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11 abril 2012

Apoio à leitura de A Cidade de Ulisses

A equipa do Plano Nacional de Leitura da escola preparou também uma ajuda para este livro. A Patrícia tem um exemplar (não disponho de ficheiro).


Vejam a breve recensão da obra, feita pelo escritor Urbano Tavares Rodrigues

 


 
A cidade de Ulisses
recenseador: Urbano Tavares Rodrigues, 2011

«Teolinda aprendeu com Milan Kundera a total liberdade de, num romance, misturar géneros como a ficção e o ensaio. Assim, correm paralelamente numa grande parte do texto o relato dos amores de Paulo e Cecília, ambos pintores, e um estudo histórico e mitológico da cidade de Ulisses. Por todo o lado se infiltra, no entanto, um delicioso humor que ameniza e de certo modo fantasia esse discurso histórico. É de um grande rigor e subtileza a descrição da vida familiar de Paulo entre o seu pai, major autoritário e tacanho, mais tarde viciado no jogo, e a mãe carinhosa, ex-dactilógrafa, pintora amadora, que acarinha e estimula o filho e suporta passivamente o marido autoritário.
A gravidez de Cecília, a incompreensão de Paulo, o aborto por acidente e a separação que daí resulta são-nos contados em pinceladas sobriamente dramáticas.
Segue-se um relato da vida errante de Paulo Vaz, dos seus êxitos como pintor, dos seus episódios eróticos sem consequências e finalmente do seu encontro com Sara, a juíza inteligente e compreensiva com quem ele vai viver e profundamente amar. O encontro dos dois no Nordeste brasileiro é lírico, apaixonado e apaixonante.
A capacidade de Teolinda Gersão para explorar as emoções numa prosa flexível e luminosa vem de longe, mas refina neste belíssimo romance.»


1 comentário:

Anónimo disse...

A viagem é o tema central da narrativa de Teolinda Gersão. O Portugal antes e depois de uma viagem é sempre diferente, as vidas mudam, as relações entre as pessoas mudam e a visão do mundo é outra. Como viajantes, como Ulisses, e não como turistas, Paulo e Cecília são constantemente outras pessoas porque a cada dia que passa se encontram em si e no outro. É essa constante mudança que dá forma a Lisboa, é essa Odisseia, essa luta para se descobrirem que constrói "A Cidade de Ulisses". A viagem é também sinónimo de esquecimento e fuga da realidade - episódio do desaparecimento de Cecília Branco - mas é acima de tudo um vetor de mudança e transformação da vida e do Mundo.

Filipe Ferreira