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08 junho 2008

Privacidade v/s Liberdade

Big Brother is Watching You


O tema da privacidade versus liberdade foi sempre uma questão polémica. Já em 1948, quando saiu o famoso livro 1984 da autoria de George Orwell, se sentia a preocupação com a violação do direito à privacidade. Hoje em dia é um tema bastante retratado em filmes, livros, músicas… Um excerto da música Privacidade dos Xutos e Pontapés diz: “Quem não deve, não teme/ Abre-me o teu coração/ Em liberdade, fala verdade/ Eu sou o teu Grande Irmão/ Sei onde tu estás/ Sei sempre onde tu estás/ O que sentiste/ O que tu fazes/ O que pensarás/ Quem vive, quem morre/ Quem come, e quem passa fome/ Passa tudo pela minha mão/ Agradece ao Grande Irmão.”

Por um lado todos temos o direito de fazermos o que queremos à porta fechada, desde coçar o rabo a ter conversas que em público não teríamos por pudor, vergonha, ou qualquer outra razão. Por outro, temos o medo, o receio do desconhecido e do que nos possa afectar negativamente: baixar filmes ilegais da internet, assaltos no escuro, construção de bombas caseiras e qualquer outra coisa que possa pôr em risco a segurança ou a integridade pública.
Será que chegámos ao ponto de sermos observados onde quer que estejamos (tudo em nome da segurança!)? Percebo por que é que existem câmaras de segurança nas lojas, nos bancos e nos supermercados, mas essas, em princípio, não estão a violar a privacidade de ninguém uma vez que têm como objectivo controlar roubos e outros delitos e estão dispostas em locais-chave, como as caixas. Nunca em provadores ou casas de banho.
As discussões que creio serem as mais recentes sobre este assunto são acerca da colocação de câmaras de vigilância nas escolas. Entendo que haja escolas que têm problemas de tal forma graves que seja necessário recorrer a esses tipos de vigilância, mas será absolutamente necessário chegar a tanto? Por que é que isso acontece? São escolas em zonas más? Os professores têm medo dos alunos? Por que não aumentar o número de polícias da escola segura pelo recinto? Não há dinheiro? Mas para sistemas de vigilância já há? O essencial é não invadirmos o espaço privado de segundos e terceiros.

Desde que todos saibamos respeitar a liberdade, o espaço e as opiniões dos outros, não há qualquer necessidade de vigilância e violação de privacidade. [...]


Liberdade acima de tudo!

Ana Catarina, 12º H
04 Junho, 2008 22:03


Nota: Imagens obtidas em: [jumento.blogdrive.com] , [blogs.sapo.pt] e [updateordie.com]

12 comentários:

Anónimo disse...

O Poeta da Natureza

Alberto Caeiro é um guardador de rebanhos. E os rebanhos são os seus pensamentos.
Este filósofo anti-filosofia afirma que o seu olhar “é nítido como um girassol” e que anda a passear e a olhar o mundo, sempre com o pasmo que uma criança tem ao ver o mundo quando nasce “se, ao nascer,/ Reparasse que nascera deveras…”. Acredita na eterna novidade do mundo, no que os sentidos lhe transmitem e que o importante é o “agora”. Pensa com os sentidos enquanto deambula pela vida: “Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la”.
“Pensar é estar doente dos olhos”, por isso não devemos reflectir sobre as coisas, devemos olhar para elas e vê-las, e de todas as vezes que olharmos para trás e as virmos, devemos vê-las como algo novo que são, não ver a Natureza por dentro “Porque a Natureza não tem dentro/ Senão não era Natureza.”.
A lição mais importante que Caeiro tem para nos ensinar é vivermos em comunhão com a Natureza, aceitá-la tal como ela é sem reflectirmos sobre o assunto e absorvê-la com os nossos sentidos, livres de preconceitos e de imagens predefinidas.
Este poeta da Natureza não é só o mestre de Pessoa e dos outros heterónimos, é também o meu mestre e deveria ser o de todos nós.
“Pensar incomoda como andar à chuva” e eu hoje não me quero molhar.

