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26 dezembro 2011

Visita «Oh Lisboa, Meu lar!»

Sob o signo deste verso de Fernando Pessoa, realizou-se no dia 16 de dezembro a visita de estudo interdisciplinar prevista desde o ano anterior.
Enquanto não chegam as avaliações que vocês hão-de fazer, aqui ficam alguns testemunhos. Correspondem a apontamentos colhidos em: Casa Fernando Pessoa, Museu da Farmácia, Jardim de S. Pedro de Alcântara, Museu da Ciência, Teatro S. Carlos, Teatro da Trindade, Restaurante H3.


 







 

14 dezembro 2011

Fernando Pessoa não existe!

"Fernando Pessoa não existe, propriamente falando. Quem nos disse foi Álvaro de Campos, um dos personagens inventados por Pessoa para lhe poupar o esforço e o incómodo de viver.
E para lhe poupar o esforço de organizar e publicar o que há de mais rico na sua prosa, Pessoa inventou o Livro do Desassossego,
que nunca existiu, propriamente falando, e que nunca poderá existir. O que temos aqui não é um livro mas a sua subversão e negação, o livro em potência, o livro em plena ruína, o livro-sonho, o livro-desespero, o antilivro, além de além de qualquer literatura".

Richard Zenith
Dispormos do Livro do Desassossego online é um acontecimento.

Tem muito a ver com a discussão do nosso debate.

O Portugal somos nós

Caros colegas, estamos a entrar na época natalícia, aquela época do ano em que só se fala de paz, amor e coisas boas. Mas, tenho uma novidade, este Natal de 2011 vai ser marcado pela diferença!
Às nossas casas, vão falhar os exagerados enfeites de natal; às ruas das nossas cidades, vai faltar o brilho; ao pai natal, vão faltar os presentes; aos nossos pais, o subsídio de natal, e a Portugal o que não faltam são dívidas.
Meus caros, de facto este natal vai ser estrondoso! Enfim, a crise é assim mesmo, desinstala-nos do nosso conforto. Talvez até venha a ter um balanço positivo, daqui a uns anos. Pois sempre ouvi dizer que depois da tempestade vem a bonança, depois da crise, há-de vir a prosperidade (ou pelo menos, esperemos nós).                                                                         
Mas este Portugal mais do que um país, é uma nação de riqueza incalculável! Rica sim, em espírito, em anos e anos de história, cultura única, beleza. Mas não só, jovens, Portugal é rico porque nós somos Portugal. Somos o futuro deste pequeno grande país. Temos de lutar, fazer valer a vontade e o empenho. Em cada 129 idosos só há 100 de nós, temos de vencer os números e romper com as estatísticas, tal como Camões dizia “mais do que prometia a força humana”.
Eu sei que somos capazes! A nossa insatisfação vai incansavelmente motivar-nos e esfalfa-nos até aos nossos objectivos. E porquê? Porque somos portugueses, e se já chegámos à índia, já não há nada que não nos seja possível conquistar.
A nossa Universidade Nova de Lisboa ganhou ontem o prémio de melhor escola de Gestão. As nossas universidades de Aveiro, Coimbra e Porto estão entre as primeiras quatrocentas melhores do mundo. Esta é uma das mais-valias de Portugal: o ensino. Concluíram o mestrado, em 1991, 297 indivíduos, enquanto em 2010, 19 anos depois, havia 12.515 indivíduos a completar um mestrado – estes dados indicam claramente que o número de portugueses com um elevado grau de especialização subiu brutalmente.

Tudo isto mostra um Portugal de qualidade. Um Portugal com potencial. Com estudos podemos vencer na ciência, na economia, investir num futuro promissor, fazer descobertas, se já foi possível levar os portugueses à índia, o homem á Lua, então deve existir um lugar para nós jovens portugueses, um quinto império como nos fala Fernando Pessoa. Vamos agarrar-nos ao que temos de bom, estudar, aprender, para mais tarde virmos a mudar este Portugal e colocá-lo no pedestal que merece. E depois sim, dar as boas festas num natal com mais felicidade e menos preocupação.

