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05 março 2013

Ricardo Reis


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive





Façam deste o vosso espaço para a interpretação e discussão dos poemas de Ricardo Reis. Sejam atentos e relacionem o que leram para apoio e os próprios poemas. As palavras do poeta são o mais importante!

12 comentários:

Anónimo disse...

A poesia de Ricardo Reis remete-nos para a aceitação do destino e da morte – única certeza da vida – com calma e tranquilidade. A nossa vida é como um rio que passa e não volta, passa e escorre para um fim, segue um destino que nos é completamente alheio e que tudo submete. Assim, não controlando o fado – “Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio” – “Mais vale saber passar silenciosamente/ E sem desassossegos grandes”, porque é numa vida serena, despreocupada com mundo, que encontramos a liberdade e a felicidade – “Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,/ Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,/ Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,/ E sempre iria ter ao mar.”

Filipe Ferreira 12ºA

Anónimo disse...

Ricardo Reis baseia a sua poesia na aceitação da efemeridade da vida e do destino que todos temos: a morte. No poema “Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.”, o poeta mantém um distanciamento em relação ao sentimento do amor, da paixão; pretende criar uma relação tranquila e contida com Lídia “porque não vale a pena cansarmo-nos” pois “passamos como o rio” e “mais vale saber passar silenciosamente/ E sem desassossegos grandes”, ou seja, sem sofrer. Em “Não tenhas nada nas mãos”, o sujeito poético aborda novamente a morte e a necessidade de resistência ao sofrimento (estoicismo), para tal aconselha “nem uma memória na alma” pois “que quando te puserem/Nas mãos o óbolo último/Ao abrirem-te as mãos/Nada te cairá”.


Patrícia Antunes 12ºA

Anónimo disse...

Poema : "Não tenhas nada nas mãos"

O poema tem como tema, a passagem para outra realidade, a morte.
Quando chegar a nossa hora de partir, devemos encarar de forma livre, pois não temos nada em posse, e nada nos pode tirar: "Não tenhas nada nas mãos | Ao abrirem-te as mãos | Nada te cairá".
Tudo o que temos em vida (objectivos, lembranças, pessoas queridas, "luxos" ...), na hora da nossa morte é retirado: "Que trono te querem dar | Que Átropos to não tire?"
Por isso, segundo Ricardo Reis, devemos renunciar a tudo aquilo ao qual lutámos, alcançámos, de modo a que não nos prendemos a nada, para quando chegar o "tal momento", irmos em paz, de consciência livre e não sofrer com o destino: "Abdica | E sê rei de ti próprio"

Bruno Aires 12ºA

Anónimo disse...

“Não tenhas nada nas mãos”, de Ricardo Reis

Este poema tem como tema a morte e a forma como devemos viver até que Átropos corte o fio da vida.
O poeta apresenta uma filosofia de vida – “Senta-te ao sol. Abdica/ E sê rei de ti próprio”. Para Ricardo Reis é necessário aceitar o destino e a morte, já que isso é inevitável. Não nos devemos prender aos bens materiais, nem aos sentimentos e emoções – “Não tenhas nada nas mãos/Nem uma memória na alma” “Colhe as flores mas larga-as”. Deste modo, o sujeito poético aconselha o interlocutor a abdicar do que o prende à terra e à vida para assim ser mais livre e não sofrer tanto com o destino.
Ricardo Reis escolhe palavras que se referem à Antiguidade Clássica, por exemplo Átropos – uma das Parcas (conduzem o destino), equivalente à romana Morta, que corta o fio da vida -, o Óbolo (que também se refere à morte) e o Minos (um deus grego); isto tem a ver com a educação que Ricardo Reis teve e é uma das características da poesia deste.

Sebastião Pinheiro 12ªA

Anónimo disse...

