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26 novembro 2012

"Nunálvares" - indivíduo histórico ou ser metafísico?

Ao longo destas aulas veremos exemplos relativos a poemas sobre figuras (históricas ou simbólicas) abordadas em Os Lusíadas e em Mensagem.
 
 
 A propósito da aula de hoje, deixo algumas considerações a propósito da análise comparativa, do excerto de Os Lusíadas e do poema "Nunálvares":



No tratamento das personagens – Viriato, D. Dinis, Nuno Álvares Pereira, Camões e Fernando Pessoa diferem:
  • Em Camões, temos  a descrição elogiosa das figuras, integradas na ação histórica;
  • em Fernando Pessoa «o indivíduo apaga-se em favor do ente metafísico chamado Portugal. Os elementos descritivos e narrativos ficam obliterados.» (Jacinto Prado Coelho)
 
Repara como os elementos descritivos e narrativos dominam os versos camonianos:
 
"Começa-se a travar a incerta guerra:
De ambas as partes se move a primeira ala"
"Farpões, setas e vários tiros voam;
Debaixo dos pés duros dos ardentes
Cavalos treme a terra, os vales soam.
Espedaçam-se as lanças (...)"
 
Os Lusíadas, C. IV, est. 30 e 31)
 
No episódio épico camoniano há grande pormenor e fidelidade descritiva, com recurso à enumeração de objetos relacionados com a guerra (léxico específico) e ações guerreiras, em que abundam verbos de movimento e de mudança de estado:
move
voam (farpões, setas e vários tiros)
treme a terra
os vales soam
Espedaçam-se as lanças

Atenta, ainda:
- no aspeto verbal - a situação é apresentada no seu início por um complexo verbal - começar a + infinitivo travar;

no «visualismo» da descrição.


Já no poema de F. Pessoa sobre o mesmo Nuno Álvares Pereira, o que interessa, o que é realçado é a capacidade inspiradora da figura, o seu lado mítico de iluminador de «caminhos»:
 
"Ergue a luz da tua espada para a estrada se ver!"
 
A «espada», portadora de luz, surge como elemento simbólico, simbolismo acentuado pela referência a Excalibur: 
 
De acordo com uma antiga tradição guerreira, era costume ser dado nome próprio a uma arma notável pela sua beleza ou qualidade. Segundo lendas irlandesas,  a espada (Excalibur) do Rei Artur era mágica e tornava-o quase invencível. Excalibur não podia ser quebrada (o seu nome, de origem céltica, quer dizer "relâmpago duro").
 

A componente mítica é, pois, dominante, traduzida ainda pelos elementos lexicais: «auréola»  (círculo luminoso, halo; resplendor em forma de círculo dourado das imagens dos santos), «halo», «luz» e «ungida» ( à qual foram aplicados óleos consagrados; purificada; consagrada).

Espada atribuída a Nun’Álvares Pereira
Século XIV


 Afinal, a figura de N. Álvares é a própria personificação do que há de mítico (e místico)/sagrado em Portugal:
 "S. Portugal em ser"

Desde o século XV que esta figura é objecto de culto.Em 2009, a Igreja católica proclamou a canonização de Nuno Álvares Pereira.




11 comentários:

Inês Pereira disse...

Deixo aqui um contributo em relação a um tema que nos foi pedido para explora r no grupo III do 1º exercício escrito

Terá a arte a mesma importância para todas as pessoas?

A influência da arte nas pessoas depende muito do público em questão, nomeadamente dos seus gostos, preferências e vocações. Certamente, para muitos, a arte será um contributo, uma fonte de inspiração para outras culturas, outros temas e outras abordagens.
No mundo em que vivemos, como pessoas evoluídas, uma vez que dia-a-dia acompanhamos todas as novidades, tais como a estreia de um filme, a publicação de um livro, a venda de um novo CD. Mas será que todos veem estes contributos como fontes de aquisição de conhecimentos e de expansão de horizontes?
O público em geral encara um livro, por exemplo, como uma atividade a que podemos recorrer quando temos algum tempo livre, um exercício de fuga à rotina diária. Mas este tipo de arte é também uma forma de comunicar em que, por vezes, se encontra pontos de vista comuns e até mesmo um acompanhamento e um consolo.
A influência da arte na vida das pessoas é, assim, muito relativa, pois depende sobretudo do valor que cada pessoa atribui aos vários contributos.

Anónimo disse...

