A injustiça está presente em todas as sociedades existentes até aos dias de hoje, podendo apresentar-se sob formas mais ou menos notórias. A injustiça de carácter social é das mais preocupantes, pois não afecta um indivíduo, nem dois, mas na maioria das vezes, uma parte claramente significativa de uma sociedade. Sendo a parte afectada uma amostra tão representativa porque razão não age esta em prol da sua própria justiça? A resposta a esta questão reside no facto de em todas as sociedades, tal como existe um grande grupo de injustiçados, existir também um pequeno grupo constituído pelos restantes – os injustos. Os poderosos da sociedade fazem geralmente parte deste pequeno grupo, pois dificilmente teriam chegado a tal patamar se fossem “homens de bem” como Matilde nos diz em Felizmente há Luar!; os justos são os outros desgraçados que arcam com os dizeres e vontades destes.
Não haveria injustiças se os injustos não tivessem poder, pois sem poder nada poderiam fazer contra os mais fracos que são o seu aperitivo preferido. Mas não é isto que se verifica e assim se cria um ciclo vicioso, os poderosos cada vez mais poderosos (e normalmente ricos) e os fracos cada vez mais injustiçados (e normalmente pobres), tornando-se infindável a injustiça na sociedade. Era isto que acontecia com a escravatura: os de classes superiores utilizavam os nativos para trabalharem para eles sem qualquer remuneração ou oferta de condições mínimas. Os nativos ficaram cada vez mais sem direitos sobre si próprios, tornando-se escravos e miseráveis; enquanto os «senhores» enchiam os bolsos e ganhavam prestígio social.
Luís de Sttau Monteiro retrata também este tema na sua peça Felizmente há Luar! , por vezes através das longas e interpretativas didascálicas - “Esta personagem está andrajosamente vestida” – ou pela própria voz das personagens como é o caso de Manuel, um popular – “E ficamos pior do que estávamos… se tínhamos fome e esperança, ficamos só com fome…”- ou Beresford um dos «conscienciosos governadores do reino» - “Senhores, afirmo-vos em nome dos meus 16 000 & 00 anuais, que farei tudo o que for necessário para os continuar a receber!”.
Hoje em dia não há escravatura nem uma sociedade tão fechado como a do século XIX, mas continua a existir divisão da sociedade em classes sociais e esta é uma das mais graves formas de injustiça.
Trabalho realizado por (12ºB):
José Freitas
Inês Vieira
Trabalho realizado por (12ºB):
José Freitas
Inês Vieira
Inês e José
Este texto não tem uma argumentação com a solidez do anterior. Incorrem numa causa possível das injustiças que é um raciocínio facilmente desmontável. Assim:
A frase "Não haveria injustiças se os injustos não tivessem poder" supõe que as pessoas são injustas [ou justas] à partida e em consequência disso nasce o resto.
Ora o que a peça - e a vida - nos dizem é que a justiça ou injustiça tem a ver com as ações e as circunstâncias: os governadores do reino são «injustos» porque exercem o poder de forma reprovável e de maneira a perpetuar as injustiças que os mantêm no poder.
Também o exemplo da escravatura parece demasiado distante. Podem optar por formas menos contrastivas e mais recentes de realçar situações de perpetuação das injustiças sociais.
Deem um jeito para melhorar.
Bons textos!
ns
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