Inês Vieira, nº10, 12ºB
11 Dezembro, 2011 19:10

A influência da arte

Deixo aqui um contributo em relação ao tema: Terá a arte a mesma importância para todas as pessoas?

A influência da arte nas pessoas depende muito do público em questão, nomeadamente dos seus gostos, preferências e vocações. Certamente, para muitos, a arte será um contributo, uma fonte de inspiração para outras culturas, outros temas e outras abordagens.

No mundo em que vivemos, temo-nos como pessoas evoluídas, uma vez que dia-a-dia acompanhamos todas as novidades, tais como a estreia de um filme, a publicação de um livro, a venda de um novo CD. Mas será que todos veem estes contributos como fontes de aquisição de conhecimentos e de expansão de horizontes?

O público em geral encara um livro, por exemplo, como uma atividade a que podemos recorrer quando temos algum tempo livre, um exercício de fuga à rotina diária. Mas este tipo de arte é também uma forma de comunicar em que, por vezes, se encontra pontos de vista comuns e até mesmo um acompanhamento, um consolo ou um desassossego que nos faz pensar.

A influência da arte na vida das pessoas é, assim, muito relativa, pois depende sobretudo do valor que cada pessoa atribui aos vários contributos.

Inês Pereira

09 Dezembro, 2011 22:12

13 dezembro 2011

O antes e o depois


Devido à iniciativa de D. João II e D. Manuel houve investimento no conhecimento – astronomia, matemática, geografia – mas também conhecimentos práticos, associados à  arte de navegar. Esta aprendizagem levou-nos aos Descobrimentos portugueses que nos permitiram alcançar e ligar diversas partes do mundo. O que nos facilitou obter diversos produtos como as plantas, mais alimentos, mais produtos manufaturados e também mais conhecimento, o que levou Portugal, a Europa e o resto do mundo a tornarem-se num mundo novo.


 
Também no futuro, podemos voltar a tirar partido do mar, como se sugeria no discurso do Presidente da República. Assim, o mar permite-nos obter mais alimento porque a agricultura não tem capacidade  para suportar as populações, se estas continuarem a aumentar.

Através das ondas do mar, aproveitando a nossa longa costa e mar batido,  podemos produzir eletricidade.
Portugal, incluindo a ilha dos Açores e da Madeira, encontra-se rodeado de mar por todo o lado, o que permite que haja transporte de mercadorias, pois os barcos permitem que se transporte os contentores grandes, e apesar de ser mais caro que o transporte de avião, torna-se mais económico porque transporta em maiores quantidades.
O nosso continente tem um dos maiores portos da Europa e situa-se no ocidente do continente, ou seja, em Sines.
Esta imensa corrente de água, ou seja, o mar, que nos rodeia vai possibilitar-nos, num futuro próximo, um maior conhecimento e um maior aproveitamento, através das engenharias, da biotecnologia e da .  ligação das universidades às empresas, o que permitiu que os alunos aplicassem os seus conhecimentos teóricos em práticos.

 Podemos comparar o mar com o horizonte, pois ambos estão cada vez mais longe à medida que avançamos, o mar parece acabar onde o horizonte começa. Mas não podemos temer-nos. Há que avançar.

Trabalho realizado por:
Maryline Matos 12ºB

30 novembro 2011

Verbos transitivos e Intransitivos

A pedido de várias famílias...


Revisões gramaticais[1]

Verbos transitivos e Intransitivos

Os dois elementos nucleares da frase são o sujeito e o predicado, seja qual for o tipo ou do sujeito ou do predicado.
Estes dois constituintes são a garantia do significado essencial da frase.

VERBOS TRANSITIVOS
Mas observa com atenção as frases seguintes:
1-  Nós tomámos essa direção.
2- A cidade tem muitas casas.
3- Ela recordava, naquele momento, a sua casinha antiga.


Se reduzirmos a frase ao sujeito e ao VERBO, o sentido de cada uma das frases não fica garantido. Parece que lhe falta alguma coisa para lhe completar esse sentido. Isto acontece porque os verbos em causa são verbos que necessitam de um complemento que lhe complete o seu sentido. [2]
Ø Nas frases dadas acima, as expressões que vêm imediatamente a seguir ao verbo são indispensáveis para se completar o sentido do verbo, e, portanto, da frase.