O bom de Portugal

Apesar de estar a enfrentar uma das maiores crises da sua história, Portugal de hoje não apresenta apenas aspectos negativos. Para conseguir ultrapassar esta fase menos boa, os Portugueses têm de poupar mais e trabalhar mais e melhor. Se não cumprirmos com o nosso dever, não adiantará de nada receber auxílio de quem quer que seja.
A redução do desemprego, a recuperação do equilíbrio das contas públicas, o aumento da produtividade e a produção de bens e serviços capazes de concorrer nos mercados externos é essencial para estabilizar a nossa economia. O combate à corrupção também é determinante para conseguirmos uma nação mais unida e justa.
Mas não são só defeitos que podemos apontar a este nosso Portugal. Temos uma costa marítima riquíssima, na qual vemos imensas esplanadas e surfistas a aproveitar um dos melhores e mais importantes recursos naturais do país. Temos parques naturais e paisagens magníficas. Temos, em termos de qualidade, uma área de saúde muito melhor do que era há 30 anos. Temos inovação, pelo que diariamente vemos empresas portuguesas a investir no estrangeiro, com altíssima tecnologia, quadros dinâmicos e sem medo – acreditam que estão entre os melhores do mundo e querem prová-lo. Para além destas empresas, existem também muitos portugueses que têm vindo a receber prémios pelas suas extraordinárias capacidades. Temos uma das melhores distribuições das caixas automáticas multibanco no mundo. Temos tolerância, pelo que aceitamos muito bem os imigrantes – aliás já recebemos muitos prémios internacionais por essa razão. Temos uma ligação intergeracional invejável, onde o estatuto de avô é altíssimo na sociedade portuguesa. Os portugueses respeitam a primeira e a terceira idade, para o benefício de todos.
Acima de tudo, os portugueses sabem que o dinheiro não é a coisa mais importante do mundo. É com esta crença que vamos conseguir ultrapassar as nossas dificuldades, desfrutando das coisas boas que conservamos no nosso país ao mesmo tempo que procuramos lutar para conseguirmos atingir os feitos e as glórias que com sacrifício e esforço portugueses de outros tempos alcançaram.

Trabalho realizado por:
José Freitas
Inês Vieira
João Patrocínio
Rodolfo Pereira

Anónimo disse...

Portugal é um país com uma história gloriosa e antiga. Faz parte desta história uma época inesquecível denominada de descobrimentos, onde os nossos antepassados foram atrás do desconhecido, tentaram descobrir o que estava para além da linha do horizonte. Esta vontade de desvendar o que era uma incógnita resulta de uma enorme insatisfação de alma, ou seja, de um descontentamento com a acomodação ao presente e ao adquirido. Pode dizer-se que esta característica esta presente nos nossos genes e está expressa nos jovens portugueses da actualidade.
O nosso país passa por uma das fases mais difíceis da sua história. Mas não é por isso que os portugueses se deixam de unir à procura de condições melhores para todos. Quanto maior parece ser a dificuldade desta missão, mais persistentes são os portugueses. Há uns dias foi revelado que numa campanha de solidariedade, onde participaram cerca de 3000 voluntários, foram angariados cerca de 300 toneladas de bens alimentares para os mais necessitados.
Por outro lado, apesar de Portugal ser um país onde, infelizmente, as condições que os jovens cientistas usufruem para realizar as suas investigações não são as melhores, estes pela sua insistência, pelo seu sacrifício, pela sua vontade, pelo seu trabalho conseguem atingir grandes feitos e têm vindo a ser premiados pelas suas excelentes descobertas. João Magueijo é um dos cientistas portugueses ao qual foi recentemente oferecido uma bolsa de estudo num laboratório em Nova Iorque, onde ele tenta provar algumas vulnerabilidades na teoria da relatividade de Einstein.
Assim, a principal ferramenta a ser usada para a superação de todo e qualquer problema é a persistência, pois ela é o motor para o êxito pretendido. Esta é uma virtude que os portugueses sempre tiveram e continuam a ter e apesar de sermos um país com recursos limitados, conseguimos, com a tenacidade atingir grandes feitos.

Trabalho realizado por:
José Freitas

(com base no tema do grupo III que saiu no teste do 12ºA)

Anónimo disse...

