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31 janeiro 2009

Reflexões do Poeta (síntese)


Conforme combinado, deixo também aqui a síntese da matéria dada relativamente ao Plano das Reflexões do Poeta. Não fica tão bem como no ppt...mas espero que seja útil. Quem conseguir, vê no "moodle".
Exaltação e crítica em Os Lusíadas

•A epopeia tem, por natureza, um carácter eufórico e de exaltação das façanhas do herói (individual e colectivo, no caso d’Os Lusíadas).

•No entanto, Camões – com lucidez e espírito crítico – revela o seu desencanto frente a uma pátria “mergulhada numa austera, apagada e vil tristeza”, intervindo criticamente e/ou didacticamente, sobretudo no final dos cantos.

CAMÕES FAZ REFLEXÕES CRÍTICAS / ADVERTÊNCIAS

•Canto I – Insegurança e fragilidade da vida: “(…)Onde terá segura a curta vida/Que não se arme e indigne o Céu sereno/Contra um bicho da terra tão pequeno?” (C.1, 106)

Canto IV
– Ambição e ousadia dos navegantes e suas previsíveis consequências nefastas, a exemplo de Adão, Prometeu, Ícaro; a evidência deste arrojo como próprio da “humana geração”, essa “estranha condição”. (IV, 104)

•– Canto V - Falta de interesse pelas Artes e as Letras: “(…) não se ver prezado o verso e a rima/ Porque quem não sabe arte, não na estima.” (V, 87) ; o mesmo motivo será repetido nos Cs. VII e X.
–Adverte para que os heróis devem às Musas a sua fama, ou seja: o verso/a rima são necessários à imortalização dos heróis: “ Às Musas agradeça o nosso Gama/O muito amor da pátria, que as obriga/A dar aos seus, na lira, nome e fama”


•– Canto VI - Censura da inacção, do luxo; crítica aos que dormem à sombra dos antepassados, aos que se acomodam;
–Advertência de que a honra só se alcança com virtude e acção. Necessidade de “árduo sofrimento”, de “trabalhos graves e temores”, do buscar com “seu forçoso braço” a “fama” e as “honra imortais e graus maiores”; (VI, 95-97)

•Canto VII
– Ingratidão da pátria perante o seu mérito; Camões – “Numa mão sempre a espada e noutra a pena” – lastima a falta de “prémio” (reconhecimento) por parte “daqueles que (…) cantando andava”;

- Canto VIII – Poder corruptor do dinheiro; este “faz traidores e falsos os amigos”, “A mais nobres faz fazer vilezas”, “Os juízos cegando e as consciências”, “faz e desfaz leis”; o dinheiro “corrompe” e “ilude”; (VIII, 96-99)

. – Canto IX - Censura das “honras vãs” - cobiça, avareza e tirania infame – que “verdadeiro valor não dão à gente” por oposição às “riquezas merecidas” [leis justas; feitos de armas]; (IX, 92-94)
–Advertência de que o ócio transforma o livre em escravo: “Se quiserdes no mundo ser tamanhos, / Despertai já do sono do ócio ignavo [indolente], / Que o ânimo, de livre, faz escravo.”

. Canto X – Cansaço de cantar “a gente surda e endurecida”: “Não mais, Musa, não mais” . Crítica à cobiça, avareza e tristeza moral da pátria: “metida no gosto da cobiça (…) apagada e vil tristeza”

OS LUSÍADAS e MENSAGEM
Tanto a epopeia camoniana como o livro de poemas épico-líricos de Fernando Pessoa:
Ø Surgem em momentos da História portuguesa que ambos os poetas consideram de apagamento, de falta de arrojo criador, de crise, de “apagada e vil tristeza”(Canto X, 145)

