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14 dezembro 2007

Às Escuras, O Amor

Crítica do espectáculo
ÀS ESCURAS, O AMOR

O que é o Amor? Porque é que se sofre quando se ama? Porque é que gosto de me apaixonar? Será que “o outro” me quer? Bem me quer, mal me quer... Porque é que quando me apaixono perco a fome? Como é que eu lhe digo que me apaixonei? Se me apaixonar vai ser para sempre? Só me posso apaixonar por uma pessoa de cada vez? Gosto tanto daquele meu amigo. E isto, é amor? Tantas perguntas. E as respostas? Todas dirão o mesmo: é um salto no abismo, uma passagem para o desconhecido. ÀS ESCURAS, O AMOR: um espectáculo para quem não tem medo do escuro.

Ficha técnica:Textos : VáriosEncenação: Rui PauloPesquisa: Cristina Paiva e Fernando Ladeira Interpretação: Cristina PaivaDJing: DJ grandESonoplastia: Fernando LadeiraConcepção Plástica: Maria LuizFotografia: Carla d’Almeida Lopes e Vitor MM Costa Produção: Andante Associação Artística
[Informação contida no folheto do espectáculo]

"Às escuras, o amor” (título de um poema de David Mourão Ferreira), com poemas sobre o Amor de vários autores, maioritariamente portugueses, foi o espectáculo que fomos ver, no dia 6 de Dezembro. Como temos estado a trabalhar a Crítica, o 12ºE resolveu aceitar o desafio da actriz Cristina Paiva e enviou para a Companhia de Teatro as suas apreciações, sugestões e críticas. Aqui ficam.

É com gosto que vos informo que a Companhia de Teatro Andante lhes respondeu e vai publicar os textos (ou excertos).

I

Somos alunas da Escola Secundária Henriques Nogueira e assistimos ao vosso espectáculo no Auditório Municipal . Vimos por este meio felicitar o vosso trabalho e agradecer a vossa vinda à nossa cidade, Torres Vedras.

Como espectadoras aprovamos a vossa iniciativa e temos um grande reconhecimento por todos aqueles que fazem do teatro a sua vida. Em primeiro lugar, temos a apontar o facto de ter sido um monólogo, o que torna a peça mais cansativa mas nem por isso menos interessante; seria mais dinâmico com a existência de uma outra personagem em palco, cuja interacção criaria um jogo de sedução, levando a um confronto entre poemas. Talvez pelo tema abordado ter sido o amor, notou-se um maior interesse e entusiasmo por parte do público feminino, e por sua vez, uma inquietação e constrangimento da parte masculina.

Em segundo lugar, elogiamos a excelente memória e interpretação da actriz Cristina Paiva, que no nosso entender esteve muito bem, querendo também dar os parabéns ao restante elenco. Pelo espectáculo ter sido maioritariamente poesia estudada pelos alunos do secundário desperta um interesse pelo gosto da leitura e o gosto pelo teatro. Incentivamos à criação de novos espectáculos com uma temática diferente e desse modo chegar a todas as faixas etárias.

12ºE (fico à espera que se identifiquem, meninas: é o grupo da Catarina, Ana Carolina...?)
11 Dezembro, 2007 13:20.



II
Segundo a perspectiva do nosso grupo o espectáculo foi deveras interessante. Como todos os espectáculos teve aspectos negativos e positivos. Negativos, pois na opinião de alguns membros do grupo foi um pouco monótono em algumas situações. Não houve diversidade de cenários e situações, mas isto deve-se ao facto de ser um monólogo, e um peça deste género é difícil de captar o interesse contínuo do público, pois temos de estar centrados numa só pessoa. Por outro lado, também encontramos vários aspectos positivos, como a dinâmica em palco, a diversidade de poemas, a expressividade da actriz a interpretar os textos e o excelente trabalho de conseguir colocar em paralelo som e poesia. O actor que fazia de Dj também teve um papel importante, pois as suas expressões e maneira de estar foram importantes para o espectáculo. Assim como as músicas que foram escolhidas para fazer parte do espectáculo, deram outro sentimento à peça e mais versatilidade.
Carlos Ferreira, Cidália Miguel ,Joana Simões, Pedro Santos.