Ø Por isso, as frases acima só têm sentido com esse sintagma que tem a função de complemento direto.

Ø Aos verbos que necessitam de complemento direto dá-se o nome de verbos transitivos diretos.
O pai ofereceu um livro a cada filho.
O complemento direto é a resposta à pergunta
Ofereceu o quê?
Ofereceu um livro.

Outros verbos, para além do complemento direto, necessitam ainda de um complemento indireto:
O complemento indireto é a resposta à pergunta:
Ofereceu a quem?
E a resposta é:
Ofereceu a cada filho.
a cada filho é o complemento indireto.

VERBOS INTRANSITIVOS

Também há verbos que selecionam (exigem) um sujeito mas não “precisam” de complementos 
Ø O Miguel desmaiou.
Ø O avô da Marta morreu.
Nota: Há verbos que tanto podem ser usados como intransitivos como podem ser usados como transitivos diretos e indiretos.
O aluno mentiu. V. INTRANSITIVO
(Podia ser – O aluno mentiu ao professor)
Fazer exercícios on-line:
http://www.prof2000.pt/users/amsniza/verbo-subcl.htm






[1] Os exemplos são provenientes da Nova Terminologia Linguística
[2] Não se confunda com o caso do predicado nominal que carece de predicativo do sujeito. Porque o predicativo não completa o sentido do verbo, dá-lhe o sentido que, sem ele, não consegue alcançar sequer.

19 novembro 2011

"Os Lusíadas" e "Mensagem"


XII
PRECE


Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silencio hostil,
O mar universal e a saüdade.


Mas a chamma, que a vida em nós creou,
Se ainda ha vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a occultou:
A mão do vento pode erguel-a ainda.


Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ancia –,
Com que a chamma do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distancia –
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

31-12-1921 ; 1-1-1922

Podem ler no Farol da Letras todos os poemas da Mensagem, na ortografia adoptada pelo poeta. Foi utilizada uma edição de 1945 (a 3ª).

No mesmo sítio dispõem de textos teóricos, de estudiosos pessoanos, sobre "Mensagem", de que destaco um sobre a relação entre "Os Lusíadas" e a "Mensagem", de Jacinto do Prado Coelho.



Deixo, em destaque,  um dos textos realizados por colegas de outro ano letivo, que foram desafiados a responder à fala do Velho do Restelo:

RESPOSTA AO VELHO DO RESTELO

Ó sábio senhor, tudo o que dizeis terá o seu fundo de verdade. Porém, não terão valido a pena os perigos que enfrentámos, para todo o conhecimento e glória alcançados até hoje?
Meu venerando senhor ... A busca da sabedoria e de novos mundos é uma causa nobre. Foram o sonho e a coragem de concretizá-lo que moveram o Homem ao longo dos séculos e continuarão a guiá-lo pelos tempos vindouros. Foi com esses valores que se conseguiram grandes feitos e é graças a eles que há hoje civilização. Se, aliás, estes não existissem, não estaríamos agora a ter esta discussão, pois nem a própria língua existiria.Como todos sabemos a morte é a única certeza que temos, logo por que não fazer com que a vida tenha algum sentido? Porquê ficar parado à espera que a morte venha? Tudo o que temos hoje, todos os grandes feitos ao longo da História devem-se a homens com um espírito sonhador, curioso e corajoso, e de aventura e de luta pela busca de novos mundos e novas artes e engenho. Porque a História fez-se com riscos, que podemos dizer hoje que valeram a pena, assim como o mesmo dirão, dos que enfrentaremos, as gerações vindouras.