ØApresentam uma visão sacrificial da heroicidade:
ØO herói faz-se à custa de “hórridos perigos”, de “trabalhos graves e temores”, com “esforçoso braço” (Canto VI, 95, 97);
Øafinal, quem vale a pena ser lembrado são “aqueles que por obras valerosas /Se vão da lei da morte libertando” (C. I, 2)
Ø“Quem quer passar além do Bojador/Tem de passar além da dor” (Mensagem)

Ø- Conjugam características da épica e da lírica:
ØÉpica: matéria histórica/glorificação dos heróis
ØLírica: expressão da subjectividade do “eu”, nas Reflexões do Poeta (nos finais dos Cantos de Os Lusíadas) e leitura interpretativa e pessoal, mais ligada ao mito do que à História (em Mensagem).


Canto X
Não mais, Musa, não mais, que a Lira tenho

Destemperada e a voz enrouquecida,

E não do canto, mas de ver que venho

Cantar a gente surda e endurecida.

O favor com que mais se acende o engenho

Não no dá a pátria, não, que está metida

No gosto da cobiça e na rudeza

Düa austera, apagada e vil tristeza.
(Est.145)

Nevoeiro (excerto)

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –

Mensagem

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Não se esqueçam: Nada substitui a leitura dos excertos seleccionados, o estudo e a realização dos exercícios indicados.

Mandem - até domingo à noite - as dúvidas que tiverem (depois de estudar e de fazer os questionários!!!). Façam-no em comentário, aqui para este espaço.

Segunda-feira podem procurar-me para dúvidas de última hora (entre as 14h00 e as 15h30; estarei na Sala de Trabalho, junto à dos Directores de Turma). Pedem ao funcionário para me chamar.



27 janeiro 2009

Os Lusíadas - arquitectura da obra II

e

O objectivo de Camões seria o de enaltecer o povo português e não apenas um ou alguns dos seus representantes mais ilustres. Não limita, pois, a matéria épica à viagem de Vasco da Gama. Introduz na narrativa todas aquelas figuras e acontecimentos que, no seu conjunto, afirmavam o valor dos portugueses ao longo dos tempos.

Recorre, então, a duas narrativas secundárias, inseridas na narrativa da viagem, cujo narrador é o poeta.
1) Narrativa de Vasco da Gama ao rei de Melinde — Ao chegar a este porto indiano, o rei recebe-o e procura saber quem é ele e donde vem. Para lhe responder, Vasco da Gama localiza o reino de Portugal na Europa e conta-lhe a História de Portugal percorrendo vários reinados até ao de D. Manuel. Ao chegar a este ponto, conta a sua própria viagem desde a saída de Lisboa até chegarem ao Oceano Índico, visto que a narrativa principal fora iniciada in media res, quando a armada já se encontrava em frente às costas de Moçambique. Agora (Canto V), Vasco da Gama narra as dificuldades da Viagem de Lisboa a Melinde.

2) Narrativa de Paulo da Gama ao Catual — Mais tarde surge outra narrativa secundária. Em Calecut, uma personalidade hindu (Catual) visita o navio de Paulo da Gama, que se encontra enfeitado com bandeiras alusivas a figuras históricas portuguesas. O visitante pergunta-lhe o significado daquelas bandeiras, o que dá a Paulo da Gama o pretexto para narrar vários episódios da História de Portugal.

Recorre ainda a Profecias — Os acontecimentos posteriores à viagem de Vasco da Gama não podiam ser introduzidos na narrativa como factos históricos (os humanos não "adivinham" o futuro...). Para ultrapassar esse lapso temporal, Camões recorreu a profecias colocadas na boca de Júpiter, Adamastor e Thétis, principalmente.

Sítios:
Para enquadrar a obra, podes relembrar informações sobre os Descobrimentos.
Para saber mais (noção de epopeia, estrutura, planos...); consultar sobretudo as definições; para análise de texto, há melhor (é discutível, por exemplo, que Camões tenha seguido todas as regras da epopeia clássica, o que se percebe visto a obra ser escrita muitos séculos depois, noutro contexto).

