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29 outubro 2008

Os Lusíadas

Para apoiar, para já, os colegas do 12º TPG, aqui ficam textos, vídeos, ligações úteis e sínteses para aprender mais sobre a História de Portugal e enquadrar Os Lusíadas na época em que foram escritos.
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Luís de Camões, Os Lusíadas (consulta a obra integral)

A obra é publicada em 1572. Consulta a 1ª. edição.

Inicialmente Os Lusíadas não foram alvo da censura do Santo Ofício. O Parecer do Censor do Santo Ofício é, aliás, conhecido pelo interesse dos argumentos apresentados. Consulta-o.



A grande viagem épica
"Ainda hoje podemos reviver o quotidiano de bordo da carreira da Índia, através da descritiva relação de Álvaro Velho, mas também de outros importantes roteiros, ou ainda de detalhadas cartas, redigidas pelos missionários aos seus superiores.

É muito interessante recordar, hoje, com que indescritíveis dificuldades era feita essa longa e penosa viagem para a Índia.
Imaginemos as dramáticas cenas da despedida, (...) depois da missa e da procissão até à praia do Restelo. Seguia-se o embarque de cerca de cinco centenas de tripulantes e passageiros em cada nau, ancoradas na foz do Tejo, devidamente apetrechadas e engalanadas com a Cruz de Cristo nas velas desfraldadas. Depois, à medida que a armada se afastava, era o adeus definitivo à terra pátria e o início da viagem para o perigo e o desconhecido.

Em seguida, iniciava-se uma dura e arriscadíssima viagem. Tendo partido de Lisboa pela Primavera, e conforme as condições atmosféricas, só chegavam a Goa lá para o fim do ano. As dificuldades ou provações eram incontáveis: fome, sede, frio, calor, desconforto, promiscuidade, doenças, intempéries, ataques de piratas, naufrágios, etc..

[...] Os navegantes enfrentavam ora o tórrido calor equatorial, ora o gélido frio do sul, chegando a nevar nas embarcações. Noutros momentos, eram surpreendidos por atemorizadores fenómenos naturais ou perigosas coisas do mar, como o fogo de Santelmo ou a tromba marítima; ou ainda por terríveis tempestades e prolongadas calmarias equatoriais: Sofrendo tempestades e ondas cruas,/ Vencendo os torpes frios no regaço/ Do Sul, e regiões de abrigo nuas,/ Engolindo o corrupto mantimento/ Temperado com um árduo sofrimento.


Como descreve Camões, que também viveu essa viagem, um dos grandes problemas era a comida e a bebida, pois durante a viagem os racionados géneros alimentares degradavam-se, ou escasseava a preciosa água potável. Para minorar estas privações, as naus aportavam em alguns lugares para fazer a aguada. Como se não bastasse, apareciam as epidemias e o temível mal das gengivas, o escorbuto, a doença crua e feia.

Além dos actos de culto religioso quotidiano, para obviar à dureza da vida a bordo e à monotonia dos infindáveis dias, tinham lugar algumas distracções, como jogos, representações teatrais (comédias e autos religiosos), e até fingidas corridas de touros.

Foi esta heróica Viagem para a Índia, símbolo maior da nossa aventura marítima, que Camões celebrou n'Os Lusíadas como o ponto culminante de toda a História portuguesa. Com a descoberta do caminho marítimo para a Índia, esta gente ousada unia o Atlântico e o Índico, o Ocidente e o Oriente, a Europa e a Ásia. Ultrapassando medos e perigos vários, o Homem desmistificava o Mar Tenebroso. Os portugueses elevavam-se assim à categoria de heróis lendários, dando um passo de gigante na Expansão ultramarina e abrindo novos mundos ao Mundo."

