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09 julho 2010

Felizmente Há Luar



 Maria do Céu Guerra no papel de Matilde; João d'Ávila, como Sousa Falcão


O teatro defendido por Luís de Sttau Monteiro, à maneira do que então se praticava em muitos palcos da Europa tem como tem como preocupação fundamental levar os espectadores a uma maior consciência sobre o seu presente, a partir da reflexão sobre os acontecimentos passados, alertá-lo e levá-lo a tomar posição na sociedade em que se insere.
Surge assim a técnica do distanciamento, a qual assenta no afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, para que, evitando a dispersão emocional, possam fazer juízos de valor sobre o que está a ser representado.

Luís Sttau Monteiro pretende, pois, através da distanciação, envolver o espectador no julgamento da sociedade, contribuir para a tomada de consciência crítica. Deste modo o espectador deve possuir um olhar crítico para melhor se aperceber de todas as formas de injustiça e opressões. O teatro assume aqui uma missão social e política, que se compreende melhor se conhecermos as coordenadas do espaço e do tempo L. Sttau Monteiro: .Portugal, 1961



 Crónica de imprensa de José Saramago,

integralmente cortada pela Censura




Questionário sobre FHL, para treino http://aulaportugues.no.sapo.pt/testefelizmente.htm



Responde agora:
1) Em que acontecimentos históricos se baseia a obra dramática Felizmente Há Luar?
2) Sobre que temas/problemas chama a atenção esta obra?
3) Por que motivo foi proibida até 1974?
4) Quais os valores defendidos na peça?
5) Que males são comuns aos regimes políticos e às sociedades de 1817 e de 1961?


Companhia A Barraca

Ler, treinar e saber mais:

  • Treinar/Estudar a peça de maneira informada e criativa (WEBQUEST)

Aqui encontras alguns TEMAS relacionados com os anos 60 (vídeos)
1961 Assalto ao Santa Maria; início da guerra em Angola http://www.rtp.pt/wportal/informacao/50anos_50noticias/50anos50noticias_anos60.php
1969 - Ida à Lua





                                                 

12 comentários:

Anónimo disse...

As bases para a aula de hoje são:
- a peça "Felizmente há Luar";
- este "post" do blog e ligações indicadas.

Aqui fica o trabalho:

1. Ler o texto do Teatro A Barraca sobre a peça FHL e:
1.1.Fazer a síntese do 1º e do 2º actos com base nesse texto.


2. Ver as várias fotos no "site" da Barraca sobre a encenação de FHL.
2.1.Dar opinião fundamentada sobre as opções de guarda-roupa.
2.2. Apontar outras soluções possíveis para o guarda-roupa.


3. Abrir o "Questionário FHL, para treino".
3.1. Responder, aqui, em "COMENTÁRIO", às questões 1 a 10.

Bom trabalho.

Noémia Santos

Anónimo disse...

Há várias participações de colegas sobre "Felizmente há Luar".
Aproveitem-nas como mote para as vossas próprias reflexões.

NS

Anónimo disse...

Não sabia onde deixar as respostas por isso vai já aqui =)

Conclusão
Pessoa pretende com este poema abrir os olhos aos portugueses através de comparações destes com os seus gloriosos antepassados (da altura dos descobrimentos), para que consigam ultrapassar as dificuldades da época e alcançar de novo a glória, mas desta vez de uma forma mais espiritual do que material.

3 b) As interrogativas servem para o poeta de certa forma interagir com o leitor. Este sente que as perguntas são feitas a ele, reflectindo sobre a sua resposta e consequentemente sobre si próprio, fazendo com que o objectivo de Pessoa de “acordar” os portugueses se cumpra.