Os Lusíadas - A arquitectura da obra I

Camões*
No exame de 2008 Os Lusíadas foram objecto do grupo I da prova, contariando a ideia (errada) de que só poderá vir a propósito de Mensagem. Podes consultar a PROVA.

Eis aqui o excerto em causa:

Estâncias 89 a 93 de Os Lusíadas, transcritas do Canto IX.

Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas,
Tétis e a Ilha angélica pintada1,
Outra cousa não é que as deleitosas
Honras que a vida fazem sublimada2.
Aquelas preminências3 gloriosas,
Os triunfos, a fronte coroada
De palma e louro, a glória e maravilha,
Estes são os deleites desta Ilha.


Que as imortalidades que fingia
A antiguidade, que os Ilustres ama,
Lá no estelante Olimpo4, a quem subia
Sobre as asas ínclitas da Fama,
Por obras valerosas que fazia,
Pelo trabalho imenso que se chama
Caminho da virtude, alto e fragoso,
Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso,


Não eram senão prémios que reparte,
Por feitos imortais e soberanos,
O mundo cos varões que esforço e arte
Divinos os fizeram, sendo humanos.
Que Júpiter, Mercúrio, Febo e Marte,
Eneas e Quirino e os dous Tebanos5,
Ceres, Palas e Juno com Diana,
Todos foram de fraca carne humana.


Mas a Fama, trombeta de obras tais,
Lhe deu6 no Mundo nomes tão estranhos
De Deuses, Semideuses, Imortais,
Indígetes7, Heróicos e de Magnos.
Por isso, ó vós que as famas estimais,
Se quiserdes no mundo ser tamanhos,
Despertai já do sono do ócio ignavo8,
Que o ânimo, de livre, faz escravo.


E ponde na cobiça um freio duro,
E na ambição também, que indignamente
Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
Vício da tirania infame e urgente;
Porque essas honras vãs, esse ouro puro,
Verdadeiro valor não dão à gente:
Milhor é merecê-los sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.



Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. prep. por A. J. da Costa Pimpão,
5.ª ed., Lisboa, MNE/IC, 2003

Vocabulário:
1 Ilha angélica pintada: representação, pintura de uma ilha linda, que lembra um lugar habitado por anjos.
2 sublimada: ilustre, célebre.
3 preminências (por preeminências): distinções, superioridades, honrarias, louros, prémios.
4 no estelante Olimpo: na brilhante morada dos deuses.
5 os dous Tebanos: Hércules e Baco.
6 Lhe deu: lhes deu.
7 Indígetes: divindades primitivas e nacionais dos Romanos.
8 do ócio ignavo: do ócio indolente, preguiçoso.



No Centro Virtual do INSTITUTO CAMÕES pode ler-se esta breve mas curiosa síntese sobre OS LUSÍADAS:

"Poema épico (1572) de Luís de Camões, de inspiração clássica (segundo a Eneida, de Virgílio) mas de manifesto saber contemporâneo, colhido na observação, é constituído por dez cantos compostos de décimas em decassílabos heróicos, e vive de uma contradição esteticamente harmonizada entre a acção das divindades pagãs (que ajudam ou prejudicam o progresso dos Portugueses na viagem marítima para a Índia, tema do livro) e a tutela do sentimento cristão e da expansão da fé, que anima um ardor de conquista e de possessão do mundo.

Vasco da Gama é o herói, Vénus a sua deusa protectora e Baco o adversário temido - mas a «lusa gente» chega à Índia, dá «novos mundos ao mundo», e o Poeta narra este empreendimento insigne alternando a fogosidade do entusiasmo e da crença com o desengano do reconhecimento da mesquinhez humana, «mísera sorte, estranha condição».

Escrito com mestria narrativa exemplar, o poema representa o exercício em perfeição da língua portuguesa, moderna, dúctil e rica em complexidade expressiva e em matizes líricos de excepção."