TEXTO: J. Cândido Martins (Universidade Católica Portuguesa – Braga. Sítio da Universidade do Minho), acedido em 28 de Janeiro de 2008, em: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/letras/candid02.htm
IMAGEM: Nau S. Gabriel da primeira armada de Vasco da Gama, navegando com o vento na popa. Em http://www.marinha.pt/


Uma vez que nem sempre os acontecimentos da nossa história estão tão frescos na memória quanto gostaríamos, aqui ficam algumas datas e factos para ajudar a situar Camões e os acontecimentos principais de Os Lusíadas. Para saber mais consulta a tabela de reis, rainhas e presidentes de Portugal.

CRONOLOGIA
1495 Out.27 D. Manuel é aclamado e jurado rei em Alcácer do Sal.
1496 Disposição régia ordenando a expulsão dos judeus e mouros que não quisessem baptizar-se.
1497 Julho - A armada de Vasco da Gama sai de Lisboa a caminho da Índia.
1498 Maio - Vasco da Gama chega a Calecut.
Agosto - Vasco da Gama inicia a viagem de regresso a Lisboa.
1499 Agosto - Vasco da Gama chega a Lisboa.
1500 Abr.24 Pedro Alvares Cabral desembarca no Brasil.
1501 Expedição de reconhecimento ao Brasil.
Introdução do milho em Portugal.
É lançada a primeira pedra do Mosteiro dos Jerónimos.
1503-1504 Referências a navios franceses de comércio e de corso no Brasil.
1505-1508 Duarte Pacheco Pereira, Esmeraldo de Situ Orbis.
1506 Movimentações antijudaicas em Lisboa (cerca de 3000 mortos).
Gil Vicente, Auto da Índia.
1514-1516 Mercadores portugueses comerciam na China.
Gil Vicente, Auto da Barca do Inferno.
1519 Set. A armada de Fernão de Magalhães inicia a primeira viagem de circum-navegação.
1521 Morre D. Manuel I.
Início do reinado de D. João III.
1524 Nomeação de Vasco da Gama como vice-rei da Índia.
Dez.24 Morre Vasco da Gama.
Ano provável do nascimento de Luís de Camões.

In: António Moreira, Alcino Pedrosa – As grandes datas da História de Portugal.
Lisboa: Editorial Notícias, 1993.


Vasco da Gama ouvindo o piloto oriental
1907/1908, óleo sobre tela, 238 x 198 cm
Sala Infante D. Henrique, Museu Militar, Lisboa

D. Manuel confirmaria Vasco da Gama como capitão-mor a 7 de Julho de 1497, nas Cortes de Montemor.
No dia seguinte, partia de Lisboa a frota para a expedição inaugural à Índia, constituída por: nau capitânia S. Gabriel; S. Rafael (comandada por Paulo da Gama); e Bérrio (Nicolau Coelho); com Gonçalo Nunes a comandar um navio de mantimentos.

Atingiria as ilhas de Cabo Verde a 27 de Julho, após o que a frota faria uma longa inflexão em arco, para Sudoeste, afastando-se da costa africana, antes de chegar a Santa Helena (a 8 de Novembro); o Cabo da Boa Esperança seria dobrado a 18 de Novembro de 1497.

Depois da passagem por Moçambique (no início de Março de 1498), Mombaça e Melinde (Abril) – onde foi contratado um piloto muçulmano, conhecedor das rotas de navegação no Índico –, a frota comandada por Vasco da Gama atingiria a Índia (Calecute) a 20 de Maio de 1498. Regressaria a Lisboa, onde foi recebido em triunfo, no final de Agosto, já depois de o seu irmão ter entretanto falecido em escala nos Açores.
Partiria para a Índia pela segunda vez a 10 de Fevereiro de 1502, liderando uma poderosa armada, de 20 navios; viria a instalar duas feitorias em Cochim e Cananor, assim inaugurando o império português no Oriente. Regressaria ao Reino, chegando a Lisboa a 10 de Novembro de 1503.
Como recompensa pelos seus feitos, Vasco da Gama receberia em doação real a vila de Sines, para além de uma tença anual de trezentos mil réis. Em 1519, ser-lhe-ia ainda atribuído o título de Conde da Vidigueira.

Já sob as ordens do Rei D. João III, empreenderia ainda uma terceira expedição à Índia, agora na qualidade de (segundo) Vice-Rei da Índia, partindo a 9 de Abril de 1524.

