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04 dezembro 2009

Ler para crer!

Ana Filipa Gomes destacou :
Mais uma citação de Fernando Pessoa (...) : "Viver é ser outro".
E descobri outra que pode ser interessante para analisar:

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto."

Deixo-vos mais um dos trabalhos enviados.

Fernando Pessoa em toda a sua vida trabalhou com um objectivo: olhar para si, para posteriormente olhar para todo o Mundo, de forma a compreendê-lo : “ Por isso, conheço-me inteiramente, e, através de conhecer-me inteiramente, conheço inteiramente a humanidade toda”.


Nos poemas que estudámos, o poeta aborda muitas vezes os temas da liberdade, do sonho, da consciência/inconsciência e do pensamento. O sujeito poético revela-nos também a dor de pensar, o desejo que tem de deixar de intelectualizar as emoções, pois quer permanecer ao nível do sensível, mas a constante intelectualização não lhe permite.

O poeta, assim, sente-se numa constante angústia pois não consegue deixar de raciocinar, sempre que começa a sentir, automaticamente intelectualiza essa emoção, incapacitando-o de ser feliz. Nos seus poemas, o poeta revela o desejo de se libertar de si próprio: “Ter a tua alegre inconsciência, e a consciência disso!”.

Podemos então concluir que o poeta sente com a imaginação e não com o coração, e que não existe fingimento ao criar o poema, mas sim a racionalização dos sentimentos: "Sinto com a imaginação/Não uso o coração" ou "Sentir? Sinta quem lê!"


13 Novembro, 2009 19:10

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