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10 maio 2011

Cesário Verde

Oficina de poesia - a poética dos sentidos

"A mim, o que me rodeia é o que me preocupa"

Desafio: à maneira de Cesário, ter um olhar novo e atento sobre o real.





Fotos de A. Catarina Luís, Márcia Santos e André Santos

1 comentário:

Inês Pereira disse...

Um contributo para a análise do poema "Contrariedades"

No poema "Contrariedades", o autor começa por descrever o sujeito poético "Eu hoje estou cruel, frenético, exigente" e posteriormente o outro, de forma cruel e real "Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes".
No início retrata-a como um pobre esqueleto branco, o que irá contrastar com a sua opinião final.
O sujeito poético justifica todo o seu azedume "Agora sinto-me eu cheio de raivas frias" com a rejeição por parte do jornal, do seu folhetim de versos.
Mais tarde, quando a ouve a cantarolar, volta a cair em si e vê que o seu problema comparado com o daquela pobre rapariga não é nada. Aliás até porque o seu problema ainda pode ter solução, mais tarde ou em qualquer outro local os seus versos ainda podem vir a ser reconhecidos enquanto o problema daquela pobre menina, tísica, já não tem resolução possível e mesmo assim ela não desiste, não se deixa entristecer, muito pelo contrário uma vez que se encontra a cantarolar, suavemente, uma canção plangente.
Assim, o sujeito poético começara por se centrar em si próprio e na sua situação mas finda a relativizar o seu problema, acabando por sair de si e ver que ao seu lado tem uma situação muito pior, e essa sim merece toda a preocupação uma vez que é incurável.