Idoso e enfermo, viria a falecer em Cochim, na Índia, três meses depois da chegada, a 25 de Dezembro de 1524, onde começaria por ser sepultado. Depois de transladado para Vidigueira, repousa – desde o século XIX – no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Bibliografia consultada
- “História de Portugal – Dicionário de Personalidades” (coordenação de José Hermano Saraiva), edição QuidNovi, 2004). Acedido em 23 de Janeiro de 2008 em
http://www.vidaslusofonas.pt


E tu?

  • Pensas que é importante conhecer estas figuras, estes factos, este texto?

  • Achas que a escola os dá a conhecer capazmente?

  • Consideras este período dos Descobrimentos uma época gloriosa ou o início duma longa decadência?

  • Pensas que algumas das críticas feitas por Camões ainda têm actualidade? Quais?
  • Consegues rever-te no retrato de Português amoroso, destemido, aventureiro? Ou achas que temos mais o lado materialista, invejoso e pouco dado às artes que Camões também denuncia?

    Depois do estudo de Os Lusíadas (finais dos cantos), publica um Comentário sobre um destes pontos.

16 comentários:

Anónimo disse...

Este excerto situa-se no final do canto V, em que o poeta reflecte sobre as atitudes do povo português. Luís de Camões critica o povo Lusitano afirmando que este apenas se dedicava as conquistas e as descobertas, aos bens materiais e á riqueza, «cujo faz falta os duros e robustos», enquanto que os outros povos davam também importância á ciência, á literatura, e á sabedoria; «Octávio, entre as maiores opressões, \ Compunha versos doutos e venustos»; «Vai César sojugando toda a França \ E as armas não lhe impedem a ciência»; «Mas, nua mão a pena e noutra a lança»
Os portugueses não se dedicavam á arte de escrever, não por falta de qualidades naturais, mas por não alterarem as suas rudes e descuidos costumes, «Por isso, e não por falta de natura, \ Não há também Virgílios nem Homeros; \Nem haverá, se este costume dura»; «Tão ásperos os fez e tão austeros, \ Tão rudos e de engenho tão remisso, \Que a muitos lhe dá pouco ou nada disso.»
Luís de Camões refere a sorte dos portugueses de terem tido alguém que relatasse os feitos e as descobertas; «Às Musas agardeça o nosso Gama \ O muito amor da pátria, que as obriga \ A dar aos seus, na lira, nome e fama \ De toda a ilustre e bélica fadiga;»
Hoje em dia esta característica dos portugueses ainda se verifica, uma vez que muitos assuntos importantes ainda ficam na oralidade.



Grupo I- Gustavo Lucas, Gonçalo Santos, Joana Duarte, Joana Azevedo.

Anónimo disse...

Está bem.
Há umas emendas a fazer. O último parágrafo pode ser mais reflectido e ampliado.

Deixo correcções de interpretação e de escrita, para melhorarem o texto.

1) Interpretação:
O exemplo seguinte não pode estar neste sítio, porque se refere apenas à arte/à escrita: «cujo faz falta os duros e robustos» (e é "cuja")

2)Expressão:
No início - "Este excerto situa-se no final do canto V, em que o poeta reflecte sobre as atitudes do povo português" - atenção ao "em que" porque o antecedente é o "Canto V".
SUGIRO:Neste excerto, situado no final do canto V, o poeta reflecte sobre as atitudes do povo português

Faltam acentos em "apenas se dedicava as conquistas e as descobertas"

Emendar o acento, para grave, em:"e á riqueza, á ciência, á literatura, e á sabedoria" e "á arte"

Erro em género e classe morfológica em
"as suas rudes e descuidos costumes"

Há troca em "agardeça"

Anónimo disse...

Esta reflexão situa-se no canto VI, após a vitoriosa chegada da armada Portuguesas a Calicut e da preciosa ajuda de Vénus e das "ninfas amorosas" contra os ventos tempestuosos. O excerto considerado (estrofes 95-99) encontra-se na parte da narrativa do fim da viagem e no plano das considerações do poeta. O tema da reflexão é o verdadeiro valor da gloria e o poder do Homem no seu destino.

