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09 abril 2009

A 14 de Abril, vamos ao Teatro !


Memorial do Convento, de José Saramago

(adaptação teatral da Casa dos Afectos)

Sinopse: Ao fazermos a abordagem inicial a este texto para a respectiva adaptação teatral e, atendendo a que ele se destina a ser maioritariamente apresentado a públicos escolares, tivemos a preocupação de manter o mais intactas possível as linhas mestras que fazem desta genial obra uns dos grandes livros da literatura do século XX, sem, contudo, deixarmos de apresentar, como é perfeitamente lógico, a nossa própria visão, ou leitura, se preferirem, da dita obra.
Palco nu, um andaime em fundo, metáfora de elevação de todas as obras humanas, da vida, da emancipação, de conventos, da perfídia, do amor, da utopia. Todas elas, afinal, em plena construção, permanente. Um coro, uma mole de actores envergando a cor do seu labutante sangue, consciência e ponto intemporal da acção. Acção, essa, onde o tempo se mede apenas pela existência rítmica das palavras e dos corpos suspensos em metáforas, ou andaimes, conforme o olhar. Um rei: um fantoche; o poder aparentemente guiado pelos fios invisíveis de Deus.
A ironia está lá, no livro, na vida, na história. Não fomos nós. Já recebemos este rei e esta rainha vindos assim: pasmados; suspensos; ridículos clowns de si próprios; pérfidos, ignorantes, prepotentes, com muito pouco de humanidade. Já recebemos, dizia, estes monarcas, vindos assim do fundo dos tempos e das memórias.
E o amor: essa torrente de desejo, vítima de todas as mais mortíferas ironias; esse rio de carne em brasa propulsora do maior de todos os sonhos; esse voo de olhares que se explanam entre a cama e o céu, acariciando todas as vontades; a vontade de que o fogo não mata, mas purifica. E todos os poderes metamorfoseados em fé. E ainda a utopia: vontade ancestral dos homens na imitação dos pássaros; na imitação do primeiro som; do primeiro silêncio; da primeira sinfonia da voz. E mais os actores rompendo o corpo com as palavras. Entre o histórico e o romanesco, a narração diverte-se em verbos de palco.

Autor: José Saramago
Adaptação, Dramaturgia e Encenação: João Nuno Esteves
Concepção musical: José Manuel Almeida
Produção: Casa dos Afectos – Associação de Intervenção Cultural
Duração do Espectáculo (minutos): 110
Género Artístico: Tragicomédia
Classificação etária: maiores de 12 anos
Actores (por ordem alfabética): André Albuquerque, Catarina Gouveia, João Nuno Esteves, Liliana Costa, Nuno Fradique, Paulo Palma e Sérgio Narval
Ficha Técnica:
Som: José Manuel Almeida
Luz: Carlos Jorge Bernardes
Figurinos e adereços: Ana Bandeira

Ver sítio da CASA DOS AFECTOS, com os espectáculos disponíveis.
Atenção: o preço é de 5 euros.
A Ficha/guião de apreciação crítica do espectáculo e comparação com o livro será entregue no dia, a todos os alunos.
Quem desejar falar com os actores, deve dizer-mo antecipadamente, para organizarmos o encontro. Se não quiserem fazê-lo, pelo menos enviarão depois os textos críticos para a Companhia.

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