A. Catarina

P.S. - Por favor, ajude-me a melhorá-lo.

Anónimo disse...

Exame 2007 - 1ª fase
Grupo I - B

As sensações na poesia de Cairo não são apenas relevantes, são tudo. Este homem que afirma “eu não tenho filosofia: tenho sentidos” crê que a realidade é tal qual o que vemos, ouvimos, sentimos, cheiramos e saboreamos. “Pensar é não compreender” e por isso não vale a pena reflectir sobre as coisas pois as coisas não foram feitas para se pensar nelas, mas para as sentir e absorver tal como são. “O único sentido íntimo das coisas/ É elas não terem sentido íntimo nenhum.”
É por isso que este “poeta da Natureza” é o mestre de Pessoa e dos seus heterónimos. Todos querem atingir o seu grau de unidade com a Natureza.

Ana Catarina 12ºH

Anónimo disse...

Só vi os seus comentários hoje.
Será que assim está melhor?

Big Brother is Watching You

O tema da privacidade versus liberdade foi sempre uma questão polémica.
Já em 1948, quando saiu o famoso livro 1984 da autoria de George Orwell, se sentia a preocupação com a violação do direito à privacidade. Hoje em dia é um tema bastante retratado em filmes, livros, músicas… Um excerto da música Privacidade dos Xutos e Pontapés diz: “Quem não deve, não teme/ Abre-me o teu coração/ Em liberdade, fala verdade/ Eu sou o teu Grande Irmão/ Sei onde tu estás/ Sei sempre onde tu estás/ O que sentiste/ O que tu fazes/ O que pensarás/ Quem vive, quem morre/ Quem come, e quem passa fome/ Passa tudo pela minha mão/ Agradece ao Grande Irmão.”
Por um lado todos temos o direito de fazermos o que queremos à porta fechada, desde coçar o rabo a ter conversas que em público não teríamos por pudor, vergonha, ou qualquer outra razão. Por outro temos o medo, o receio do desconhecido e do que nos possa afectar negativamente: baixar filmes ilegais da internet, assaltos no escuro, construção de bombas caseiras e qualquer outra coisa que possa pôr em risco a segurança ou a integridade pública.
Será que chegámos ao ponto de sermos observados onde quer que estejamos (tudo em nome da segurança!)?
Percebo por que é que existem câmaras de segurança nas lojas, nos bancos e nos supermercados, mas essas, em princípio, não estão a violar a privacidade de ninguém uma vez que têm como objectivo controlar roubos e outros delitos e estão dispostas em locais chave, como as caixas. Nunca em provadores ou casas de banho.
As discussões que creio serem as mais recentes sobre este assunto são acerca da colocação de câmaras de vigilância nas escolas. Entendo que haja escolas que têm problemas de tal forma graves que seja necessário recorrer a esses tipos de vigilância, mas será absolutamente necessário chegar a tanto? Por que é que isso acontece? São escolas em zonas más? Os professores têm medo dos alunos? Por que não aumentar o número de polícias da escola segura pelo recinto? Não há dinheiro? Mas para sistemas de vigilância já há?
Não é por invadirmos o espaço dos outros e controlarmos os seus movimentos que o crime vai acabar, as pessoas hão-de dar sempre a volta ao sistema e aproveitar os ângulos mortos. A vigilância não é uma questão de prevenção, é um simples adiamento. O único que nos resta é esperar que o ser humano evolua e as preocupações presentes se tornem passado.

Ana Catarina
12ºH

Anónimo disse...

Exame 2007 - 1ª fase
Grupo III

"Ao longo da vida, a tendência é para as pessoas passarem cada vez
mais tempo sozinhas e fechadas dentro das suas casas, transformadas em
verdadeiras «torres de marfim». A maneira como se acumulam bens físicos
e se procura melhorar os espaços domésticos reflecte um cada vez maior
alheamento em relação ao espaço público colectivo, que raramente é
pensado como um bem comum."


