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25 julho 2007

André e Lisa na Gulbenkian


A boa notícia já todos vocês sabiam: a atribuição à página criada pelos colegas André Moreira e Lisa Moura (11º H) do 3º prémio do Concurso Nacional Rómulo de Carvalho/António Gedeão - O Poeta da Ciência - promovido pelo Plano Nacional de Leitura e a Fundação Calouste Gulbenkian .
Agora fica o testemunho da intervenção na Fundação Gulbenkian, no dia 4 de Junho, na cerimónia da entrega dos prémios, pois a Fundação teve a gentileza de aceder ao nosso pedido das fotografias.


A Lisa e o André usando da palavra para apresentação do seu trabalho


Estiveram na cerimónia várias personalidades ligadas ao Plano Nacional de Leitura e à Fundação Gulbenkian, bem como o filho de Rómulo de Carvalho. Os prémios foram entregues pela Ministra da Educação, que dirigiu aos alunos palavras de incentivo.
Para além do prémio para os alunos, foi atribuído à Henriques Nogueira um cheque-brinde de 500 euros.

Toda a turma participou, bem como a directora de turma, a professora da área de estudos, Artes, e eu, pelo Português. Também está na fotografia uma tradutora de língua gestual que acompanhou os trabalhos. Estão ainda alguns alunos de outra turma que partilham disciplinas com os colegas do 11º H.

A imagem foi obtida no átrio da Fundação, tendo por fundo o painel da autoria de Almada Negreiros, pintor, desenhador e poeta, entre outros ofícios.

Com este bom testemunho termino os trabalhos do ano lectivo. Amanhã começam as minhas férias. Não esqueçam que a partir do início de Setembro poderão começar a escrever para aqui ou para o e-mail: dúvidas, pedidos, sugestões.


ATENÇÃO: O Diário de Notícias está a oferecer (isso, zero euros) bons livros da literatura universal - muito variados, desde policiais à Divina Comédia - com a compra do jornal, às segundas, quartas e sextas. Aproveitem!

Boas férias.

8 comentários:

Noémia Santos disse...

Turma 11º H e colegas

Quem desejar ficar com fotografia pode optar pela digitalização a partir daqui. Se preferir dispor do original, eu levo em Setembro. Não tenho os negativos. Pode ser feito, a partir do positivo. Depois falamos.

Anónimo disse...

Todos devemos ter uma “neverland”

A minha infância, é um assunto que já me custa a recordar, não foi há muito tempo, mas as coisas começam a esquecer-se.
Fui criada em casa pela minha mãe, não fui ao jardim-escola, praticamente enquanto as outras crianças brincavam umas com as outras eu brincava com os meus cães, com os meus gatos, e com o resto da minha bicharada! Nasci no campo e é lá que estou a crescer, não me orgulho disso, mas também não me censuro por isso, acho que não fui eu que escolhi viver lá, mas já que lá estou não posso fazer muito senão aproveitar. Muito do meu tempo em criança era passado no mato com o meu avo a passear os meus cães, desde cedo que fui habituada a lidar com animais, talvez dai venha a minha maior aptidão para animais que para crianças, enquanto isso, as outras crianças passavam os dias enfiadas em casa a brincar umas com as outras.
Um brinquedo que me recordo de pequena, é um urso de peluche, creme, que me foi oferecido pelo meu tio. É especial para mim, porque me foi oferecido numa altura em que eu estava doente, tinha de ser operada e não passava muito bem, eu ainda me lembro de quando ele mo deu, foi um dia em que andava muito mal disposta, tinha cerca de 4 ou 5 anos, quando ele mo deu eu agarrei-o com força de tão feliz que estava, mas depois num súbito minuto, vomitei para cima do urso! Mas desde ai que sempre me lembro dele, até aos meus 10 ou 11 anos dormia com ele, acabei por me deixar disso por achar que era pura estupidez e que já não era mais criança para dormir com ursos.
Como todas as crianças tinha medos, o meu maior medo vinha de debaixo da cama. Todas as noites a minha mãe deixava-me uma luz acesa para que eu não sentisse medo, mas as vezes eu debruçava-me sobre a cama e olhava para debaixo dela, na verdade não havia lá nada, mas a sombra da minha cabeça na parede assustava-me e fazia-me crer que algum ser de espécie não identificada lá vivia em baixo.
Sempre fui muito sonhadora, alias, o sonho comanda a vida! Desde pequena que gostava de ver filmes, muitas das vezes acabava de ver um filme e imaginava se fosse eu que estivesse no papel da actriz principal e adorava pensar nisso. Quando pequena desejava ser actriz, mas com o tempo fui perdendo esse sonho. Depois com a entrada para a escola o um sonho era ser professora de escola primária, mas com o passar dos anos fui percebendo melhor o “mundo do trabalho”. Passados todos estes anos, a ideia da professora primária foi-se, mas a ideia da actriz renasceu! Acho que todos nos, tanto em crianças como em adultos devemos ter a nossa “neverland”, ou seja, a nossa terra do nunca, o sitio onde nos podemos sonhar que tudo acontece, este sitio deve estar sempre na nossa cabeça, naquela parte que esta reservada para a imaginação! Porque sonhar não faz mal a ninguém, alias só sonhando é que podemos vir a conseguir o que queremos!


cristiana pancadares
12ºE n.º9

Anónimo disse...

