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24 novembro 2012

Análise do poema “O Infante”

 Fernando Pessoa começa este poema, inserido na segunda parte da Mensagem, com uma estrutura anafórica: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” Com este verso pretende remeter desde início para a missão que os Portugueses têm: unir a Terra inteira através do mar, que sempre foi motivo de separação. Esta união veio pela influência do Infante D. Henrique, que foi sagrado por Deus para “desvendar a noite e a cerração”.

 A partir do cumprimento deste sonho, a missão foi cumprida: “E viu-se a terra inteira, de repente,/ Surgir, redonda, do azul profundo”. Os Portugueses foram até ao fim do mundo e uniram a Terra a partir do mar, como esperado. A sagração do Infante D. Henrique, sendo português, teve um propósito: os Portugueses, para além de terem a missão de unir as terras, os povos, tinham também a missão de instaurar o chamado Quinto Império, que “fundirá os quatro anteriores [a saber, Grego, Romano, Cristão e Europeu/ Inglês] com tudo quanto esteja fora deles” e seria o primeiro Império verdadeiramente universal e espiritual que, segundo Fernando Pessoa, iria durar eternamente. Contudo, apenas se cumpriu “o Mar e o Império se desfez”, já que não se uniram as formas de pensar antes de o Império cair.

 O poema acaba com uma prece dirigida ao Divino, expressa pela apóstrofe “Senhor, falta cumprir-se Portugal!” que resume esta ideia de missão inacabada, que ficou a meio e também a ideia de que Portugal tinha um desígnio divino para esta missão.

 Fernando Pessoa pretende chamar os Portugueses para essa missão, para essa ambição do Longe, do Absoluto, pois, como ele diz, “É a Hora!”.

 
(trabalho publicado pela aluna Ana Marta Camona, 12.º B/2011-12)

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