Inês, André e Carlos 12ºH

12 novembro 2011

Poemas da Mensagem

"O Infante"
incluído na 2ª parte da Mensagem, Mar Português
dito pelo ator Sinde Filipe



05 novembro 2011

Portugal - pelo menos acordaram agora (opinião)

Temos um longo e árduo caminho a percorrer, para o qual quero alertar os Portugueses de uma forma muito directa: a disciplina orçamental será dura e inevitável, mas se não existirem, a curto prazo, sinais de recuperação económica, poder-se-á perder a oportunidade criada pelo programa de assistência financeira que subscrevemos.
Quer dizer primeiro graças à ignorantes governadores desse país foi estragada a sua economia, agora é o povo que paga. Muito bem! ... É óbvio que não é só Portugal que está com problemas económicos mas todo o mundo a sofrer uma críse provocada pelo descontrolado crescimento económico que desconhece os conceitos tais como "economizar" e "gerir" - uma anti-economia  cujo principal objetivo é tornar os ricos mais rícos e pobres mais pobres (assimetrias sociais)
Portugal tem ou tinha muitas oportunidades de investimento que podiam criar uma economia mais autónoma e racional que não foram aproveitadas.
1 Portugal praticamente "matou" a sua agricultura
2 Em vez investir com objetivo de atrair para o país pessoas ricas, desenvolveu turismo massificado para pessoas não ricas.
3 Não houve políticas de proteção do seu território marítimo nem pesca nem piscicultura desenvolvida.

4 quase nenhum investimento em energias renováveis (já que não tem fontes de energias internas)
Os políticos são bons é para falar enquanto para agir - não são... e isso já não é uma ilusão enganosa.
Mas pelo menos acordaram agora.

Texto de Alex ?
28 Outubro, 2011 21:54
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Atenção: Afirmação 4. : pouco informada; sobre a questão de energias renováveis, remeto para o artigo publicado no asas-da-fantasia, sobre o investimento grande que foi feito durante a última década em energias renováveis (que é, até, contestado por alguns setores, enquanto defendido por outros).

01 novembro 2011

O papel da sátira no retrato social

Sátira sobre a situação económica portuguesa

Vejam a rábula e registem a vossa interpretação e conclusões.




31 outubro 2011

Mais material polémico para apoiar o debate

1. Os portugueses

"Falando da actualidade do Zé-Povinho, de Rafael Bordalo Pinheiro, tem esta magnífica síntese: Ele "incarna os impulsos portugueses, por vezes difíceis de reconciliar (…). É como se qualquer observação do carácter português tivesse que ser caracterizada pelo seus oposto. São amistosos, mas também irascíveis, deferentes, mas indómitos, apáticos e humildes, duros e ousados, compassivos, mas irados, submissos e belicosos, sempre à espera que a sorte lhes sorria, boa companhia, conciliadores e diplomáticos, bem como efusivos e espontâneos, dados a perder as estribeiras, mas eminentemente sensatos, com a tristeza na alma, mas a jovialidade na sua natureza" (p.243). Ora digam lá se não é mesmo assim? "

 João Boavida
2. "Governo incentiva jovens desempregados a emigrar
O jovem desempregado em vez de ficar na "zona de conforto" deve emigrar, disse o secretário de Estado da Juventude e do Desporto.(...)
Económico com Lusa 31/10/11 11:12
Acho estas declarações interessantes por vários motivos, um deles a candura. Realmente para muitos jovens e não jovens, desempregados e mal-empregados, a emigração (de preferência para fora da Europa) é uma boa opção de carreira. É bom para quem vai, é bom para o país que os recebe, se é bom para Portugal é outra história: um país com uma população envelhecida, com uma das mais baixas taxas de fecundidade do mundo, exportar a sua força de trabalho, ainda por cima a mais qualificada de sempre?"
David Marçal

Ver comentário commpleto no blogue De Rerum Natura
Também podes escrever o teu comentário nesse blogue, desde que respeites as normas.

Teste intermédio de Português

carrega nos livros...

Para que não sintam o peso do teste intermédio quando já for demasidado tarde...deixo-vos as informações que acabam de ser publicadas pelo GAVE sobre os conteúdos, estrutura da prova e cotações. Clica na imagem!

Quanto aos conteúdos, a questão que mais nos preocupava - a da matéria literária/dos textos literarários deste ano - foi clarificada: NÃO é incluída no teste matéria literária do 12º ano. As escolas do país são livres de organizar/gerir o programa (desde que o cumpram) e pode haver situações diferenciadas.