O avanço da tecnologia é um factor extremamente relevante nesta tendência. Hoje em dia pode fazer-se quase tudo, senão mesmo tudo, sem se sair da casa, desde encomendar comida, a pagar os impostos, passando pelas encomendas por catálogo, tanto de roupa como de outros bens.
Isto vai influenciar o estilo de vida doméstico das pessoas pois, se há menos necessidade de tratar de certos assuntos na rua, o tempo que se passa em casa aumenta e passa a haver uma maior preocupação com os espaços interiores, de modo a tornar o tempo que se passa em casa mais agradável.
Mas não e só este tipo de avanços e modernizações que influência este estilo de vida. As televisões, os computadores, as consolas, os telemóveis, não passam de entretenimento fácil e acessível à distância dum dedo. Tornámo-nos autênticos sedentários sendo o único tipo de exercício que fazemos o de ir à casa de banho.
É importante lembrar que o ser humano é um animal feito para socializar, conviver e viver em grupo. Não nos podemos esquecer que existe vida para além das quatro paredes que nos rodeiam, mesmo que essas tenham sido estilizadas por algum designer famoso. Não digo que devemos descurar no ambiente privado, afinal, uma pessoa deve sentir-se bem na sua casa, mas não faz mal nenhum sair desse sofá extremamente confortável para ir apanhar ar numa cadeira (não menos confortável) duma esplanada com um ou dois amigos ou simplesmente dar uma volta bem acompanhado.


Ana Catarina
12ºH

Anónimo disse...

Olá!

Tenho uma dúvida em relação ao grupo III do exame.

Normalmente, existe uma pequena introdução ao tema que pretendem q o aluno desemvolva..
é uma má opção utilizar frases ou ideias dessa introdução que nos é dada?
Por exemplo
Emrelação à 2º fase do exame do ano passado:

*os livros mostram-nos novas realidades, informam-nos, obrigam-nos a reflectir...etc

e após os argumentos e os respectivos exemplos, concluia:

Assim, "Nós também somos «feitos» pelos livros que nos marcaram, pelos
filmes que vimos e pelas músicas de que gostamos."

É uma hipotese possivel ou devo explicitar a minha tese logo no inicio do texto?

Obrigado!

Anónimo disse...

Espero ainda vir a tempo...

Diálogo intercultural: necessidade ou miragem?

Actualmente, poucos são aqueles que não sabem, pelo menos, duas línguas, nomeadamente a sua língua materna e inglês e muitos procuram alargar os seus horizontes, aprendendo francês, espanhol, mandarim, etc. Tudo isto porque, cada vez mais, nos vamos dando conta da importância do diálogo intercultural, da ligação entre culturas.
O diálogo intercultural permite relações de cooperação e de inter-ajuda. Repare-se no caso recente de Myanmar, que, sendo um estado ditatorial, não permitiu a ajuda de outros países e milhares de pessoas, em consequência a um sismo e a cheias, ficaram desalojadas e milhares morreram.
Além disso, o diálogo intercultural abre as fronteiras ao desenvolvimento e enriquecimento social e, consequentemente, ao desenvolvimento económico. Exemplo disso é o programa Erasmus ou o mais recente Tratado de Bolonha, que incutem e permitem, desde cedo, aos jovens a mobilidade e a criação de relações com outras culturas, aliando a formação académica à formação pessoal. Estas relações trarão benefícios, de um ponto de vista mais alargado, aos países de origem, pois as bagagens culturais destes jovens primarão pela versatilidade e permitirão novas ideias e conquistas.
O diálogo intercultural é essencial e inevitável, pois são tantas as tecnologias que promovem o diálogo - telemóvel, televisão, internet... - que, mais cedo ou mais tarde, nos tornaremos mesmo numa aldeia global.
Assim, o lema de hoje em dia é abrir, alargar, cooperar e conquistar: abrir portas ao mundo, alargar horizontes/fronteiras, cooperar com os vizinhos e conquistar novos sucessos!

Anónimo disse...

Andreia

Desculpa. O teu pedido "perdeu-se" no meio dos textos.

Claro que se a afirmação (normalmente polémica ou discutível) lá está pode e deve ser abordada no texto.