4.A ilha simboliza o Portugal espiritual e glorioso que os portugueses (simbolizados no poema por “nau”,”armada” e “frota”) não atingem, apesar de estar ao seu alcance. Um exemplo disto é o verso “Ilha próxima e remota” que significa que essa harmonia é alcançável mas invisível devido às tragédias que ocorreram no tempo de pessoa (primeira Guerra Mundial, etc). Outro excerto que demonstra as afirmações anteriores é o seguinte: “Aqui, onde só há sargaço, / Surja uma ilha velada, / O país afortunado”. Aqui, sargaço simboliza o Portugal da altura (e tendo em conta a actualidade do poema, o de hoje em dia): emaranhado e escuro, isto é, confuso e triste, e a “ilha velada” que surge no mar de sargaço simboliza a esperança, a felicidade e harmonia que aparece e aos poucos se revela o império espiritual português.

5. O rei desterrado a que Pessoa se refere é o rei D. Sebastião, que se perdeu (ou morreu) em Alcácer Quibir, e não voltou mais. O poeta faz bastantes referências a este jovem rei, pois vê-o como um modelo que todos os portugueses deviam seguir para alcançar o Quinto Império, o Portugal espiritual. D. Sebastião era ambicioso e sonhador. Agia para ver os seus sonhos tornarem-se realidade. Se os portugueses seguissem o seu exemplo, Portugal tornar-se-ia o império universal e espiritual com o qual Pessoa sonhava.

Obrigada por aceitar ver as respostas, e desculpe só as ter enviado agora, mas estava sem internet.

Ana Matos 12ºA

Ana Rita Oliveira 12ºA disse...

Tenho o resumo no meu caderno, mas como tenho a ideia que também era para o deixar aqui..

Após a primeira guerra mundial surgiu uma nova forma de teatro épico, graças a características implementadas por Brecht.
Este teatro tinha como objectivo auxiliar a evolução do Homem, existindo assim um "distanciamento" entre o público e as personagens.
A ideia era que o público reflectisse sobre a peça e não que associasse aos seus próprios sentimentos.
O espectador do teatro épico diferencia-se assim do espectador do teatro dramático, contrariando a forma de encarar a peça.
Esta perspectiva brechtiana tem o seu primeiro impacto em Portugal na peça Felizmente há Luar!, reforçada essencialmente pelas didascálias.

Anónimo disse...

Aqui vai o meu resumo:
Após o primeiro conflito mundial, na Alemanha, passou a usar-se o teatro épico para dar relevo à narração.
Segundo Brecht, o teatro ajuda o mundo na sua transformação de acordo com relações fundamentais de produção.
O Teatro épico mostra o mundo e o homem em progressiva evolução segundo o contexto social, para o conseguir surgiu um novo conceito designado por “distanciação”.
Não era permitido relacionar-se com as personagens mas sim reflectir sobre a situação apresentada, porque no teatro Brechtiano deve-se exortar à reflexão, não ao exagero dos sentimentos.
Com Felizmente há Luar, a lição brechtiana dava-se a conhecer na cena portuguesa.
José Rodrigo 12ºA

José Rodrigo 12ºA disse...

Boa noite Stora. Tenho algumas duvidas que gostava que me esclarecesse.

Na ficha de preparação que está neste post tenho duvidas na 11,12,18,19 e no segundo acto a 17.

Obrigado pela sua atenção

José Rodrigo

Tomás/ Raquel/ Francisco/ R.M. disse...

1 Março, peça “Felizmente Há Luar” de Luís Sttau Monteiro
-Em relação ao cenário achámos que estava bem concebido pois permitiu a troca de espaços e personagens sem exigir grandes esforços e sem demoras;
-Apesar de o elenco ser constituído apenas por cinco actores não foi condicionante, através da utilização de diferentes mascaras e adereços permitiu a representação de mais que uma personagem por apenas um actor;
-As movimentações rotativas em palco foram um pouco exageradas
-O volume, a dicção, o tom e o ritmo foram bastante adequados e satisfatorios

Anónimo disse...

Peça "Felizmente há Luar" de Luís de Sttau Monteiro - representação no dia 1 de Março de 2010

Aspectos positivos:
- o facto de não haver interrupções para mudança de cenários ou de objectos cénicos;
- a mudança de personagens ser feita em palco, fazendo com que não haja quebra do ritmo da peça;
- consideramos que a personagem "Matilde" foi muito bem interpretada;
- o recurso a máscaras para caracterizar o povo.

