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22 novembro 2012

A poesia e o fim do mundo...

Dedicado ao Henrique, que se lembrou de pedir poesia para o contrato de leitura, aqui fica a minha escolha sobre o tema do debate.

É ler e aprender. Com o coração partido ou, apenas, com um olhar realista.

Desenho da Exposição Linhas Cruzadas (por aluno da H.N.)


Poema do alegre desespero

Compreende-se que lá para o ano três mil e tal
ninguém se lembre de certo Fernão barbudo
que plantava couves em Oliveira do Hospital,

ou da minha virtuosa tia-avó Maria das Dores
que tirou um retrato toda vestida de veludo
sentada num canapé junto de um vaso com flores.

Compreende-se.

E até mesmo que já ninguém se lembre que houve três impérios no Egipto
(o Alto Império, o Médio Império e o Baixo Império)
com muitos faraós, todos a caminharem de lado e a fazerem tudo de perfil,
e o Estrabão, o Artaxerpes, e o Xenofonte, e o Heraclito,
e o desfiladeiro das Termópilas, e a mulher do Péricles, e a retirada dos dez mil,
e os reis de barbas encaracoladas que eram senhores de muitas terras,
que conquistavam o Lácio e perdiam o Épiro, e conquistavam o Épiro e perdiam o Lácio,

e passavam a vida inteira a fazer guerras,
e quando batiam com o pé no chão faziam tremer todo o palácio,
e o resto tudo por aí fora,
e a Guerra dos Cem Anos,
e a Invencível Armada,
e as campanhas de Napoleão,
e a bomba de hidrogénio,
e os poemas de António Gedeão.

Compreende-se.

Mais império menos império,
mais faraó menos faraó,
será tudo um vastíssimo cemitério,
cacos, cinzas e pó.

Compreende-se.
Lá para o ano três mil e tal.

E o nosso sofrimento para que serviu afinal?

António Gedeão

4 comentários:

Mar_Mendes* disse...

Boa noite,

Relativamente ao texto que li em aula, sobre a criação de bactérias com genomas sintéticos, e que a Professora me pediu para disponibilizar aqui, eu encontrei a noticia completa.

http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/05/mais-perto-da-vida-artificial

Parece-me um argumento que tanto da para tratar contra, como a favor, da temática do debate.

Mais uma vez, boa noite,

Mariana Mendes

Noémia Santos disse...

Obrigada Mariana.

Também indiquei em resposta ao comentário do João D. dois sítios relacionados com o aquecimento global - fatores, consequências, etc.

Ambos podem ser úteis para preparar um texto sobre ambiente.

Bom fim de semana.

Mar_Mendes* disse...

Professora, eis a síntese do debate que decorreu na passada quarta-feira, dia 21 de novembro de 2012.
Estou a tentar mandar por e-mail para que fique com a fotografias, mas não sei se consigo.

Foi iniciado o debate pela moderadora da mesa, Mariana Mendes, fazendo uma breve explicação da temática, “Fim do Mundo, a favor ou contra?”. No lado dos dois grupos apoiantes da perspetiva mais favorável e em concordância com o tema, encontravam-se os representantes Bruno Gomes e Ana Nogueira. Na oposição, que defendia uma perspetiva menos apreciadora do tema, encontravam-se representados dois outros grupos por Laura Antunes e Maria Pio.

Começou por se falar da robótica que, Bruno Gomes afirmou contribuir para o declínio da humanidade pois existem cada vez mais robôs inteligentes, quase humanos com capacidades lógicas e linguísticas, que tornam cada vez mais automatizada a humanidade. No entanto, este argumento foi refutado por Laura Antunes, que provou, por meio de uma notícia, a útil utilização de robôs com um fim positivo para a humanidade, como por exemplo, salvação de vidas após a ocorrência de catástrofes. Todavia, Ana Nogueira pegou neste argumento e contestou-o declarando que o Homem está a ser substituído pela Máquina em muitos dos seus trabalhos e funções; numa tentativa certeira de tornar o seu argumento mais verosímil, foi lida uma passagem de um texto de José Saramago, que questiona as investidas no Espaço procurando outro planeta similar a Terra, quando é na Terra que estão os seres que de mais ajuda necessitam, sendo esses seres nós, humanos. Maria Pio confinou este argumento recorrendo às Leis de Asimov, que afirmam que os robôs devem ser criados para bem do homem, obedecendo-lhe, e poupando-o dos trabalhos pesados, por exemplo.

Após o tema da robótica, foi sugerido pela moderadora o tema das catástrofes naturais. Este foi tratado por Bruno Gomes que defendeu que o Homem acelera a mudança do planeta ao utilizar a tecnologia, dando de seguida como exemplo o caso dos vulcões; para se esclarecer, apresentou um trecho de notícia da revista científica Quero Saber, afirmando que a ocorrência de erupções vulcânicas pode vir a ser menos previsível se continuar a existir a cada vez maior dependência de máquinas. Posteriormente, Laura Antunes contrapôs, afirmando que o aumento do número de catástrofes naturais é uma consequência do que o ser humano fez no passado e, se atualmente a tecnologia é utilizada a fim de diminuir a poluição com o uso das energias renováveis, no futuro existirão consequências positivas das medidas tomadas na atualidade. No entanto, Ana Nogueira questionou se a humanidade está no tempo certo: “o degelo não para”, afirmou mostrando imagens da Gronelândia no passado e atualmente; deu também o exemplo do buraco na camada do ozono, questionando se, tendo em conta as extinções que já existiram no passado, quem afirma que a da espécie humana não possa ser a próxima devido ao abuso excessivo da tecnologia. Contudo, Maria Pio, respondeu a Ana Nogueira afirmando que o homem utiliza a tecnologia para corrigir os danos provocados pelas catástrofes, como é o caso do terramoto no Haiti e do tsunami no Sri Lanka; seguidamente, interrogou porque não se há de partir para o espaço em busca de uma “segunda” Terra, de maneira a que, quando e se, houver um cataclismo, se possa continuar com a existência da humanidade nessa nova “casa”.

Para concluir, foram feitas perguntas pelos presentes na assembleia, nomeadamente Ana Valentim, Bruno e João Rodrigues, e foram dadas respostas pelos membros da mesa, representantes das duas posições do debate.





Eliana Janeiro, Ana Marta Cunha, Márcia Santos, Mariana Mendes, 12º A,
23 de novembro de 2012

Noémia Santos disse...

Obrigada.

Publiquei na página central, para ser mais fácil ler e rebater, se for caso disso.

Está bem e retém as inofrmações principais, embora possa ainda haver lugar a acrescentos, sobretudo de um ou outro argumento ou dado factual apresentado. Mas é mais fácil com a colaboração de todos.

Sei bem que a tarefa não é fácil.