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07 março 2013

O pastor por metáfora

 ALBERTO CAEIRO

Estes são alguns elementos dispersos sobre a poesia de Alberto Caeiro :


« Só existe a realidade »

« Não tem ambições/não tem desejos »

« Poeta muito ligado à natureza ; visão realista e objectiva »

« Para Caeiro, « pensar é estar doente dos olhos, é ser infeliz, é desaprender »

« As coisas não têm significado ; têm existência »

« O seu olhar liberta-se de preconceitos e dirige-se para os elementos »

« Não há muitos adjectivos e advérbios ; há uma predominância dos substantivos »

« Eu não tenho filosofia : tenho sentidos »

« Mais importante que pensar, para Caeiro, é ver, ver o mundo », fazendo lembrar Cesário Verde (a que chama meu mestre) »

«  As reticências deixam uma sugestão de espontaneidade »

« Não há necessidade de dar um sentido oculto às coisas ; é o contrário de Pessoa da Mensagem »

« O poeta da «ambição» da simplicidade ; é a parte positiva de Pessoa »



1.     A partir destes elementos e de outros que tenhas registado ou lido, compõe um texto coeso sobre a poesia de Alberto Caeiro. Não esqueças a inclusão de exemplos dos poemas.

N.Santos.2012.A8-TV-Lisboa.

4 comentários:

Anónimo disse...

A Poesia de Alberto Caeiro

Logo no início da temática de Alberto Caeiro (do manual) encontramos um texto de Ricardo Reis sobre Alberto Caeiro, ou seja, o que um dos heterónimos pensa sobre um outro. Ricardo Reis caracteriza do seu ponto de vista Caeiro, onde refere o seu paganismo, natural e não baseado na razão, o seu pouco conhecimento das letras e diz ainda que “repugna toda a religião e toda a metafísica” e que ele é o seu mestre. Alberto Caeiro é “o Argonauta das sensações verdadeiras”.
De facto, ao criar Alberto Caeiro, Pessoa quer projetar um poeta que pense noutra maneira de olhar para o mundo, quer criar um poeta de sensação pura. As ideias deste heterónimo dizem-nos que temos de olhar para o mundo com frescura, sem refletir sobre algo; viver o mundo por aquilo que ele é através dos sentidos (“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…”, em Guardador de Rebanhos II). Por exemplo, ele quer poder olhar para uma flor sem pensar se é bonita ou feia, ou seja, não pensar no simbolismo das coisas – “Os meus pensamentos são contentes./ Só tenho pena de saber que eles são contentes.”, em Guardador de Rebanhos I). Caeiro quer ser simples como um pastor, ele é pastor por metáfora (“Minha alma é como um pastor”, em O Guardador de Rebanhos I), portanto renega as filosofias, o pensar, a metafísica, baseando-se nos gregos da antiguidade. O homem integra-se num todo, todos somos seres da natureza. Na sua opinião existe apenas a ideia que temos da natureza. Caeiro pretende a libertação das ideias feitas, mais importante do que pensar é ver (reflete-se em Cesário Verde). As coisas existem por si, não têm que ter um sentido; elas simplesmente existem para Caeiro - «Creio no mundo como num malmequer, / Porque o vejo. Mas não penso nele / Porque pensar é não compreender…», em O Guardador de Rebanhos II). É o privilégio do olhar puro e ingénuo sobre as coisas.
A simplicidade da sua existência reflete-se no seu modo de escrever. Caeiro escreve com palavras simples, familiares e relacionadas com a natureza; Existe uma proximidade da linguagem do falar do quotidiano, com um estilo coloquial e espontâneo; verso livre e figuras de estilo simples, metáforas e comparações. O poema IX descreve bem o poeta:

«Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
(…)
Sei a verdade e sou feliz.»


Sebastião Pinheiro 12ºA

Anónimo disse...

Alberto Caeiro


Caeiro era, segundo ele próprio, “ o único poeta da natureza”, procurando viver a exterioridade das sensações. Era assim caracterizado pelo seu panteísmo, ou seja, adoração pela natureza e sensacionismo.
Alberto Caeiro apresenta-se um simples “guardador de rebanhos”, que só se vê de forma objectiva e natural á realidade com qual convive a todo o momento. Considera que “pensar é estar doente dos olhos”. Ver é conhecer e compreender o mundo por isso, pensa vendo e ouvindo. Recusa a metafísica, recusa saber como eram as coisas na realidade, conhecendo-as apenas palas sensações, afirmando que pensar é não compreender. Alem disso, Caeiro é o poeta da natureza que esta de acordo com ela e a vê na sua constante renovação. E porque só existe a realidade, o tempo é a ausência do tempo, sem passado, presente ou futuro, todos os instantes são unidade do tempo.
Em suma, Caeiro, poeta do olhar, procura as coisas como elas são, sem lhes atribuir significados ou sentimentos humanos. Considera que as coisas são como são. Caeiro deambula pelo campo, sempre em paz e harmonia com o universo. Capta o momento presente e sente-se feliz.




Cátia Magalhães 12ºA

Anónimo disse...

Deixo aqui o link para o Filme do Desassossego (completo) no YouTube para quem quiser ver: http://www.youtube.com/watch?v=VTNwr6o9XNM&list=WLE341995335C1E174

João Desidério.

Anónimo disse...


Obrigada.
Nem tinha agradecido, João.