério, um medo por de mais inteligente.

10 janeiro 2012

Carta de agradecimento

Aos A e aos B

O Filipe Ferreira e, creio, o Emanuel, fizeram esta carta de agradecimento para as entidades Casa Fernando Pessoa, S. Carlos, Museus da Ciência e de Farmácia. Porque quem nos recebe bem deve ter o nosso merecimento.

Vejam se concordam. Mandem-nos boas fotos que tenham, para anexar à carta.




Exmos. Senhores.

Nós, alunos do 12º A e B da Escola Secundária Henriques Nogueira, em Torres Vedras, vimos por este meio agradecer a forma simpática e atenta como nos receberam, no passado dia 16 de Dezembro.
De forma a que possam relembrar a nossa visita junto enviamos um pequeno testemunho da nossa presença.

Obrigado.
08 Janeiro, 2012 19:51

Balanço escrito da Visita de Estudo a Lisboa

Oh Lisboa, meu Lar!

        Relativamente à preparação da visita de estudo a Lisboa, que se realizou no dia 16 de Dezembro de 2011, consideramos que esta estava bem organizada, pois o que estava inicialmente previsto para dois dias foi conseguido com sucesso em apenas um. Sugerimos contudo, para futuras visitas de estudo, que a peça de teatro estivesse relacionada com as temáticas trabalhadas em aula de uma das disciplinas – de modo a torná-la mais interessante.

Um dos aspectos positivos da visita foi o facto de termos ficado a conhecer melhor a cidade de Lisboa, que apesar de ser a capital poderá ser a cidade onde futuramente poderemos viver. A visita ao Museu da Farmácia foi útil pelo facto de estar relacionada com a nossa área de estudo. O único aspecto negativo que temos a apontar foi o facto de esta, apesar de interessante, ter sido fisicamente desgastante.

 Quanto aos materiais de apoio facultados pela professora Noémia Santos achamos que foram muito bem preparados, salientando a existência de um mapa da cidade para nos podermos localizar, caso nos dispersássemos do grupo.

A relação entre os intervenientes foi acessível e prestável.
Em suma, podemos adjectivar a visita como sendo gratificante e pedagógica.
Segundo a opinião dos elementos do grupo o que vai ficar na memória é a experiência de assistir a uma peça de teatro, visto que ainda nenhum de nós tinha tido a oportunidade de tal propósito, pelo que por essa razão nos suscitava alguma curiosidade.


Trabalho realizado por:
Inês Vieira
José Freitas
Rodolfo Pereira
Susana Ribeiro
07 Janeiro, 2012 19:15

02 janeiro 2012

Calendário para o Youropia

Aos interessados no Youropia
Segue a agenda para os tempos mais próximos.

4Jan: reunião entre profs e alunos do 12º ano interessados no projeto (15h30).


11Jan: pelas 15h30 os alunos fazem apresentação pública das suas propostas de questionário e do seu plano de trabalho a partir desse questionário (ou, se tal já lhes for possível, podem já dar conta do trabalho entretanto realizado a partir desse plano).


11Jan: profs do projeto decidem quais as propostas vencedoras e modo de operacionalizar o trabalho em equipa entre os 7 alunos selecionados (dos vários questionários propostos, terá de se encontrar o que será enviado para o Jim). Os 7 alunos começarão a trabalhar em equipa para preparar a apresentação que farão em Augsburg.


16Jan: coord. da Henriques Nogueira envia o questionário ao coord. geral (Jim, Glasgow).


20Jan: alunos a trabalhar no «logo» (sob a coord. da profª Olga Moreira) entregam as suas propostas - profª Olga decide (individualmente ou com o apoio dos colegas que quiser consultar) quais as propostas que merecem avançar para votação pública.

21-30Jan: votação on line (profª Conceição Gonçalves está a preparar esta operação) para eleger as 2 melhores propostas (os alunos da proposta vencedora ganham o direito de representar a Escola em Augsburg de 17 a 21 de Março).

31Jan: as 2 propostas mais votadas são encaminhadas para o coord. geral para entrarem no concurso europeu para escolha do «logo» do projeto.

Recordo que os alunos devem procurar informar-se no moodle (disciplina Comenius) ou contactando o coordenador do projeto - prof. Jorge Rocha (diretamente ou através dos seus professores).

Youropia - Juventude da Europa

Bom ano,  para todos vós.

Como combinado, relembro o Projeto, apelando à v. rápida organização - grupos de 2 ou 3, como indicámos - para criarem o inquérito e o trabalho que permita responder às questões essenciais (as sugeridas e/ou outras que acharem pertinentes).

IN ENGLISH; AS YOU KNOW!

Para orientar a investigação dos alunos, eis o enquadramento do projeto:
 
"Youropia - Juventude da Europa"é um projeto destinado a motivar os alunos para refletirem sobre o seu estilo devida e atitudes, os seus problemas e medos e sobre a sua integração no espaço europeu.


OBJETIVOS
·  promover a integração europeia, tomando consciência dos padrões europeus de educação, trabalho ecidadania;
·  mudar a atitudepassiva em relação à escola e aos assuntos europeus;
·  promover odesenvolvimento pessoal, incluindo a melhoria das capacidades de integraçãosocial e de diálogo interpessoal e intercultural;
·  melhorar as capacidadesno uso da(s) língua(s) estrangeira(s);
·  encorajar a mobilidadedos jovens nos seus períodos de aprendizagem;
·  desenvolver as TIC.


Os alunos tentarão responder a questões como:
o que são os jovens europeus? como vivem? com quem vivem? o que fazem? o que querem? que hobbies têm? o que estudam? qual a sua cultura? que medos e receios têm?

que Europa os espera? o que é a União Europeia? que civilização é esta? que valores defende? qual a sua história? que futuro se pode esperar para ela? que economia? que empregos? onde serão esses empregos? como é que a crise atual afeta a Europa? as migrações: oportunidade ou ameaça?

que instituições decidem as vidas destes jovens? que avaliação fazem os jovens europeus das suas instituições e dos políticos que as representam?

que intervenção podem e devem ter os jovens europeus (a nível profissional e cívico) para sair da crise?