Ricardo Reis tenta imitar o tom alegre das Odes, assume a pose de um poeta coroado de rosas - com "uma taça de vinho na mão" e "deitado junto de Lidia" - mas tudo isso é exterior.
Não há nada de carnal neste poeta, somente uma exigente meditação sobre o "fatum", este aceita-o com naturalidade, abstendendo-se de todo o esforço e actividade inutil - "Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos" - assim segundo ele, é preciso vivermos como se cada instante fosse o último, "pondo o minimo que somos em tudo o que fazemos", o que se traduz na expressão "carpe diem".
Ricardo Reis repete incansavelmente, sem qualquer emoção aparente que o ser é como um rio que corre para a sua foz. Perante o eu lirico, não somos nada, não temos nada, nem fazemos nada que dure.
A vida é um breve adiantamento da morte por isso ele nos diz "não tenhas nada nas mãos" para na hora de partir não termos nada que nos prenda a este mundo.

Cláudia Crispim
Joana Coutinho
Joana Vieira
Ligia Caseirito
12ºB

Anónimo disse...

O poema "Não tenhas nada nas mãos" alude à demissão, ao desapego, ao desinteresse e ao relativismo das coisas que nos pertencem, incluindo as memórias, o passado que nos ressuscita fortes emoções. Essas fortes emoções, segundo RIcardo Reis, devem ser renunciadas no intuito de alcançar o equilíbrio e a tranquilidade.
O desinteresse pelos compromissos afetivos e sociais permite encarar pacificamente a trágica condição humana, efemeridade da vida "Que quando te puserem/Nas mãos o óbolo último,/Ao abrirem-te as mãos/Nada te cairá.".
A partir da quarta estrofe é destacada a influência do Destino, da vontade dos Deuses que expressam vontades inevitáveis "Que trono te querem dar/Que Átropos to não te tire?", e a fugacidade do tempo "Que horas te não tornem/Da estatura de sombra/Que serás quando fores/Na noite e ao fim da estrada.". (Continua)

Raquel Laranjeira
12.B N.23

Anónimo disse...

A poesia de Ricardo Reis elogia a vida campestre fazendo várias referências à natureza: "Prefiro rosas, meu amor, à pátria/ E antes magnólias amo". Estas referências, principalmente a flores, mostram também a sua consciência acerca da brevidade da vida. Ricardo Reis toma como única certeza a morte, aceitando-a tal como aceita a irreversibilidade do temppo: "Assim façamos nossa vida um dia./(..)/ Que há noites antes e após/ O pouco que duramos". Assim o poeta defende que a natureza vai continuar a existir mesmo depois de desaparecermos e por isso não nos devemos agarrar à vida pois ela nos será tirada: "Não tenhas nada nas mãos/ Nem uma memória na alma"; "Que trono te querem dar/ Que Átropos to não tire?" e apenas nos devemos concentrar na simplicidade das coisas: "Colhe as flores mas larga-as,/Das mãos mal as olhastes".

Inês Pereira
Jéssica Gomes
João Silva
Mariana Freitas
12ºB

Anónimo disse...

Ricardo Reis, é um poeta clássico da serenidade epicurista, que aceita com calma a vida e foge da dor. A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurista triste, pois defende o prazer do momento, procura a felicidade que deseja alcançar.
Reis no poema “não tenhas nada nas mãos” diz que não devemos apegar-nos a nada, nem a uma memoria, nem a uma alma, para quando chegar o dia da morte não termos nada que nos prenda. Aflige-o a passagem do tempo, mas acredita que o destino comanda a vida. O rio é como a imagem da vida que passa e nada volta para trás, tal como diz no poema “vem sentar-te aqui…” Em suma podemos afirmar que Ricardo Reis aprecia o momento porque diz que tudo é incerto, nada fica de nada, nada somos, tudo passa e tudo muda.


Cátia Magalhães 12ºA

Anónimo disse...