Aspectos negativos:
- movimentação em palco demasiado exagerada;
- o facto de em certas situações os actores se encontraram momentaneamente de costas voltadas para o público, dificultanto a percepção das falas.


Catarina, Filipa, José e Laura

Anónimo disse...

Representação da peça "Felizmente há Luar" dia 1 de Março de 2010:
Aspectos Negativos:
- Movimento exagerado da posição das personagens, o que leva a que as pessoas foquem mais o que os actores estão a fazer e não a concentrarem-se nas suas falas;
- Trocavam de roupa e de máscara ( de personagem)dentro da cena o que leva à distracção da audiência;
- Expressões inadequadas para a idade da audiência;
- Não tiveram em conta o ângulo de visão da audiência( quando os traidores estavam atrás das cadeiras, as pessoas que estavam nos extremos conseguiam ver as personagens a mexerem-se);
- Falta de cenário;

Aspectos positivos:
- Boa caracterização da personagem Matilde de Mello;
- Boa colocação da voz pela parte dos actores.

David Santos; Emanuel Franco; Fábio Ramos; Margarida Matos; Mariana Marçal; Ricardo Pinto

Anónimo disse...

Actores:
-A interpretação foi conseguida na maior parte dos actores enquanto que outros se notava alguma “falsidade” de discurso;
-O volume de voz não era equilibrado entre os actores;

Cenário:
-Muito simples, não era claro distinguir a unidade de espaço e de acção;

Guarda-roupa.
-Adequado aos tempos modernos;
-A troca de roupa provocava distracção;


Bruno 12ºC

David Santos disse...

Análise do poema “Prece”

O sujeito poético inicia o poema com o Senhor, que aqui pode ser identificado com várias entidades, referindo-se a um tempo de grandeza. A esse tempo de grandeza sobreveio a noite e a pequenez de espírito. A expressão “a noite veio” implica a existência prévia do dia e a passagem deste a noite. No passado situam-se a tormenta e o sonho. Resta o silêncio e a saudade, após a conquista do mar. Está-se portanto diante de um Portugal marcado “pelo silêncio hostil”, pelo apego aos bens materiais.
A segunda estrofe introduzida pela mão do vento que pode erguer novamente a chama (esperança), porque enquanto há vida “ ainda não é finda” a esperança, o sonho podem ainda ganhar força, a Alma portuguesa pode ainda levantar-se.
Na terceira estrofe em tom de súplica, pede que um “sopro” divino ajude a atear a “chama do esforço”, ainda que se tenha de pagar com “desgraça” ou suportar o peso da “ânsia”. A Distância é o caminho para o conhecimento. No último verso reforça-se a ideia da importância das conquistas nacionais.

Catarina Custódio disse...

Análise do poema "Nevoeiro" da "Mensagem"

Em “Nevoeiro”, poema final da “Mensagem”, Fernando Pessoa reflecte a situação actual de Portugal, uma pátria destruída e inerte. É com tristeza e descontentamento que o sujeito poético caracteriza a apatia de um país: um “fulgor baço da terra”, um “brilho sem luz e sem arder”, que já não se reconhece a si próprio. No entanto, para Fernando Pessoa ainda há esperança, o renascimento da pátria é possível, é a “ânsia distante” que “perto chora ”. Deste modo, é de notar a simbologia do próprio título: remete para um tempo de escuridão, apagamento e inércia, de onde pode, porém, surgir a luz, a manhã, a ressurreição. Assim, o poeta mantém vivo o mito sebastianista em que D. Sebastião regressará numa manhã de nevoeiro e que funciona por analogia com a fé de que a pátria de outrora renasça, simbolicamente demonstrado na interjeição “Ó Portugal, hoje és nevoeiro…”.
É na afirmação “É a Hora!” que se concentra o apelo máximo à mudança, baseado no desejo de que D. Sebastião possa unir passado e futuro.