No que se refere à gramática, funcionamenteo da língua, descrição e reflexão linguísticas, bem como à expressão escrita - vem tudo (ou quase) desde a primária. É como em Matemática.

Preparem as gramáticas: para a semana, recomeçaremos com as oficinas gramaticais - funções sintáticas básicas > funções internas ao grupo verbal e ao grupo nominal.

O ritmo será o das vossas necessidades de consolidação das matérias; quanto mais bem preparados e equipados com os materiais de apoio vierem, mais depressa avançaremos. A ordem de abordagem será:

Funções sintácticas ao nível da frase:

Sujeito

Sujeito simples
 Sujeito composto
 Sujeito nulo
Predicado
Modificador
Vocativo
Funções sintácticas internas ao grupo verbal:
Complemento
Complemento directo
Complemento indirecto
Complemento oblíquo
Complemento agente da passiva
Predicativo
Predicativo do sujeito
Predicativo do complemento directo
Modificador

Funções sintácticas internas ao grupo nominal:
Complemento do nome
Modificador

29 outubro 2011

Final do canto V de Os Lusíadas

A reflexão do poeta que nos coube analisar está inserida no final do canto V (estrofes 96 a 100). Nesta fase da obra, Camões já havia descrito a viagem até Melinde da tripulação de Gama, incluindo todas as peripécias e contratempos passados por este e pelos que estavam sob a sua alçada.

Neste excerto é-nos apresentada uma crítica à falta de interesse pelas artes por parto do povo lusitano. Inicialmente o poeta compara o povo luso aos povos da Antiguidade quanto aos feitos realizados, mas refere que existe uma diferença: enquanto os antigos prezavam o verso e a rima os portugueses nenhuma importância davam a essa área.

Garcia de Resende (séc. XV) já afirmava, na introdução ao seu Cancioneiro, que o grande mal dos portugueses é nunca escreverem coisa que façam, e Camões refere que o seu povo não escrevia por falta de qualidades naturais mas sim por desleixo e desinteresse pela lírica (“Por isso, e não por falta de natura” Canto V, estrofe 98).
Depois, o poeta argumenta que se não existirem artistas que relatem os feitos heroicos realizados, estes nunca perpetuarão na História (“Não há também Virgílios nem Homeros / Nem haverão, se este costume dura / Pios Eneias nem Aquiles feros” estrofe 98, canto V).

Nas duas últimas estrofes o poeta refere-se claramente a si próprio e ao seu papel, contrariando a regra das epopeias clássicas, e tem em conta o seu grande valor, referindo a necessidade de Gama lhe agradecer (n’Os Lusíadas às Musas, o que no fundo irá dar ao mesmo visto que os versos - a Poesia - são uma invenção de Camões) pois é ele que vai imortalizar os feitos heroicos do povo lusitano, realizando uma complexa e grandiosa obra com “amor fraterno e puro gosto”. Mas isto não significa que o poeta despreze o valor dos lusitanos face à sua obra, muito pelo contrário, pois é também o próprio Camões que declara “Porém não deve enfim, de ter disposto / Ninguém a grandes obras sempre a peito / que, por esta ou por outra qualquer via / Não perderá seu preço e sua valia” estrofe 100, Canto V).

Bernardo Brasil
Francisco Reis
26 Outubro, 2011 17:38

Imagem 1 - Camões na prisão de Goa pintor desconhecido, séc. XVI

Imagem 2 - Camões em Goa, Júlio Pomar, séc. XX



23 outubro 2011

Debate de ideias

Para complementar a pesquisa de informação sobre o próximo tema de debate e composição longa - texto expositivo-argumentativo, deixo algumas ligações úteis.

Revista Visão  - podem procurar crónicas e artigos anteriores. Esta semana há uma aplicação muito interessante, com 50 dicas de poupança. Quem está a preparar trabalhos, poderia aplicar este modelo ou semelhante ao tratamento do tema.