Reflexões do poeta:

1) Os Homens deveriam alcançar a nobreza e a honra, pelos seus actos e não pelos seus antecessores. "Não encostados sempre nos antigos/
Troncos nobres de seus antecessores".

2) Os nobres - classe social - costumavam ter fama, sem a merecer, isto é, não respeitavam a 1ª Ideia do poeta. Viviam na sombra dos antecessores. Tiveram a sorte de nascer filhos de famílias nobres. No fundo é a continuação da estrofe 95, sendo que na primeira ele refere como deveria ser, e na 2ª o que realmente acontece. "Que a Fortuna tem sempre tão mimosos".

3) Reforço da 1ª ideia, enumeração dos perigos que atravessaram na viagem.

4) As "justas e duras" honras devem ser alcançadas através dos feitos, e nao do seu estrato social. "Desprezador das honras e dinheiro,/
Das honras e dinheiro que a ventura/
Forjou, e não virtude justa e dura".

5) O Homem, mesmo sendo inferior e "um pequeno bicho da Terra", consegue alcançar os seus objectivos, desde que haja real vontade. Mesmo quando os Deuses se manifestam a nosso desfavor, o Homem tem o poder de atingir a suprema glória e "subirá a; ilustre mando". "Este, onde tiver força o regimento/
Direito e não de afeitos ocupado,/
Subirá (como deve) a ilustre mando,/
Contra vontade sua, e não rogando"

Reflexão sobre a actualidade:

Estas ideias continuam a ser actuais, pois todos nós fazemos o nosso destino, com os nossos actos e vontades. A nobreza dessas acções é que determina se somos merecedores de Honra e Glória, ou seja, de respeito, admiração e reconhecimento. Não é o dinheiro que faz quem somos - sao os actos e atitudes que tomamos e o modo como encaramos e vencemos as adversidades que se nos atravessam no decorrem da vida.

João Menezes, João Mendonça, João Teotónio, Luís Ferreira 12ºB

Anónimo disse...

Nas estrofes 96,97,98 e 99 do canto VIII estão incluidas no plano do poeta. Estas estrofes fazem referência ao poder do dinheiro na vida das pessoas.
O poeta nas suas estrofes diz que o dinheiro transforma as pessoas ("Quanto no rico, assi como no pobre, Pode o vil interesse e sede immiga Do dinheiro, que a tudo nos obriga."estrofe 96 verso 6-8), que desde a antiguidade ja se traía pelo dinheiro (" A polidoro mata o Rei Treício, Só por ficar senhor do grão tesouro; Entra, pelo fortissimo edifício," estrofe 97 v. 1-3), faz esquecer o amor à pátria e aos amigos (" Faz tradores e falsos os amigos;(...)E entrega capitães aos inimigos;" estrofe 98 v. 2 e 4), muda a justiça ("...este faz e desfaz leis;" estrofe 99 v. 2).
Este tema encontra-se actual, pois nos dias de hoje tudo se faz pelo dinheiro, na justiça o dinheiro paga as cauções, serve para fazer subornos colocando os interesses pessoais acima de tudo e todos. Este apesar de ser necessário à sobrevivência tambem cria corrupção e muda as pessoas maioritariamente pela negativa.

Diogo Jorge
Diogo Bessa
Ivo
Rodrigo
12ºB

Anónimo disse...

Correcção ao comment:

- 5)"subirá a ilustre mando"

-[reflexão sobre a actualidade]
se nos atravessam no decorrer da Vida.

Anónimo disse...

João:
- Mendonça
- Menezes
- Teotónio
e Luís:

Estão agora preparados para perceber melhor o "Mar Português", F. Pessoa (pg. 197).