Ricardo Reis considera a vida finita e irreversível – “(…) a vida/ Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,” – e que a devemos levar tranquilamente sem criar qualquer memória com o efeito de corrermos o risco de sofrer, criando um distanciamento em relação ao amor, à paixão – “Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,”. A sua poesia é marcada pelo uso frequente do imperativo, evidenciando um tom moralista e filosófico, – “Senta-te ao sol. Abdica/ E sê rei de ti próprio.” – pela ausência de rima (verso branco) e pelo tipo de métrica: versos irregulares e decassilábicos, na sua maioria.

Emanuel Antunes
Luís Gonçalo
12ºA

Anónimo disse...

A escrita de Ricardo Reis explora uma visão conformada daquelas que são as fatalidades da vida, como por exemplo a morte. O poeta apela constantemente a uma vida tranquila – “Mas decorrê-la, [a vida]/ Tranquilos, plácidos,” – e desapegada – “Vê de longe a vida. / Nunca a interrogues”.
São estes alguns dos conselhos que nos vai dando para evitar a tal melancolia de ter os olhos postos na morte que inevitavelmente virá e sugere que sejamos «sábios incautos», «crianças adultas» e «inscientes voluntariamente» pois só assim conseguiremos libertarmo-nos e atingir a felicidade – "Girassóis sempre / Fitando o sol, / Da vida iremos / Tranquilos, tendo / Nem o remorso / De ter vivido." - o tal lema do Carpe Diem: colher a vida sem medo do que o futuro nos reserva.

Bernardo Brasil
Francisco Reis
Luís Henriques
12ºA

Anónimo disse...

Análise de poema de Ricardo Reis
“Segue o teu destino” (p. 46 do manual)

O sujeito poético começa o poema por dizer, através de metáforas, o seu ponto de vista em relação ao como se deve viver a vida. O poeta parece estar a “falar” com um interlocutor (uso do “teu” e “tuas”), aconselhando-o a aceitar o destino, a cuidar das coisas frágeis e que ama, deixando de lado a “sombra/ De árvores alheias”, ou seja, viver o presente, pois o futuro só ao destino pertence.
A segunda estrofe faz referência à realidade. Esta nunca é o que nós queremos, “sempre é mais ou menos”; a única coisa que permanece igual somos “nós-próprios” e o nosso destino.
Nas estrofes seguintes, o sujeito poético continua a dar conselhos (“deixa as dor nas aras”, “vê de longe a vida./Nuca a interrogues.”, “Imita o Olimpo”).
O poeta faz ainda referência à mitologia clássica e dá a entender que os homens se podem aproximar dos deuses, imitando-os (“serenamente/ Imita o Olimpo”).
Todas estas ideias estão relacionadas com as filosofias estoicista e epicurista. Ricardo Reis defendia a aceitação do destino, ou seja, da morte inexorável (estoicismo), afastando-se de todos os bens materiais da vida e aproveitando todos os prazeres simples da vida (carpe diem) com tranquilidade (ataraxia), rejeitando a dor e vivendo o momento presente.

Sebastião Pinheiro 12ºA

Anónimo disse...

Ricardo Reis

Ricardo Reis, heterónimo de Fernando pessoa, é um poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita com a calma e foge á dor.
A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurismo triste, pois defende o prazer do momento, como o caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos. Apesar desse prazer que procura e a felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade - ataraxia. Ricardo afirma a arte de viver, assente no prazer do instante. Diz que nao devemos agarrar-nos a nada nem mesmo a uma alma, porque quando morrer-mos nao ter-mos nada que nos prenda ca. Declara a existencia humana como uma vida com inicio e fim: "o tempo nao para!". Ricardo aprecia o momeno do presente, tal como afirma num dos seus poemas "amanha nao existe, meu somente é o momento". Afligi-o a passagem do tempo, "tao cedo passa, tudo passa!".
Em suma, podemos afirmar que Ricardo Reis aprecia o momento, porque diz que tudo é incerto, nada fica de nada, nada somos, tudo passa, tudo muda. isto quer dizer que desde o nascimento ate á morte o destino comanda a vida, o melhor a fazer é apreciar cada momento ate que chegue o dia final:"o pouco que duramos".


Cátia Magalhães 12ºA