Diário de Notícias - um jornal que conta com 146 anos de existência e  acaba de ganhar o  galardão FWA Mobile of The Day Award, apelidado de Óscar da Internet, pela qualidade do seu Site, mobile e das aplicações para iPhone/iPod e iPad, a mostrar que não pareou no tempo.

Público - jornal diário; está organizado por temas.
 RTP - notícias, artigos de opinião e videos

SIC notícias - notícias, artigos de opinião e videos


Lembra-te que também os cartoons/desenhos humorísticos e críticos podem fornecer motivos de reflexão:


Exemplos de textos de imprensa actuais - porque escritos agora ou porque,
sendo de outro tempo, abordam questões ainda pertinentes:

Portugal pode deixar de existir?

por FERREIRA FERNANDES11 Outubro 20112

 O bom com a crise é espevitar-nos. A quem bastava estender o braço para colher uma banana nunca precisou de se pôr erecto para, nos desertos do Corno de África, se safar. Os chimpanzés são filhos da abundância e o homem, da penúria. António Barreto disse ontem que Portugal pode deixar de existir. É, pode (isto sou eu a traduzir) ficar como um produto branco no Pingo Doce. Mas os tempos estão felizmente a nosso favor: não são eles maus, péssimos, críticos? Nada melhor. (ler crónica)

"Nós Estamos num Estado Comparável à Grécia
Nós estamos num estado comparável, correlativo à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma ladroagem pública, mesma agiotagem, mesma decadência de espírito, mesma administração grotesca de desleixo e de confusão. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país católico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa – citam-se ao par a Grécia e Portugal. Somente nós não temos como a Grécia uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal e o museu humano da beleza da arte. " Eça de Queirós, in 'Farpas (1872)'

Não deixes de ler as notícias e artigos:
Ensino - Universidades portuguesas na lista das melhores do mundo

"Coisas que nunca deverão mudar em Portugal" por Alexander Ellis, embaixador britânico em Portugal (in Expresso)

Artigo "Portugal vale a pena" de Nicolau Santos

E agora, um vídeo que, apesar de conter erros informativos e históricos fáceis de detetar, correu mundo e tem graça como reacção.






20 outubro 2011

A literatura: espelho de uma sociedade

A literatura é uma forma de expressão em que podemos refletir a nossa criatividade, cultura e ideias, ou seja, a literatura funciona como um espelho de uma sociedade ou época, ajudando as pessoas a refletir sobre si e o que as rodeia, fazendo com que estas se oponham à sua própria rotina e tenham vontade de evoluir e de mudar.

Deste modo, no caso da literatura portuguesa existem grandes autores que utilizam a literatura para criticarem a nossa sociedade e louvarem as nossas capacidades de nos libertarmos e de sermos nós próprios os autores do nosso destino. Camões na sua obra Os Lusíadas e Fernando Pessoa, na Mensagem pretendem realçar a capacidade de evolução de modo a aprofundar o conhecimento como meio de combater a fatalidade da rotina e a apatia, usando atitudes grandiosas e gratificantes do passado para que as pessoas do presente possam ganhar coragem.

Assim, podemos também perceber que a literatura aumenta a nossa capacidade de nos compreendermos a nós próprios e aos outros, isto é, a literatura faz com que nós tenhamos capacidade de nos transformar de forma a atingir a felicidade individual e colectiva. Por exemplo, a nossa experiência de leitura da obra As Cidades e as Serras, de Eça de Queirós permitiu-nos perceber que por vezes vale a pena mudar e lutar contra a rotina. Como esta obra descreve, Jacinto faz a travessia da cidade para a serra, ou seja, troca o mundo civilizado coberto de tecnologia, conforto e rotinas pelo mundo «selvagem» e natural; só assim ele foi capaz de encontrar a sua felicidade e autosatisfação.

Então, concluímos que a literatura é um vasto mundo que sendo aproveitado de maneira correcta e inteligente dá-nos a possibilidade de reflectir criticamente sobre nós mesmos e o que está à nossa volta, de forma a mudar a nossa vida para melhor longe das infernais rotinas.