A interpretação do episódio está bem feita (tendo em conta o pedido e o tempo). Será interessante verificarem que a ideia central - para além de ser também importante na MENSAGEM - retoma a Dedicatória final e os "recados" do Poeta a D. Sebastião, :

Canto X
151

Os Cavaleiros tende em muita estima,
Pois com seu sangue intrépido e fervente
Estendem não sòmente a Lei de cima,
Mas inda vosso Império preminente.
(...)
152

Fazei, Senhor, que nunca os admirados
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,
Possam dizer que são pera mandados,
Mais que pera mandar, os Portugueses.
Tomai conselho só d'exprimentados
Que viram largos anos, largos meses,
Que, posto que em cientes muito cabe.
Mais em particular o experto sabe.

153

De Formião, filósofo elegante,
Vereis como Anibal escarnecia,
Quando das artes bélicas, diante
Dele, com larga voz tratava e lia.
A disciplina militar prestante
Não se aprende, Senhor, na fantasia,
Sonhando, imaginando ou estudando,
Senão vendo, tratando e pelejando.

ESCRITA: Faltam acentos em "não" e "são".

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Na minha opinião julgo ser importante conhecer-mos esta obra, visto fazer parte do nosso patrimonio cultural e portanto é sempre importante conhecer-mos e tambem porque reflete uma epoca gloriosa do nosso pais que ainda hoje nos marca.

Anónimo disse...

Julgo que as escolas nos dão a conhecer esta obra, mas tem havido um crescente desinteresse, por parte dos alunos, em relação à mesma.

Anónimo disse...

A meu ver o período dos descobrimentos é um pouco de ambas. É uma epoca gloriosa pois foi nela que Portugal se destacou de todos os outros paises do mundo e que ainda hoje é conhecido por esses grandiosos feitos, e é um pressagio de decadencia pois apartir desse periodo vai-se viver sempre de memorias e de feitos antigos.

Anónimo disse...

João Luís

O último comentário é o melhor. Gostaria que desenvolvesses a ideia final - a da vivência alimentada a memórias e feitos antigos.

Quanto aos outros dois comentários quase não chegam a sê-lo.A ideia era explicar, argumentar, exemplificar, propor.

Fico à espera que queiras aceitar a proposta camoniana de ousares ir mais longe. Se esta obra insiste em algum ponto é, justamente, o do valor do esforço, da vontade, do desejo de ir em frente.
Fraquezas, desistências e auto-indulgência não levam longe.

Quando quiseres...aqui estarei.

Anónimo disse...

É certo que nos custa deixar as nossas familias que tanto amamos desamparadas mas esta viagem há-de nos dar muito prestigio e fará com que o orgulho sentido pelas nossas familias supere a dor da nossa ausência.
Oh velho é de vosso conhecimento que o Norte de África não tem nada de novo e o espirito de descoberta é que nos "puxa" nesta aventura. O Norte de África está aqui tão perto, podemos conquistá-lo em qualquer altura, não requer de tanto esforço. Tenho conhecimento dos dispendiosos custos desta espansão mas sei também que estão justificados, todos sabemos que a Índia é um território muito rico em especiarias, tecidos e tudo o que não temos cá.
Eu e toda a minha tripulação iremos em busca deste objectivo e vamos consegui-lo. E depois de verem o prestigio que Portugal terá sentirão orgulho em mim, em todos os meus homens e em Portugal. Somos um pais pequeno, mas temos a capacidade para alcançar este objectivo. O caminho maritimo para a Índia é para nós uma garantia de riqueza.

Anónimo disse...

As últimas estrofes do Canto VI (95-99) retratam a capacidade do homem em sobreviver por si próprio e pelos seus feitos e resistir a todos as tormentas, sem o auxílio nem as luxúrias superficiais dos amigos da fama.
O poeta faz uma crítica à vida mundana da nobreza e às suas glórias não merecidas. Torna-se bem claro neste conjunto de estrofes, de como Luís de Camões glorifica o herói colectivo presente em toda a obra: o povo português. Aquele povo que lutou e trabalhou pela sua pátria, mas que nunca recebeu uma verdadeira recompensa do destino/ fortuna pelos seus feitos. Estas estrofes foram usadas como forma de criticar a arrogância existente nas altas classes sociais para com o simples povo. Povo esse, que merece o respeito por ser os verdadeiro herói de Portugal, e não os nobres ociosos em que o dinheiro e poder, lhes trouxe uma glória que não lhes era merecida.
Estas situações encaixam-se no nosso dia-a-dia, visto que o dito “povo” continua a trabalhar para o prestígio da “nobreza”, continuando este a abusar dos esforços e das capacidades dos seus inferiores. Tanto se pode verificar isso na política, nas empresas e em muitos sectores da nossa sociedade. Este assunto está muito actual e há vista de todos.