*Imagem em regueifadoirao.blogs.sapo.pt

**Imagem em pedraformosa.blogspot.com

25 janeiro 2009

Os Lusíadas no telemóvel, iPod ...


'Os Lusíadas' poderão ser lidos no telemóvel
Biblioteca Digital. Instituto Camões arranca com 'site'
Mais de 220 milhões de falantes terão acesso a documentos portugueses


(...) Com a inauguração da Biblioteca Digital Camões, Os Lusíadas ficam disponíveis para leitura em eReader, iPod Notes, Plucker, Mobipocket, telemóvel.

Acessíveis aos visitantes do site do Instituto Camões (www.instituto-camoes.pt) permanecerão agora à volta de 1200 documentos da cultura portuguesa dos últimos cinco séculos. (...)
Este projecto de disponibilização em linha de obras da língua e cultura portuguesas, por meio da Biblioteca Digital Camões, está, segundo soube o DN, aberto à participação de instituições públicas ou privadas.
O Centro Virtual - Biblioteca Digital Camões tem vários parceiros institucionais. Para já, a Imprensa Nacional vai ceder obras esgotadas do seu catálogo, do domínio público para descarga gratuita; e outras em função de negociação de direitos de autor (Prelo, Colecção Essencial, etc.). A Porto Editora dá acesso, por outro lado, à colecção de clássicos portugueses e, a partir de dia 22, de forma ilimitada e gratuita, ao dicionário de português e à Infopédia para utilizadores de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.Serão cedidos pela Direcção-Geral da Biblioteca e do Livro (DGLB) direitos de publicação do acervo da Comissão para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses, bem como, pela Miso, partituras de música portuguesa sécs. XIX, XX e XXI.O Instituto de Investigação Científica e Tropical porá à disposição Gavetas da Torre do Tombo, enquanto a Editora Quimera disponibilizará ainda a Colecção Vicente (edição crítica da obra completa de Gil Vicente).
Na Biblioteca Digital, poder-se-á também consultar textos de grandes autores

ANA MARQUES GASTÃO , Diário de Notícias, 8 de Janeiro de 2009



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03 janeiro 2009

Contrato de Leitura - Crónicas




Boca do Inferno – Ricardo Araújo Pereira

O absurdo não é inconstitucional

É possível que a maioria dos portugueses não compreenda a guerra a que temos vindo a assistir, mas nenhum ficará indiferente à sua violência. Trata-se de um desses conflitos sangrentos perante os quais até um ateu dá por si a levantar os braços para o céu e a perguntar: «Meu Deus, meu Deus, meu Deus, porquê tanto ódio? Porque será que o Sócrates e o Cavaco não conseguem entender-se?»

A contenda, que começou ainda no ano passado, agudizou-se no início de 2009, na altura do discurso de ano novo do Presidente. Quando todos pensávamos que Cavaco Silva iria aproveitar a ocasião para falar mais um pouco sobre o estatuto político-administrativo dos Açores (um tema acerca do qual é sempre interessante conhecer mais pormenores), ou ainda que alargasse o âmbito das suas intervenções a outros assuntos de carácter burocrático-regional, como o articulado do regulamento para novas propostas de hino da Madeira, ou o regime jurídico do saneamento básico no Douro Litoral, eis que o Presidente resolve debruçar-se sobre problemas que realmente preocupam os portugueses. Sem aviso, Cavaco Silva aborda questões centrais da vida do País – ainda por cima, ao que parece, dizendo a verdade. Não foi para isto que os portugueses o mandataram.

