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28 maio 2011

A Poesia de Cesário Verde (cont.)

Marcas narrativas – referências temporais e verbos normalmente próprios da narrativa:
  • verbos de movimento– andar, descer, abrir, pousar – muitos dos quais traduzem acções/actividades do quotidiano – “Já fumei três maços de cigarros...”Pousara, ajoelhando, a sua giga”; Calçam de lado a lado a larga rua” .
  • advérbios de tempo/outras marcas temporais: “Dez horas da manhã”
  • advérbios de modo – consecutivamente, insensatamente, perfeitamente...
  • inclusão de discurso directo: “Se te convém, despacha; não converses./Eu não dou mais.”
  • expressões retiradas da oralidade: “Que diabo!” ; “Que mundo!” ; “Coitadinha!”

DESCRIÇÃO
Descrição realista - seca, não “romântica” ou retocada da pobreza:
  • a vendedeira é “esguedelhada” “feia”;
  • a engomadeira “ É feia”, ”lívida”, “sem peito”;
  • os calceiteiros “terrosos e grosseiros”, “bestas de carga” 
Descrição impressionista – feita de sugestões de cor, de luz:
  • “Amareladamente, os cães parecem lobos” ;
  • "Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas”
  • "Vibra uma imensa claridade crua”, “Abre-se-lhe o algodão azul da meia”
 
Forte poder dos sentidos, em especial da visão (VISUALISMO), mas também dos restantes sentidos - audição, cheiro, gosto, tacto:
  • "cheiro honesto a pão no forno”;
  • "um parafuso cai nas lajes às escuras”
  • as frutas tónicas e puras”, “As laranjas com cascas e caroços/, comes com bestial sofreguidão”
  • Faz frio.” , “A sua barba agreste”
 
 
 

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