Anónimo disse...

Andreia sousa
Angela caetano
Diogo carvalho
Filipa Martins
Grupo III-12ºB



Este excerto situa-se no final do canto VII, onde o poeta, após descrever a chegada á India,a maneira como foram recebidos e o que lá encontraram, começa por se "auto-elogiar" dizendo “Eu, que cometo insano e temerário (…)/ Por caminho tão árduo, longo e vário (…)/ por alto mar, com vento tão contrário (…) olhai que há tanto tempo que cantando/ o vosso Tejo e os vossos Lusitanos/ a fortuna me traz peregrinando (…)/ Nua mão sempre a espada e noutra a pena”
Tanta coragem, tantas dificuldades ultrapassadas, tantos medos e perigos circundados com um unico objectivo, na mente, a alcançar (e alcançado) nao poderia passar despercebido, por isso, o poeta invoca as ninfas do Tejo para que lhe deêm a inspiraçao e a coragem necessária para continuar a escrever. Só assim este feito Portugues ,tão digno de glória,ficaria testemunhado e imune ao esquecimento. Era necessário passar a nossa imagem de grandeza aos povos da época e também às gerações futuras.
"Vede ninfas, que engenhos de senhores o vosso Tejo cria valerosos (...)/ que exemplos a futuros escritores/ para espertar engenhos curiosos/ pera porem as cousas em memória/ que merecem ter eterna glória"
Deste modo o poeta reflecte/ alerta para a importancia da escrita como "testemunho da história de um povo", para que as geraçoes futuras conheçam aquilo que tivemos de melhor ( e de pior).
Embora actualmente existam novas maneiras de testemunhar a evolução de um país (por exemplo, a cultura audiovisual atraves de filmes) a cultura escrita continua a desempenhar um papel fundamental. É atraves dela que os nossos descendentes vao ter acesso á sociedade, aos costumes, aos acontecimentos de maior (e de menos valor) e à maneira de pensar dos nossos tempos.

Anónimo disse...

Ó Velho que estais bramindo, não vedes que a nossa pátria se fez de conquista e sacrifício... O sangue que nos corre nas veias é sangue de conquistador!
Não nos julgais como estando sedentos de Fama e Glória, se a única Fama que procuramos é aquela que nos é devida e como Glória desejamos somente o pão na mesa de nossas casas!
Tendes razão, há já muito que nos debatemos com os Infiéis e estando eles tão perto por que não defrontarmo-nos uma vez mais? Velho, sábias palavras nos dizeis, mas encontrais o futuro de nossa pátria na morte pelo inimigo ou na morte por um aliado? Lá longe encontraremos a bonança de nossa tempestade e por ela navegaremos até ao fim...
Credes que não tememos a justiça divina? Credes que não sabemos dos perigos que nos esperam?
Por muito tempo ohámos as nossas famílias e vimos a nossa razão de ficar,
Por muito tempo olhámos o mar e vimos a nossa razão de partir!
Fama, Glória, Riqueza vemo-las no rosto de nossas mães e mulheres e por elas partimos, por elas lutamos, por elas morreremos se preciso for!
Por ora nossa missão é morrer partindo, para noutro dia ficar vivendo!

Noémia Santos disse...

Para ajudar a perceber melhor o tipo de trabalho a realizar, deixo-vos alguns comentários realizados por colegas vossos, o ano passado.~
Espero que possam servir de ajuda e de estímulo.