O antes e o depois

Devido à iniciativa de D. João II e D. Manuel houve investimento no conhecimento – astronomia, matemática, geografia – mas também conhecimentos práticos, onde alguns portugueses aprenderam a arte de navegar.
Esta aprendizagem levou – nos aos Descobrimentos portugueses que nos permitiram alcançar e ligar diversas partes do mundo. O que nos facilitou obter diversos produtos como as plantas, mais alimento, mais produtos manufaturados e também mais conhecimento, o que levou Portugal, a Europa e o resto do mundo a tornarem – se num mundo novo.
O mar permite – nos obter mais alimento porque a agricultura não tem capacidade de alimento para suportar as populações, se estas continuarem a aumentar. Através das ondas do mar podemos produzir eletricidade.
Portugal, incluindo a ilha dos Açores e da Madeira encontra – se rodeado de mar por todo o lado, o que permite que haja transporte de mercadorias, pois os barcos permitem que se transporte os contentores grandes, e apesar de ser mais caro que o transporte de avião, torna – se mais económico porque transporta em maiores quantidades.
O nosso continente tem um dos maiores portos da Europa e situa – se no ocidente do continente, ou seja, em Sines.
Esta imensa corrente de água, ou seja, o mar, que nos rodeia possibilitou – nos um maior conhecimento através das engenharias, da biotecnologia, um maior aproveitamento de energia. Também a ligação das universidades a empresas permitiu que os alunos aplicassem os seus conhecimentos teóricos em práticos.
Podemos comparar o mar com o horizonte, pois ambos estão cada vez mais longe à medida que avançamos, o mar parece acabar onde o horizonte começa.





Trabalho realizado por:
Maryline Matos 12ºB

Anónimo disse...

Análise do poema “O Infante”
Fernando Pessoa começa este poema, inserido na segunda parte da Mensagem, com uma estrutura anafórica: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Com este verso pretende remeter desde início para a missão que os Portugueses têm: unir a Terra inteira através do mar, que sempre foi motivo de separação. Esta união veio pela influência do Infante D. Henrique, que foi sagrado por Deus para “desvendar a noite e a cerração”.
A partir do cumprimento deste sonho, a missão foi cumprido: “E viu-se a terra inteira, de repente,/ Surgir, redonda, do azul profundo”. Os Portugueses foram até ao fim do mundo e uniram a Terra a partir do mar, como esperado.
F. Pessoa continua, dizendo que a sagração do Infante D. Henrique, sendo português, teve um propósito; os Portugueses, para além de terem a missão de unir as terras, os povos, tinham também a missão de instaurar o chamado Quinto Império, que “fundirá os quatro anteriores [a saber, Grego, Romano, Cristão e Europeu/ Inglês] com tudo quanto esteja fora deles” e seria o primeiro Império verdadeiramente universal e espiritual que, segundo Fernando Pessoa, iria durar eternamente. Contudo, apenas se cumpriu “o Mar e o Império se desfez”, já que não se uniram as formas de pensar antes de o Império cair.
O poema acaba com uma prece dirigida ao Divino, expressa pela apóstrofe “Senhor, falta cumprir-se Portugal!” que resume esta ideia de missão inacabada, que ficou a meio e também a ideia de que Portugal tinha um desígnio divino para esta missão.
Fernando Pessoa pretende chamar os Portugueses para essa missão, para essa ambição do Longe, do Absoluto, pois, como ele diz, “É a Hora!”.

Ana Marta Camona, 12.º B

Anónimo disse...

Análise do poema Horizonte de Fernando Pessoa

Horizonte uma palavra tão profunda e com um significado tão vasto. É uma linha, que separa o que nós conhecemos daquilo que não conhecemos. O horizonte é símbolo do longe, do mistério, do desconhecido, do objetivo a atingir. É sem dúvida uma metáfora da vida, em que quando pensamos conhecer realmente bem a nossa vida e que não à mais nada a descobrir, aparece algo novo, e aí percebemos que ela é um mistério, mas também uma metáfora de procura, ou seja, funciona como um apelo de distância, a eterna procura dos mundos por descobrir.
Fernando Pessoa com este poema pretende fazer uma evocação da época dos descobrimentos, invocando ao mar, o espaço por descobrir; o caminho da viagem; a visão e a descoberta de um mundo novo a dominar; a definição do sonho como impulso para conhecer.
As duas primeiras estrofes referem – se aos descobrimentos, sendo que na primeira estrofe descreve a viagem e na segunda descobre um mundo novo, o que antes era desconhecido, estava para lá da linha do horizonte. A terceira e última estrofe refere – se à concretização dos sonhos.
Neste poema Pessoa descreve o encantamento dos navegadores quando ao aproximarem – se de desconhecidas costas, tornavam real o que antes era somente mistério. O sujeito poético faz referência ao sonho, diz – nos que « o sonho é ver as formas invisíveis», ou seja, ver para lá do que os nossos olhos alcançam. É a procura do que está mais longe, é conquistar a verdade. O sonho é apresentado como motor de acção dos descobrimentos. “ É o sonho que, movido pela esperança e vontade, desperta no homem o desejo de conhecer, de procurar a verdade”.
Pessoa ajuda – nos a encarar o mundo, a lutar para conseguir – mos seguir enfrente na vida e vencer – mos o medo. Não deixar – mos que este nos derrote, que seja mais forte que nós. Porque senão lutarmos por aquilo que queremos e senão formos confiantes não vamos conseguir chegar a onde o nosso coração nos manda ir.

