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16 março 2008

Livros e leituras

Os candidatos (do secundário) da nossa escola ao Concurso Nacional de Leitura - Provas Distritais - são todos do 12º B: a Ângela, o João T. e o Luís .
Aqui está a turma toda a partilhar as leituras e a ajudar os colegas.





12 de Março de 2008
Eis os livros:
A voz dos deuses, de João Aguiar
O meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos
Desconhecido nesta morada, de K. Taylor
Por falar em livros, aqui ficam duas críticas feitas por colegas do 12º E.
O retrato de Dorian Gray é um romance (o único de Oscar Wilde) que conta a história de um jovem “Adónis” que se deixa pintar por Basil Hallward, um pintor que secretamente nutre um fascínio por si (Dorian) e que se deixa influenciar por um astuto Lorde (Lord Henry Wotton). Devido a esta influência, Dorian toma conhecimento da sua beleza e da efemeridade da sua juventude, e passa a invejar o seu retrato, desejando que este suporte o peso das suas acções e que Dorian por sua vez permaneça fisicamente imutável. Este desejo torna-se realidade e é em torno do mesmo que a acção se desenrola.


Para mim esta obra concentra nas entrelinhas uma crítica e uma mensagem para a sociedade Inglesa hedonística do século XIX, não só pela primazia dada à estética em desfavor da ética como também pelo sentido crítico e vazio que se dava à arte e que se verifica em frases presentes na obra, como: “ Os Ingleses são os que possuem em menor grau o sentido de beleza da literatura”; “Não fomos postos neste mundo para divulgar os nossos preconceitos morais” e “Tudo fora como a arte deveria ser: inconsciente, ideal e remota”. O que me remete para a ideia que Fernando Pessoa tinha em relação ao seu papel de poeta quando escreveu a Mensagem, a missão do escritor de “acordar” a sociedade, alertando-a para os seus erros e ensinando-a a libertar-se dos mesmos.

Este romance é aliciante não só pela história e pela magia dos personagens principais como pela deliciosa escrita; e usando as palavras do autor, neste livro “as metáforas são assombrosas como orquídeas, e igualmente subtis no colorido".
Existe na acção um gradual desenvolvimento da negritude da alma de Dorian, que de jovem ingénuo e puro se vai tornando num narciso vil e deplorável, graças à influência de Lord Henry que se viu aliciado e atraído a corromper um espírito tão fantástico, moldando Dorian como se de plasticina se tratasse. O facto de ser o quadro a envelhecer e a suportar o peso das suas acções, encoraja-o também a transpor cada vez mais limites. Aborda ainda questões como a angústia do ser humano de preservar a beleza e a importância dada à mesma, que constituem na sociedade moderna questões bastante pertinentes; assim como a influência que pessoas e coisas têm na nossa vida, neste caso Lord Henry com a sua personalidade dominante e o livro que este dera ao protagonista.
Não posso deixar de referir Lord Henry, uma personagem realista, e cruelmente deliciosa que me conseguiu atrair e influenciar com as suas magníficas, mas nem sempre correctas, teorias da vida, o que me levou a uma aproximação e compreensão da personagem principal. Admiração esta que, com o desenrolar da acção, foi dando lugar a um sentimento de pena pela solidão e pretensão de tudo saber que Henry possuía.


Para terminar tenho de referir o final genial da obra, simples, mas perfeito, em que certamente o acrescento de palavras apenas levaria à perda de toda a sua beleza. E como não há ninguém melhor para ilustrar a beleza de um livro que o seu próprio autor deixo aqui a minha opinião, muito positiva da obra, na esperança que suscite nos leitores da minha crítica a curiosidade pelo livro.

Marisa Oliveira, 12º E

Diário de Rutka
“O Diário de Rutka”, é um livro muito recente, sendo publicado pela Sextante Editora (com respectiva tradução).
Torna-se um pouco complicado, para mim, definir quem, na realidade se tornou mais importante para a obra: se a própria Rutka, a pequena judia polaca que produziu este diário em pequenos excertos que retratam o seu dia-a-dia, remontando ao terror vivido da Segunda Guerra Mundial na vida dos judeus; se a sua irmã Zahava (Laskier) Scherz, quem tornou pública a obra, como homenagem a Rutka. Alguns definem Rutka como “a Anne Frank polaca”. Se ambas escreveram sobre o terror do nazismo – nunca deixando de registar os típicos dilemas psicológicos das adolescentes – e se ambas morreram em campos de concentração (Anne Frank em Bergen-Belsen, aos 15 anos; Rutka em Auschwitz, aos 14), as suas semelhanças são algumas.
Embora, em algumas passagens se torne um pouco confusa, devido à situação em que vive, afirmando muitas vezes, não ser capaz de exprimir - para o papel - o fervilhar das sensações e emoções que vão dentro de si, Rutka demonstra ser, para a sua idade, uma “menina excepcionalmente inteligente e muito dotada pela escrita”. O mais arrepiante neste "notável documento humano", é a forma como Rutka alterna entre o relato dos pesadelos do gueto e as coscuvilhices do seu círculo de amigos; ou o brusco desabrochar da puberdade. A 5 de Fevereiro (1943), Rutka expressa medo, descrevendo as torturas, que levavam à morte os judeus da sua época (e também à sua), seja qual fosse a idade e o sexo, demonstrando igualmente a sua falta de fé: “Se Deus existisse, Ele não teria seguramente permitido que seres humanos fossem atirados vivos para fornos, nem que cabeças de criancinhas fossem esmagadas por cabos de pistolas ou amontoadas em sacos e gaseadas até à morte… Soa como uma ficção. Aqueles que não viram nunca hão-de acreditar. Mas não é uma lenda, é a verdade.”
Também a 6 de Fevereiro (1943), escreve estas linhas terríveis: “Algo em mim se destruiu. Quando passo ao pé de um alemão, tudo em mim se contrai. Não sei se é por medo ou por ódio. Queria poder torturá-los, e às suas mulheres e aos seus filhos, (...) estrangulá-los vigorosamente, mais e mais ainda.” Rutka foi deportada, juntamente com o seu irmão Hénius e sua mãe Golda Laskier, nas câmaras de gás, em Agosto de 1943.
É um livro bastante tocante, que faz de Rutka um grande testemunho do horror do Holocausto. Mas viver e sentir, passa além do imaginar. Como Rutka sinceramente o disse: “Aqueles que não viram nunca hão-de acreditar.”
Joana Matias12º E, nº 12

09 março 2008

Arte e Literatura




EXPOSIÇÃO NA LIVRO DO DIA



Interpretação Plástica de Grandes Obras/Autores

da Literatura Portuguesa


Na Livraria Livro do Dia estão em exposição um conjunto de esculturas, telas e desenhos dos colegas da turma 12º H (Artes)


Incluem esculturas e pinturas realizadas na disciplina de Desenho, associadas ao Frei Luís de Sousa, presentes na Exposição ocorrida na Cooperativa de Comunicação e Cultura de Torres Vedras, em 2007, bem como desenhos e pequenas telas realizadas (em 2007 e 2008) em Português, aquando do estudo de A Cidade e as Serras e Fernando Pessoa e seus heterónimos.


Vale a pena a visita!


Podem dar um bom pretexto para treinar o texto crítico/de opinião.