"Blog" - Porosidade estérea - dedicado à poesia: http://www.andante.com.pt./quemsomos.html
Companhia de Teatro Andante: http://www.andante.com.pt./quemsomos.html



11 dezembro 2007










Numa sociedade em que os livros eram proibidos, a opinião das pessoas era controlada pelo governo e onde a função dos bombeiros era queimar bibliotecas, Ray Bradbury apresenta-nos a história de um “soldado da paz” – Guy Montag – que lê um livro e, a partir desse momento, põe em causa a sua profissão e todo o seu modo de vida.
Fahrenheit 451 é uma obra de ficção científica abordada de um modo particularmente especial, cuja interpretação remete para as entrelinhas, e nos obriga a pensar na importância da cultura escrita na formulação de opiniões livres e diversificadas sobre todo o tipo de assuntos, de forma a enfrentar a vida de um modo activo.
É uma ode à acção, à não passividade – no fundo, à individualidade e à opinião.É uma obra que se manteve imortal devido à mensagem que transmite. A censura e a repressão são males que afligem, ainda hoje, muitas sociedades actuais.É um livro aconselhado a leitores que gostam de desafios.

Uma das últimas cenas do filme de François Truffaut, baseado no livro

12º B: Diana, João M; João T, Ivo, Vanda; Joana D., Luís

26 Novembro, 2007 12:03

NOTA: O título Fahrenheit 451 é uma referência à temperatura que os livros são queimados. Convertido para Celsius, esta temperatura equivale a 233 graus.

1984



1984
Um manifesto ao controlo e à manipulação



Esta obra fala de uma sociedade que vive controlada e manipulada constantemente e que se submete ao poder do “Grande Irmão”.

A escrita do livro é densa e profunda e embora seja altamente descritiva quem não conseguir penetrar neste mundo apocalíptico possivelmente não achará este livro interessante.


O que realmente desperta atenção ao leitor é o facto da sociedade retratada poder facilmente encaixar-se nos parâmetros realistas do nosso mundo. Isto porque o leitor apercebe-se, desde o início do livro, que a estrutura social da Oceânia (país da personagem principal do livro) poderia muito bem ser vivida por nós neste momento ou noutro momento da história da humanidade. Isso é o que torna toda a leitura assustadora.

Embora o comunismo seja o alvo principal a abater de George Orwell, a crueldade e toda a crueza descritas poderão ter também outras leituras, como análises de políticas extremas de direita. Apercebemo-nos assim, com um pouco de reflexão, de que os extremos acabam sempre por se juntar.

O excessivo controlo e manipulação, que embora seja eticamente desprezível, é socialmente
perfeito. E Orwell brinca com isso e com estas oposições:
  • A melhor forma de manter a Paz é com a Guerra.

  • A liberdade prende-os.

  • A ignorância faz a força.

É por isso que este livro é uma obra prestigiada da literatura mundial.


12ºH . André, João e Rute

Livros para gente com sentido crítico


Crítica do livro

BREVE HISTÓRIA DE QUASE TUDO


Bryson, Bill Quetzal Editores 2004


Uma excelente forma de aprender as leis da física e compreender os fenómenos naturais mais marcantes da nossa história."Breve história de quase tudo" desenrola-se numa exaustiva viagem feita pelo narrador para aprofundar alguns assuntos da ciência. Trata da física, geologia, biologia, química, sismologia... todas elas interligadas, tornando subtil a aprendizagem do leitor. Com a máxima organização e bastante dinâmica, este livro relata os mais curiosos detalhes com uma enorme brevidade e eficácia, tais como a teoria da relatividade ter surgido de uma aposta entre dois cientistas.


Apesar de o livro tratar destes assuntos de uma forma mais "soft" e com alguma ironia à mistura, o autor alia o rigor científico a uma linguagem mais acessível ao grande público. Com a leitura desta grande obra de Bill Bryson, o leitor passa a ter outra percepção da ciência e das teorias científicas, tornando a mente mais acolhedora às maravilhas da natureza, podendo assim observar e analisar novas propostas de investimento de uma forma mais consciente.
Gustavo Lucas 12ºB
26 Novembro, 2007 11:43
Califórnia, Leões marinhos na Baía de S. Francisco
N.S., Agosto 2006


10 dezembro 2007



PALAVRAS E SANGUE


Giovani Papini



Escrito no início da carreira literária de Giovanni Papini, entre 1907 e 1910, quando este se assumia como sendo um escritor de vanguarda, Palavras e Sangue é um livro onde este autor quebra todas as convenções e qualquer preconceito que pudessem existir nesta época. Explorando vários temas relacionados com a Vida e o Pensamento, desde o amor à religião, cada um meditado em cada conto, Papini apresenta-nos sobre estes a sua reflexão e conclusões aliando a tragédia à comédia, tocando até o absurdo.