O que se deve evitar é aquele tipo de formulação "Sim, concordo com o autor da frase blábláblá, porque...", sobretudo a abrir. Tira força ao teu próprio texto.

A abrir o texto, podes retomar a ideia, com uma frase forte, que dê logo a entender qual vai ser a tua linha de pensamento. Por ex:

"O carácter de cada um de nós tem muito de genético. No entanto, parte importante do que somos em adultos depende de outros factores, dos quais se destacam a educação e a cultura."
Ou
Investigações recentes revelaram que o cérebro das pessoas que lêem e têm educação musical funcionam de modo diverso e são mais ágeis. A leitura e a música são, pois marcantes ....
Ou
Sempre que tenho de enfrentar um problema complicado ou tomar uma decisão difícil vem-me sempre à memória a personagem de ..........., no livro/filme ....De facto, os livros e os filmes influenciam a nossa forma de ....

Retomar uma ou mais frases do texto introdutório é possível mais para o final, quando já estabeleceste a tua lógica. Do género

XXXXXXXXX. Afinal, "Nós também somos «feitos» pelos livros que nos marcaram, pelos
filmes que vimos e pelas músicas de que gostamos." XXXXXXXXXXXXXX

Frase anterior tua; frase final: tua!

Boa sorte!
NS

Anónimo disse...

CONT.

Andreia´
Falta uma vírgula em : "...são, pois, marcantes"

Noémia Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Noémia Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Noémia Santos disse...

Lisa

Publiquei o teu texto, com alterações. Gostava que tivesses sido tu a fazer as correcções, mas não é altura.

O teu texto parte de um bom tema. O final usa bem a enumeração.
Mas há questões sérias de falta de coesão e consistência. A certas frases/períodos faltam ligações lógico-semânticas.
Há também um erro com a preposição ("a" em vez de "de").
Sobretudo, falemos a sério: falta-lhe substância, profundidade.

Em exame sei que vai correr melhor, porque terás o peso do momento. Não cedas à facilidade, faz um plano. Cimenta as ideias com robustez.Dá exemplos consistentes. Relê.

Boa sorte!
NS

Noémia Santos disse...

Catarina

Fico satisfeita por teres agarrado o tema.
O texto tem unidade e nesse sentido não lhe irei mexer muito, para publicação.

Creio que ganharia força, para uma situação formal como a do exame, se criasse algumas ligações que aclarassem o teu distanciamento crítico (já visível na tua segunda linha: ao dizeres "...são os seus pensamentos" revelas que entendeste a metáfora e até a ironia do poeta. Assim,poderias ligar a:
- desejo de "objectivismo absoluto", de abolição da subjectividade.
- o repúdio das filosofias enquanto sistema de interpretações e de valores, não inerentes às coisas, antes reflexões geradas no pensamento;
- impossibilidade, afinal, de afastamento do "vício de pensar"; Caeiro é sobretudo inteligência, embora discorra sobre as sensações. "Passeando a observar o mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e primitiva da Natureza."

- atitude antimística («Se quiserem que eu tenha um misticismo, está bem, tenho-o. / Sou místico, mas só com o corpo. / A minha alma é simples e não pensa. / O meu misticismo é não querer saber. / É viver e não pensar nisso»)."
"
E AGORA: Caeiro por ele mesmo:


"Bendito seja o mesmo sol de outras terras

Que faz meus irmãos todos os homens

Porque todos os homens, um momento no dia, o olham [como eu,]

E nesse puro momento

Todo limpo e sensível

Regressam lacrimosamente

E com um suspiro que mal sentem

Ao homem verdadeiro e primitivo

Que via o Sol nascer e ainda o não adorava.

Porque isso é natural - mais natural

Que adorar o ouro e Deus

E a arte e a moral..."

Enfim, o teu texto pode não estar perfeito...mas é um bom começo. E depois:

"Mas graças a Deus que há imperfeição no mundo

Porque a imperfeição é uma cousa,

E haver gente que erra é original,
(...)

Se não houvesse imperfeição, havia uma cousa a menos,

E deve haver muita cousa

Para termos muito que ver e ouvir..."

AC, 7-5-1914