Maryline Matos 12ºB
Ana Catarina 12ºB

Anónimo disse...

O Portugal somos nós

Caros colegas, estamos a entrar na época natalícia, aquela época do ano em que só se fala de paz, amor e coisas boas. Mas, tenho uma novidade, este Natal de 2011 vai ser marcado pela diferença! Às nossas casas, vão falhar os exagerados enfeites de natal; às ruas das nossas cidades, vai faltar o brilho; ao pai natal, vão faltar os presentes; aos nossos pais, o subsídio de natal, e a Portugal o que não faltam são dívidas. Meus caros, de facto este natal vai ser estrondoso! Enfim, a crise é assim mesmo, desinstala-nos do nosso conforto. Talvez até venha a ter um balanço positivo, daqui a uns anos. Pois sempre ouvi dizer que depois da tempestade vem a bonança, depois da crise, há-de vir a prosperidade (ou pelo menos, esperemos nós).
Mas este Portugal mais do que um país, é uma nação de riqueza incalculável! Rica sim, em espírito, em anos e anos de história, cultura única, beleza. Mas não só jovens, Portugal é rico porque nós somos Portugal. Somos o futuro deste pequeno grande país. Temos de lutar, fazer valer a vontade e o empenho. Em cada 129 idosos só há 100 de nós, temos de vencer os números e romper com as estatísticas, tal como Camões dizia “mais do que prometia a força humana”. Eu sei que somos capazes! A nossa insatisfação vai incansavelmente motivar-nos e esfalfa-nos até aos nossos objectivos. E porquê? Porque somos portugueses, e se já chegámos à índia, já não há nada que não nos seja possível conquistar.
A nossa Universidade Nova de Lisboa ganhou ontem o prémio de melhor escola de Gestão. As nossas universidades de Aveiro, Coimbra e Porto estão entre as primeiras quatrocentas melhores do mundo. Esta é uma das mais-valias de Portugal: o ensino. Concluíram o mestrado, em 1991, 297 indivíduos, enquanto em 2010, 19 anos depois, havia 12.515 indivíduos a completar um mestrado – estes dados indicam claramente que o número de portugueses com um elevado grau de especialização subiu brutalmente.
Tudo isto mostra um Portugal de qualidade. Um Portugal com potencial. Com estudos podemos vencer na ciência, na economia, investir num futuro promissor, fazer descobertas, se já foi possível levar os portugueses à índia, o homem á Lua, então deve existir um lugar para nós jovens portugueses, um quinto império como nos fala Fernando Pessoa. Vamos agarrar-nos ao que temos de bom, estudar, aprender, para mais tarde virmos a mudar este Portugal e colocá-lo no pedestal que merece. E depois sim, dar as boas festas num natal com mais felicidade e menos preocupação.


Inês Vieira, nº10, 12ºB

Noémia Santos disse...

Sras. e Srs.

Está tudo recebido e visto.

Bom descanso.

NS

Noémia Santos disse...

Inês Pereira

Obrigada pelo contributo.
É boa a ideia de pegares no tema e a de dares exemplos - cinema, livros...

Todavia, seria útil algum desenvolvimento das ideias - à volta dos filmes ou dos livros, conforme o que queiras especificar, relacionar com essas diferentes formas de percecionar os bens culturais.

Também podes aplicar ao caso concreto da nossa sociedade, do meio que conheces.

NS

Noémia Santos disse...

Maryline

Publiquei o teu texto, e agrada-me que tenhas escrito.

Todavia, deves reler bem as emendas que fiz - compara com o texto origina. Há, de novo, problemas sérios de coesão e de coerência textual. Tens de te habituar a ler alto, antes de entregar, para ver se percebes a tempo de emendar que há frases que não têm sentido. Por exemplo - estavas a falar da história dos descobrimentos, mar nessa época, etc. e, de repente, sem qualquer passagem ou articulador frásico, começas a falar da energia das ondas e das pescas e das universidades.

Vais ter que ser muito, mas muito cuidadosa,sempre que escreveres. Reescreve, relê alto, vê se faz sentido, melhora, sempre.

Valeu?

NS

Noémia Santos disse...

onde escrevi "origina" é ORIGINAL.

NS