Trabalho realizado por:
Cátia Magalhães
Emanuel Antunes
Tiago Franco, 12ºA
19 Outubro, 2011 17:37



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O esquecimento da literatura?

Rotinas


A sociedade atual é afetada pela “tragédia da rotina”, situação que advém do normal funcionamento de um país. É comum ver que o dia a dia de um lisboeta, por exemplo, se resume à actividade profissional, esquecendo-se de bens culturais, espirituais e reflexivos, nomeadamente a importância da literatura. A maioria dos livros que esse lisboeta lê são livros da sua especialização, o que lhe permite adquirir um vasto conhecimento da sua área de trabalho. Resta questionar onde fica a restante literatura na vida desse indivíduo? A resposta é simples, não fica, porque segundo ele não tem tempo.


Ora, esta situação retrata o esquecimento da literatura. Contudo, é importante referir que a literatura constitui uma fonte de desenvolvimento humano e social, indispensável à formação de uma sociedade mais consciente.
A literatura é, frequentemente, entendida como um “refúgio” da realidade. Em certas situações, é verdade, porque permite criar um mundo novo, conhecer novos lugares e desfrutar de uma liberdade infinita, ou seja, permite dar asas à imaginação e à criatividade. Assumindo agora que o exemplo usado, o do lisboeta, atribui a importância devida à literatura era normal que este a encarasse como um escape à rotina inerente à sociedade , de modo a abstrair-se dos problemas à sua volta.


Todavia, não é só neste sentido que devemos entender a literatura. A literatura é muito mais que um refúgio; é o meio de nos situarmos no mundo e na sociedade; é com ela que conseguimos perceber/ interpretar os problemas morais, éticos, políticos e, até mesmo económicos, gerando em nós uma atitude de insatisfação e rebeldia, sem esquecer que adquirimos ou enfatizamos o nosso olhar crítico, promovendo a procura de soluções que permitam alterar o mundo real no sentido de o aproximar do mundo imaginário. Além disso, aprendemos a compreender a nossa mente e a dos que nos rodeiam, as atitudes, os comportamentos e as mais diversas situações, tornando-nos mais compreensivos e solidários com o outro.


Assim, a literatura é uma mina de ideias novas e de conhecimento, que alimenta e promove o crescimento do ser humano enquanto pessoa e como ser social.



Cláudia Crispim, Joana Coutinho, Raquel Laranjeira, Rita Mariano. 12ºB
14 Outubro, 2011 10:02


A literatura faz milagres

Manet, retrato de E. Zola (pormenor)

A literatura não é um mero passatempo. Esta deve ser encarada como uma actividade exigente, que estraga, tira do sério, destrói a uniformidade, revoluciona.
Como é do conhecimento público, é uma forma de instrução e pessoas mais instruídas são mais exigentes, insatisfeitas, com grande espírito crítico, tendo por isso uma visão diferente do mundo. 

Por exemplo, a publicidade tem como objectivo persuadir o consumidor. Contudo, quanto maior o desenvolvimento intelectual menor o efeito da publicidade sobre o consumidor, pois este tem maior capacidade de análise crítica, tomando uma posição mais distanciada da visão que lhes é imposta.

 A literatura é importante para a abertura da mente, pois tem o poder de nos tirar das “sombras”, aproximando-nos da realidade – faz-nos passar de uma visão natural para uma visão racional. Aqui pode ser aplicada a metáfora da saída dos homens das cavernas, pois em vez de se contentarem com as “sombras” (ideias limitadas do mundo) passaram a explorar um domínio explicativo da razão de ser das coisas.

 A literatura também pode ter um contributo positivo por  ter o poder de quebrar a monotonia do nosso dia-a-dia abstraindo-nos, apresenta-nos outras formar de pensar. Estimula a compreensão, e por isso promove uma melhor capacidade de relacionamento com os outros. Ao ler estamos a tomar conhecimento de diferentes experiências e perspectivas de vida e assim quando passamos por situações semelhantes sabemos como lidar com elas da melhor forma.