A crueza da mensagem de ano novo tem uma explicação. Sócrates ofendeu o Presidente quando não alterou uma vírgula na lei do divórcio e agravou a desfeita no caso do estatuto dos Açores. Por isso, Cavaco vinga-se agora dizendo a verdade sobre o estado do País ao povo português. É verdade que a provocação do Governo foi perversa, mas a resposta do Presidente é de uma maldade desproporcionada. A Sócrates resta a consolação de ter feito a vida negra a Cavaco: o Presidente terá muita dificuldade para encontrar assuntos nos quais possa estar em desacordo com o primeiro-ministro, uma vez que o próprio primeiro-ministro está muitas vezes em desacordo com o primeiro-ministro. Quando avisou que este ano será difícil, Cavaco desmentiu Sócrates, que previu que em 2009 as famílias portuguesas teriam maior poder de compra, mas concordou com Sócrates, que disse que este ano seria o cabo das Tormentas da crise.

O problema é que Cavaco Silva também se defende muito bem. Se Sócrates diz uma coisa e o seu inverso, o Presidente diz uma coisa e pratica o seu inverso. Também baralha o adversário. Cavaco dirigiu-se ao País para dizer que a lei que tinha acabado de aprovar continha vários aspectos absurdos, mas não indicou nenhum deles ao Tribunal Constitucional, para que este expurgasse a lei da incongruência. É possível que Cavaco tenha desconfiado que, em Portugal, o absurdo não é inconstitucional. E é possível que tenha razão.

VISÃO, 8 de Janeiro de 2009.

Podes ler outras crónicas de Ricardo Araújo Pereira publicadas na VISÃO em
http://aeiou.visao.pt/OPINIAO/RICARDOARAUJOPEREIRA/Pages/Omeninoguerreiroestapassarporaqui.aspx

Das críticas já realizadas pelos colegas que trabalharam diferentes crónicas, aqui fica a frase escolhida pelo Micael e pelo João (12ºA):
"Portugal é mais fácil de compreender por intermédio da comédia do que do jornalismo."


Lembrem-se do que reflectimos acerca do riso como arma crítica, nomeadamente nas suas formas ironia e caricatura.


(Cartoon em: http://henricartoon.blogspot.com/2008_01_01_archive.html)

Contrato de Leitura - Desconhecido nesta Morada

Queima de livros, na Alemanha nazi


Desconhecido nesta moradade Kathrine K.Taylor
"Escrito sob a forma de cartas entre um judeu americano, proprietário de uma galeria de arte em San Francisco e o seu antigo sócio, que regressara à Alemanha, o livro foi uma das primeiras obras a denunciar a perversidade do nazismo." (Descrição da editora)


Quando foi publicado pela primeira vez na revista 'Story', em 1938, Desconhecido nesta Morada, de Kathrine Kressmann Taylor, tornou-se imediatamente um fenómeno social e um acontecimento literário. Editado em livro um ano mais tarde e proibido na Alemanha nazi, foi unanimemente elogiado, tanto nos Estados Unidos como em vários países da Europa.Escrito sob a forma de cartas entre um judeu americano, proprietário de uma galeria de arte em San Francisco e o seu antigo sócio, que regressara à Alemanha, o livro foi uma das primeiras obras a denunciar a perversidade do nazismo. [http://mundosdepapel.blogs.sapo.pt/16325.html]


O livro retrata o regime opressor de Hitler, com o nazismo impigido aos alemães, recorrendo a cartas fictícias entre a Alemanha e os Estados Unidos. (...) O principal contributo do livro é perceber como seria viver naquela época, em que a maioria não se apercebia do império terrível que se estava a instalar.
Dário, 12ºA
Deste livro foi feita uma adaptação ao teatro. Lê uma crítica, que te ajuda a repensar a intriga:
Desconhecido Nesta Morada, a peça de teatro que o Grupo Fatias de Cá apresentou, em ante-estreia, na abertura da cerimónia de entrega dos prémios “Personalidade do Ano”, no Centro Cultural do Cartaxo, prendeu os espectadores do princípio ao fim, mais pela intriga e pelo volte-face que ocorre perto do final, do que pelo trabalho dos actores. (...)

