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10 julho 2010

O poeta da Natureza

O Poeta da Natureza, Alberto Caeiro, é um guardador de rebanhos. E os rebanhos são os seus pensamentos.
Este filósofo anti-filosofia afirma que o seu olhar “é nítido como um girassol” e que anda a passear e a olhar o mundo, sempre com o pasmo que uma criança tem ao ver o mundo quando nasce “se, ao nascer,/ Reparasse que nascera deveras…”. Acredita na eterna novidade do mundo, no que os sentidos lhe transmitem e que o importante é o “agora”. Pensa com os sentidos enquanto deambula pela vida: “Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la”.“Pensar é estar doente dos olhos”, por isso não devemos reflectir sobre as coisas, devemos olhar para elas e vê-las, e de todas as vezes que olharmos para trás e as virmos, devemos vê-las como algo novo que são, não ver a Natureza por dentro “Porque a Natureza não tem dentro/ Senão não era Natureza.”.
A lição mais importante que Caeiro tem para nos ensinar é vivermos em comunhão com a Natureza, aceitá-la tal como ela é sem reflectirmos sobre o assunto e absorvê-la com os nossos sentidos, livres de preconceitos e de imagens predefinidas. Este poeta da Natureza não é só o mestre de Pessoa e dos outros heterónimos, é também o meu mestre e deveria ser o de todos nós.“Pensar incomoda como andar à chuva” e eu hoje não me quero molhar.
A. Catarina, 12º H

Imagem: poloroid tirada pelos alunos no atelier sobre Cesário Verde, em 2007. Acho que é uma boa companhia: Cesário, mestre de Caeiro, mestre de Pessoa.

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