Parece que me estou a ver... Ah, tão bom! Eu, ali, sentadinha ao pe da minha lareira, na casa onde ainda hoje vivo. Agora, olhando para mim, ali sentadinha, tão pequenina brincando com os meus brinquedos preferidos. Era feliz, ainda não pensava no quão cruel o mundo pode ser connosco. Mas não me querendo desviar muito do assunto em questão, comecei por ser feliz, ainda não entendendo muita coisa. Depois as coisas mudaram, fiquei gordinha e era um pouco descriminada pelos outros meninos, e acho que hoje isso me influencia em alguns aspectos do dia a dia. Sempre fui uma criança muito queridinha e afável. Gostava tanto de meiguices! Ma só em casa as tinha, porque na escola mera um terror. Todos gozavam com a monstrinha, chegavam a chamar-me até nomes horríveis e traumáticos.
Mas quando chegava a casa a ternura era tão grande que me chegava a esquecer daquilo de mau que me faziam na escola.
Sempre tive um pai muito ausente. A minha mãe sempre foi tudo para mim, aquela mãe que estava lá sempre. Sintia-me muito bem sempre a brincar, pois existia sempre alguém que era meu amigo e que não se importava que eu fosse gordinha...


Joana Matias 12ºE nº12

Anónimo disse...

Olho para o meu reflexo e que vejo eu? Vejo o produto do meu passado acabado, vejo o presente futuro, vejo-me apenas a mim...
Olho para o espelho e começo a recordar a minha infância... era eu pequenino desde que me lembro, era solitário e vivia no meu mundo, apesar de ter imensos brinquedos, contentava-me com um pedaço de papel, pois a minha imaginação era e é bastante fértil! O meu pai ainda vivia em Portugal após o divórcio com a minha mãe, acontecimento que não me recordo pois tinha apenas cinco meses...
Cresci, brinquei, mas não tinha amigos, até que fui para a escola e só me dava com o meu primo, mudei para a escola básica e só me dava com poucas pessoas, estava sempre com a minha mãe e chamavam-me "menino da mamã", pois sempre lidei com adultos e não me identificava com os meus colegas. No nono ano conheci gente boa que ainda hoje considero amigos!
Tenho saudades do tempo em que chovia e fazia frio, e eu, muito pequenino, via desenhos animados enrolado numa manta... saudades do tempo que nunca mais volta, mas orgulho-me do que sou hoje, finalmente sou eu mesmo, sem medos, sem receios, transparente... E considero o meu passado uma benção, pois sem este, eu não seria quem hoje sou, e se não fosse graças à minha mãe, à ausência do meu pai, e aos meus verdadeiros amigos, eu não seria o que sou!

Anónimo disse...

"Aquela pulseira..."

No sereno dia em que te vi...
Relembro esse momento...
Ainda hoje o desejo...
O teu olhar, o teu sorriso...
Já mais os esquecerei...
No dia anterior comigo mesmo comentei...
Ó solidão imensa, morte eterna, que me invade a alma...
Cubo de gelo nasci...
Cubo de gelo te vi...
Cubo de gelo já eras...
E em silêncio um som extridente nos ensurdeceu...
Dois cubos gelados, numa só chama se uniram...
Uma breve vivência, recheada de desejo e de obstáculos...
Os nossos corações, coordenados pelo mesmo batimento...
Uma noite...
Oh noite inesquecível, repleta de arte...
O luar...
A luz da lua a iluminar o nosso desejo...
O teu carinho...
A tua atenção...
A tua preocupação para comigo...
Como pude um dia recear o nosso amor?!
A revelação...
O teu sorriso...
O meu receio...
A minha perda...
O nosso fogo reduzido a gelo...
A solidão...
A doença...
Oh doença que fez sangrar os nossos corações...
Vida injusta...
Feita de encontros...
Desencontros...
Encontros...
Desencontros...
Mas a vida colocou-te de novo no meu caminho...
Anos depois, e a pulseira que me deste...
Aquela, igual à tua, sabes?
Permanece no teu braço, e a minha...
Essa ficou guardada, onde ninguém lhe toca...
É minha e só minha, aliás... nossa...
Mas a verdade é só uma...
E não mais que a possa ser...
A nossa chama não morreu...
Não morrerá...
Enquanto eu vivo permanecer...

Noémia Santos disse...

Joana Matias

Obrigada pelo teu testemunho. Vejo que felizmente tais "tormentos" não te fizeram azeda. Nunca se pode perder a doçura, embora a vida sirva também para nos tornarmos mais fortes e resistentes à adversidade.
Adorei a frase:

"comecei por ser feliz, ainda não entendendo muita coisa."

Aqui ficam algumas correcções, poucas, felizmente:

dia-a-dia

(mera)era um terror

esquecer daquilo que de mau me faziam na escola (e não: "esquecer daquilo de mau que me faziam na escola").

Sentia-me ("Sintia-me" )

Noémia Santos disse...

Carlos

Finalmente encontro um pouco de tempo para reler os teus textos.

O "Aquela pulseira..." fica bem escrito em linhas breves/versos,porque é uma evocação.

Tem imensos elementos românticos associados ao amor que são sempre muito poderosos.
Vou usar excertos, na pág.central do blog.

Talvez, numa segunda revisão, merecesse tirar uma ou outra frase menos feliz e, sobretudo, as reticências que carregam sempre muito o texto.

Atenção ao estridente; é com s.

Noémia Santos disse...

Ao "menino de sua mãe"

Concisa e bem dada a caminhada do passado longínquo ao presente.Com ternura, mas sem nostalgias.

A nível da escrita, adorei o
"Tenho saudades do tempo em que chovia e fazia frio, e eu, muito pequenino, via desenhos animados enrolado numa manta..."