Baseada num conto de Kathrine Kressmann Taylor, adaptado para teatro pelo encenador do Grupo de Tomar, Carlos Carvalheiro, a intriga de Desconhecido Nesta Morada decorre entre Novembro de 1932 e Março de 1934. Sob a forma de cartas entre um judeu americano, proprietário de uma galeria de arte em San Francisco e o seu sócio, que regressara à Alemanha, Desconhecido Nesta Morada denuncia a perversidade do nazismo.
No palco, Paulo Moura, no papel de Max Eisenstein, judeu americano, proprietário de uma galeria de arte em San Francisco e Fernando Rodrigues, que encarna Martin Schulse, sócio alemão de Max que regressou à Alemanha em 1932, vão lendo para os espectadores as cartas que vão trocando entre si. (...)
Martin Schulse começa por manifestar desconfiança em relação a Hitler. Depois deixa-se encantar e inebriar pela convivência com altos dirigentes do novo poder. Para não pôr em causa o seu estatuto social começa por impor ao amigo judeu que lhe trata dos negócios na América, Max Eisenstein, que não lhe escreva e que se limite a mandar-lhe os cheques. Mais tarde confessa que não ajudou a irmã de Max, actriz com quem tinha tido um caso extra-conjugal, permitindo que a mesma fosse assassinada pelos camisas castanhas, só para não se comprometer ao ajudar uma judia. Max urde uma vingança e Martin acaba como vítima do regime a que se colara para obter benefícios pessoais. É esta a trama de Desconhecido Nesta Morada.



Preparem as discussões!
Lembrem-se, também, de dia 8 de Janeiro - Concursos Nacional de Leitura.

12A na Gulbenkian

Foto quase perfeita...apenas o olho desatento da autora fez desaparecer a professora Cristina Pinção, de Matemática


No dia 16 de Dezembro o 12A foi ver Weltliteratur/Madrid, Paris, S. Petersburgo, o Mundo! , para ver, ler e ouvir imagens e poemas de Fernando Pessoa e outros autores portugueses e estrangeiros com os quais a sua obra dialoga. A exposição "tem presentes as obras de que se fala nos textos - pintura, escultura, fotografia, mas também tem manuscritos, vídeos" .


(ver vídeo da exposição, no dia da abertura oficial)


Depois, pelas dezoito horas, foi tempo de asssistir a uma Palestra do ciclo Darwin, Por que há tantas espécies na Terra?, pelo prof. Dr. Nuno Ferrand.



Algumas palavras dos alunos
Sobre o edif]icio e o ambiente
A arquitectura fora do normal, colossal e contemporânea, algo magnífico. Todo o ambiente que se vive é cultural. Ruben

A primeira coisa que nos chamou a atenção foi um mural feito por Almada Negreiros. Andreia

(ver artigo Símbolos Geométricos e Algébricos na Arte, sobre o painel de Almada )
(carregue aqui para ver outros grandes trabalhos de Almada Negreiros)

Sobre Welteliteratur


Um dos pontos fortes de era a sua forma labiríntica que nos levava a procurar os autores e as suas obras. Bernardo, José, Rodrigo

Gostei muito, tinha uma enorme criatividade, de forma muitíssimo apelativa e que convidava a uma intimidade com as obras (...) João

(...) Fernando Pessoa e seus heterónimos, Mário Sá Carneiro, Teixeira de Pascoaes, tudo em forma de labirinto, muito bem conseguida. (...) Podemos perceber o elo que existe entre a literatura e a pintura e também com outros tipos de arte. Tiago

(...) como seria possível expor literatura, pois não é exactamente igual a expor um quadro. Gostei especialmente do formato, um labirinto. Penso que a ideia de separar os poetas por um labirinto é muito interessante, pois mesmo estando separados pelas paredes, eles acabam por formar um todo, a literatura. Cláudio


Texto de fecho da Exposição.



Ficam para depois os excertos sobre a Conferência.