Muitos dirão que apesar de todos os contributos a nível social e intelectual, a literatura não faz milagres, já que uma pessoa com graves problemas na sua vida, não é a ler que vai conseguir resolvê-los. Contudo, a literatura por vezes pode fazer milagres, servindo como um impulsionador para combatermos os nossos problemas e encorajar-nos a enfrentar as dificuldades da vida.
Trabalho realizado por:
Inês Vieira, nº 10
João José, nº 16
José Freitas, nº 17
Rodolfo Pereira, nº 25
14 Outubro, 2011 09:57


Sem a literatura seríamos quem somos?

Cena de leitura numa clareira, 1871
Noël Saunier ( França, 1847-1890)
Óleo sobre tela

Será a literatura um passatempo? Uma forma de ver o mundo? De olhar as diferenças? Sim, a literatura é realmente todas esta coisas, mas é também uma história, quer seja essa real ou imaginária, onde saímos de nós próprios e nos tornamos a própria personagem com a sua personalidade mesmo que essa seja totalmente diferente da nossa: nós podemos ser fortes e seguros e a personagem ser frágil e insegura, ou até mesmo cruel e assim torna-se possivel perceberque todas as personagens são diferentes e têm formas diferentes de atuar perante as mesmas situações, tornando-as assim especias, tal como as pessoas. Por existir este peralelismo é que a literatura é realmente importante contra a rotina que afeta as relações. Vemos assim que as ideias nem sempre são as mesmas mas que irá ser isso que nos desenvolverá a mente, a inteligência e a relação com as pessoas devido à possibilidade de troca e discussão de opiniões.
Pelo contrário, muitos jovens levam este tema levianamente, pois apenas leem por obrigação. No entanto, sendo todos eles a geração futura, é necessário que tenham espirito crítico e não se conformem, pois a evolução depende deles. Apenas pessoas cultas e seguras de si conseguem essa evolução, este abrir de horizontes e de libertação.
Deste modo, se não não fosse a insatisfação e a rebeldia da literarura provavelmente ainda hoje estaríamos na era primitiva, salientando-se a sua extrema importância na renovação da mentalidade das gerações. Sobretudo é promotora da imaginação e do desenvolvimento intelectual, afetivo e crítico. Dá-nos a possibilidade de ser mais livres, pois a nossa imaginação não tem limites.

Inês Pereira nº11
Jéssica Gomes nº12
João Silva nº15
Mariana Freitas nº19
12ºB
14 outubro 2011


Atenção: apenas foram corrigidas faltas ou enganos de escrita. O essencial da argumentação não foi alterado, para permitir que façam os vossos comentários.


12 outubro 2011

Pistas para a redacção de texto argumentativo


ARGUMENTAÇÃO – TEXTO ARGUMENTATIVO

     A introdução deve ser breve

     A introdução deve evitar frases vazias ou irrelevantes, a “palha” (ex: Há muitas opiniões diferentes sobre os efeitos da televisão”) ou ambíguas (“Por um lado concordo que a televisão é negativa para as crianças, mas por outro lado discordo”)

     Na introdução seja direto: “A televisão é um meio poderoso de aprendizagem e entretenimento” ou “A televisão tem muito mais vantagens do que desvantagens”

     Concentre-se no seu melhor argumento ou nos dois melhores argumentos (um argumento bem desenvolvido e exemplificado é melhor do que três argumentos em esboço/mal sustentados)

     Como regra: trate um ponto por parágrafo; mude de parágrafo só quando concluiu o/um raciocínio fundamentado; ligue os parágrafos entre si, através de articuladores frásicos ou de expressões de ligação: Assim; Contrariamente; Com efeito; Apesar do que foi dito; No que se refere a; Por todas estas razões;

     Se tem tendência a perder-se, use marcadores discursivos estruturadores da informação: …por duas razões… em primeiro lugar/em segundo lugar; por um lado/por outro lado

     Garanta a coesão: temporal (tempos/ modos verbais), interfrásica (pois, assim sendo, deste modo, logo, porém…) e lexical (substituições lexicais – por sinónimos ou hiperónimos, por ex.,para evitar repetições

(Para mais informação sobre
texto argumentativo e coesão textual + corência + progressão 
consultar o PPT de apoio, no moodle)