Com narrativas caricatas, mas belas, este livro apresenta-se ao leitor como um desafio aliciante, como um convite à reflexão, ao pensamento. Num estilo mordaz e audaz, de uma ironia e sabedoria desarmantes, Papini dá-nos vinte e quatro contos, que são alegorias a algumas verdades da Vida e do Pensamento. Neles a Razão está sempre presente de uma forma algo estranha. Uma Razão que. por vezes, parece não ter razão, parecendo talvez absurda, mas que é, quiçá, aquele sangue de que se fala no título, de onde brotam as palavras reveladoras e a reflexão sobre elas.


Contemporâneo de Fernando Pessoa, curiosamente, algumas das concepções filosóficas que Papini revela neste livro vão ao encontro do pensamento de Pessoa. Exemplo disto é a reflexão que o escritor italiano faz sobre o mundo real e o mundo sonhado/imaginário; a sua conclusão de que o seu mal terrível, e também o de tantos outros, é o pensamento, a reflexão; algumas das suas concepções sobre a Vida; e ainda, o binómio do querer/fazer explorado pelo autor.


Aqui deixo uma passagem que considero reveladora e arrebatadora:





«Homens, perdemos a vida pela morte, consumimos o real pelo imaginário, damos valor aos dias unicamente porque nos conduzem a dias que não terão outro valor senão o de nos levarem a outros dias semelhantes a eles... Homens, toda a nossa vida é um engano atroz, que nós mesmos tecemos em nosso próprio dano, e só os demónios podem rir friamente desta nossa corrida para o espelho que foge». Esta é uma passagem onde o autor defende que vivemos apenas para o futuro.Por tudo o que já referi, sou de opinião de que este livro deve ser lido, reflectido, pensado. Com ele aprendi que a Vida pode ter para cada um diversos sentidos, mas independentemente do sentido ou filosofia de vida que escolhemos, vivemos para o futuro, «o espelho que foge», vivemos com a esperança de concretizar os nossos sonhos, e finalmente, vivemos para receber...a morte.



Inês Joaquim 12ºH


28 Novembro, 2007 19:02

LIVROS

Começa hoje a divulgação das vossas críticas de livros e sugestões de leitura, no âmbito do Contrato de Leitura deste 1º período. A primeira refere-se a um dos livros mais conhecidas do escritor português
Ferreira de Castro, A SELVA, lido por alguns alunos do 12º E e do 12ºH.


O livro d' "A Selva". Já em crianças crescemos com "O Livro da Selva" de Rudyard Kipling, aquela bem conhecida história do menino criado por lobos que vive na selva e tem como amigos um urso e uma pantera; uma selva onde tudo floresce, tudo é verde e tudo é belo..."Alberto", de Ferreira de Castro, também vive n'"A Selva", mas esta em nada se iguala à de Mogli. Esta selva aprisiona, "desumaniza" e tal como Ferreira de Castro o diz: "Daquela bárbara grandiosidade e da sua estranha beleza, uma só forte impressão ficava: a inicial, que nunca mais se esquecia e nunca mais também se voltava a sentir plenamente. Solo de constantes parturejamentos, obstinado na ânsia de criar, a sua cabeleira, contemplada por fora, sugeria vida liberta num mundo virgem, ainda não tocado pelos conceitos humanos; vista por dentro, oprimia e fazia anelar a morte."

Nunca estive numa selva, mas tal é a profundidade na descrição de Ferreira de Castro da floresta amazónica que qualquer pessoa consegue formar a imagem das suas palavras. É notável o esforço de Ferreira de Castro em conseguir "mostrar" a Selva de forma "quase- imparcial", uma vez que não a adjectiva segundo os seus gostos (bonita, feia, são adjectivos que F. Castro nunca utiliza, pois não a caracterizam verdadeiramente), mas tenta caracterizá-la de acordo com as impressões do protagonista (Alberto). Isto faz com que nós, leitores, não nos sintamos excluídos e possamos, "construir" as nossas próprias impressões.

Um livro cujo contexto espacio-temporal em nada se assemelha ao meu e, possivelmente ao seu, mas ainda assim actual, pois impõe a questão da humanidade e da justiça: até que ponto somos influenciados por aquilo que nos rodeia? Será a "Justiça" apenas uma? É, sem dúvida, um livro meritório de apreço, pela sua história envolvente e, acima de tudo, pela forma como nos desperta e agita, não nos deixando passivos e indiferentes à realidade. Diria até o "must-read" número 502! [alusão ao livro apreciado em aula 501 MUST-READ BOOK]
Lisa Hartje Moura, 12º H